A notícia do falecimento de Canisso, baixista do Raimundos que nos deixou de forma tão repentina nesta segunda-feira (13), segue repercutindo e gerando diversas homenagens. Uma das mais emocionantes veio de Lori, filha do músico, que compartilhou no Instagram um vídeo com grandes momentos dos dois.
Acompanhando os registros, ela ainda escreveu um belíssimo texto que você confere na íntegra ao final da matéria. Em um dos trechos, ela diz:
Lembram do meu pai não como um grande artista. Não só como um grande baixista das palhetadas fortes, pesadas e rápidas. Mas como aquele cara do bem–sem perder a sagacidade :)–Que deixou um pedacinho dele pelo mundo inteiro. Alguma história. Alguma gargalhada de canto de boca que saía fácil. Como quem conseguia instantaneamente ver o gozo de toda e qualquer situação.
De fato, como te mostramos por aqui, Canisso foi lembrado por muitos grandes nomes da música brasileira como um dos caras “mais gente fina” do Rock nacional. É uma perda realmente imensurável, e seus ex-companheiros de banda, Digão e Rodolfo Abrantes, também se mostraram muito afetados pela notícia.
Confira a publicação de Lori ao final da matéria, logo após o texto na íntegra.
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Filha de Canisso faz homenagem ao músico
É, comendador. Você se foi antes deu dar um jeito em tudo como num passe de mágica. Antes da gente ter a nossa fazendinha. Antes de você ver todos os seus filhos crescerem, casarem e se mudarem.
Hoje eu entendo porque você criou a gente pra sermos um bando de criança crescida. Era pra aproveitar cada curto segundo debaixo das suas asas, né? Pertinho. Todo mundo em casa. Desse jeito você dizia que dormia tão tranquilo.
Você criou a família que você sempre quis ter. Você viveu tudo o que deu na telha. Mestre das suas vontades. Refém de todos os seus prazeres. E que prazeres, né? Sabia apreciar boa comida como ninguém. Paladar mais difícil que conheci. Mas era porque ele gostava de saborear cada segundo. Tinha que ser gostoso do começo ao fim. Azedo? Pff. Amargo? Duro? Pff… odiava cebola. Alho. Mas cozinhava ambos até sumirem. Dominava a arte de engolir tudo. Porque ele sabia que era tudo uma questão de ‘jeito’. E como você tinha jeito, né? Sabia fazer qualquer um se sentir no centro do mundo, no centro de uma roda de conversa. Atencioso. Dedicado… Esse é o ‘pulo do gato’.
Ele era diferente. EXÍMIO *pronunciado gritando de empolgação como ele mesmo diria* CONTADOR DE HISTÓRIAS.
Aliás, lendo as histórias das pessoas com ele eu vejo e confirmo o que sempre pensei de você. Lembram do meu pai não como um grande artista. Não só como um grande baixista das palhetadas fortes, pesadas e rápidas. Mas como aquele cara do bem–sem perder a sagacidade :)–Que deixou um pedacinho dele pelo mundo inteiro. Alguma história. Alguma gargalhada de canto de boca que saía fácil. Como quem conseguia instantaneamente ver o gozo de toda e qualquer situação.
Pai
Obrigada
Eu não tô digerindo. Eu não vou digerir. Eu vou seguir. Porque te esquecer é impossível. Tá entalado. Instalado em mim, sua filhota. Lóri lee. Lóló. A sua própria peixinha. Você. Canissinha ?Suas músicas. Minhas músicas pra você. Que viraram a trilha sonora da nossa vida. Seilá… eu escreveria um livro sobre você, pai. Porque você era composto de infinitas histórias. Infinitas faces. Façanhas. E cheio das manha.
É pai. Você é O CARA. E sim. VOCÊ É O BOM AQUI, mesmo. Você ganhou. Toma. É tudo seu.
EU TE AMO!!!!!
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