Andreas Kisser explica por que os Anos 80 acabaram com os solos de guitarra no Brasil

Dois grandes guitarristas da nossa história se encontraram no último mês no Podcast Amplifica. Apresentado por Rafael Bittencourt, do Angra, o programa recebeu Andreas Kisser, do Sepultura.

Durante o papo, as duas referências no Heavy Metal brasileiro comentaram o impacto dos solos de guitarra (ou a ausência deles) no Rock atual.

Enquanto falava sobre Eddie Van Halen, um dos maiores guitarristas do planeta que nos deixou em 2020, Bittencourt explicou que ele podia fazer os solos antes mesmo de ouvir as músicas. Já a maioria dos demais instrumentistas, segundo ele, coloca solos sem necessidade.

Kisser trouxe o assunto para a música brasileira, dizendo que os anos 80 privilegiaram os solos de saxofone, muito presentes em bandas como Titãs e Os Paralamas do Sucesso:

Essa é uma das grandes críticas que eu tenho ao Rock nacional. Teve aquele ‘limbo’ entre o final do Led Zeppelin e a chegada do Van Halen em que o saxofone começou a tomar conta dos solos, com a guitarra em segundo ou terceiro plano. E aqui no Brasil não foi diferente, bandas como Titãs, Paralamas… o Ultraje a Rigor tinha uma pegada um pouco mais Metal, e o Barão Vermelho também era um pouco menos ‘tímido’. Mas o resto…

Rafael, então, respondeu concordando com o colega de profissão:

Eu endosso a sua indignação, e acho que esses músicos deveriam ter brigado. Tinham que ter falado ‘Não, pô, temos que ensinar as pessoas a gostarem disso’, a cultura da guitarra.