Música

Jim Gordon e a história do ex-baterista de Eric Clapton e Beach Boys que matou a própria mãe

Baterista que gravou dezenas de álbuns clássicos de Rock, Jim Gordon foi diagnosticado com esquizofrenia após assassinar a mãe. Ele faleceu nesta semana.

Baterista Jim Gordon morreu na prisão aos 77 anos
Reprodução/YouTube

Morreu na última segunda-feira (13), aos 77 anos, um dos bateristas mais requisitados do Rock nos anos 70, Jim Gordon. Ele estava preso desde 1984, condenado à pena perpétua por ter assassinado a própria mãe.

O músico começou a carreira aos 17 anos, quando recusou uma bolsa na Universidade da Califórnia para tocar com o duo de Rockabilly The Everly Brothers.

O sucesso foi tanto que Jim foi convidado para gravar com os Beach Boys, inclusive no clássico álbum Pet Sounds (1966), e com o The Byrds, lendário grupo de David Crosby e Roger McGuinn.

No início dos anos 70, o baterista entrou para a história do Rock ao gravar a maioria das linhas de bateria do disco All Things Must Pass (1970), de George Harrison, e em seguida entrar para o Derek and the Dominos, supergrupo com Eric Clapton na guitarra e vocais.

Eles lançaram apenas um álbum, também em 1970, chamado Layla and Other Assorted Love Songs. Gordon, aliás, é co-autor da faixa que dá nome ao disco, “Layla”, considerado o maior sucesso da carreira de Clapton. Foi o baterista quem compôs e tocou o trecho de piano na parte final da música.

Comportamento agressivo afastou Jim Gordon da música

Ao longo daquela década, Jim Gordon se tornou um dos músicos de estúdio mais requisitados do planeta. Ele gravou músicas de Frank Zappa, John Lennon, Joan Baez, Tom Petty, Johnny Rivers, Glen Campbell e Leon Russell, só pra citar alguns.

Mas o músico começou a apresentar um comportamento errático naquele período, incluindo abuso de álcool e outras drogas. Durante uma turnê com Joe Cocker, ele agrediu a cantora Rita Coolidge, que era sua namorada.

A cantora Renee Armand, que foi casada com Gordon, também relatou agressões ao longo dos anos. O baterista, então, foi perdendo trabalhos na música e chegou a ser internado em hospitais psiquiátricos algumas vezes.

Até que, em junho de 1983, após semanas em crise e com atitudes problemáticas, o músico espancou e depois esfaqueou a mãe até a morte. Após ser preso, ele disse que ouviu vozes pedindo para que fizesse aquilo.

Jim Gordon foi diagnosticado com esquizofrenia e condenado à prisão perpétua no ano seguinte, com possibilidade de condicional após 16 anos. No entanto, os pedidos de liberdade apresentados por sua defesa a partir dos anos 2000 foram todos negados.

Jim Gordon faleceu de causas naturais e deixa uma filha. Triste fim para uma história que poderia ter sido eternizada no mundo do Rock and Roll.