Xô, etarismo: mulher que aprendeu a ler e escrever aos 39 anos já lançou 27 livros e virou autora best-seller

Para ser promovida como faxineira, Karen Woods aprendeu a ler aos 39 anos; desde então, ela já publicou 27 livros e serve como exemplo contra o etarismo.

Karen Woods aprendeu a ler aos 39 anos e já escreveu 27 livros
Reprodução/Twitter

Enquanto aqui no Brasil as mulheres sofrem discriminação quando buscam entrar na faculdade após os 40 anos, uma escritora do Reino Unido se tornou inspiração depois de publicar 27 livros mesmo tendo aprendido a ler e escrever apenas aos 39 anos.

Você deve ter acompanhado o caso de Patrícia Linhares, estudante de Bauru (SP) que foi ridicularizada por três colegas de classe por ser considerada “velha demais” para estar ali.

Patrícia registrou boletim de ocorrência esta semana, e suas agressoras desistiram do curso depois da repercussão do caso (via Correio Braziliense).

Como exemplo no sentido oposto, o jornal britânico The Mirror trouxe uma reportagem com Karen Woods, autora best-seller considerada a “Rainha do Crime” de Manchester — no sentido literário, é claro!

Conheça Karen Woods

Hoje com 53 anos, ela abandonou a escola aos 15 anos quando descobriu uma gravidez, que infelizmente foi perdida. Por problemas de concentração, Karen sequer tinha sido alfabetizada.

Na vida adulta, ela trabalhou como faxineira até os 39 anos, quando recebeu uma oferta de promoção que exigia escrever e-mails como parte do trabalho. Foi então que sua vida começou a mudar.

Karen Woods frequentou um curso de alfabetização de adultos e, após duas tentativas, passou no teste exigido para se formar. Mais que isso, ela percebeu que tinha talento para escrever.

Apenas três meses depois, ela escreveu à mão seu primeiro livro, chamado Broken Youth, que chamou a atenção da editora Empire Publications. Desde então, Karen já lançou outros 26 romances policiais e de mistério, sendo que dois deles foram best-sellers na Amazon.

“Rainha do Crime” de Manchester e o etarismo

A “Rainha do Crime” disse que quer representar pessoas com passados ​​conturbados, e espera inspirar outras mulheres com mais de 40 anos a perseguirem seus sonhos e vencerem o etarismo, palavra que é definida como “discriminação e preconceito baseados na idade, geralmente das gerações mais novas em relação às mais velhas”:

As desculpas não importam; se você tem um pouco de confiança em si mesma, tudo é possível. Eu sinto que represento todas aquelas que tiveram um início difícil na vida. Quero ser inspiração para mulheres que pensam que, porque têm filhos, não podem fazer o que querem. Já estou no 27º romance e meu sonho não acaba aqui. Eu escrevo sobre problemas reais, e por isso sou chamada de ‘Rainha do Crime’ de Manchester. Eu sempre quis usar uma coroa.

Atualmente, Karen Woods também trabalha em uma escola para crianças com dificuldade de aprendizado, e ainda faz palestas motivacionais em prisões femininas. Quando está em casa, ela se divide entre a escrita e a vida de mãe.

Que demais, hein?!