Em 2008, Travis Barker, baterista do blink-182, viveu uma tragédia pessoal quando sobreviveu a uma queda de avião junto com Adam “DJ AM” Goldstein e passou muito tempo em reabilitação.
O acidente custou a vida de outras duas pessoas da equipe de Barker e desencadeou diversos traumas no músico, que somente conseguiu entrar de novo em um avião recentemente, em 2021.
Travis teve 65% do seu corpo queimado e precisou ficar em hospitais e centros de tratamento de queimaduras por quatro meses, o levando até a pensar em suicídio, como te contamos aqui.
Especialista explica acidente que quase matou Travis Barker
Na última semana, o especialista Lito Sousa divulgou em seu canal no YouTube, chamado Aviões e Músicas, um vídeo relatando os detalhes do acidente de Barker.
Lito, que foi supervisor internacional de manutenção em uma companhia aérea americana por mais de 35 anos, explicou que Travis e o DJ AM sobreviveram por terem feito o que mandava o “briefing de segurança”:
Ele se levantou e foi procurar a saída de emergência, que ficava na área dos lavatórios. Era necessário abrir a porta dos lavatórios e depois a própria saída. O Travis fez isso e saltou do avião já em chamas. Ele disse que não se lembra se tinha instruções indicando qual lado ele deveria abrir, mas que foi fácil abrir a porta. Já o DJ AM não se lembrava que tinha uma saída atrás dele, mas ele viu Travis indo e apenas seguiu junto com o amigo. Ambos saíram do avião em chamas e correram. Só que pessoas que estavam em carros na rodovia disseram para que eles parassem e caíssem, rolando pelo chão. Essa é uma técnica muito ensinada em treinamentos de incêndio lá nos Estados Unidos. Se a lembrança do Travis da saída de emergência salvou ele e seu amigo da explosão, lembrar dessas técnicas fez com que eles tivessem chances de sobrevivência.
Na sequência, o especialista falou sobre as causas do acidente e deixou claro que elas estariam relacionadas aos pneus da aeronave:
Eles encontraram detritos dos quatro pneus do trem de pouso principal e o primeiro pneu encontrado tinha uma deformidade única, a uma distância bem definida do aro. Esses danos coincidiam com a foto da fabricante de pneus, a Goodyear, mostrando danos causados por calor e fadiga de material. Os engenheiros da Goodyear concluíram que isso coincidia também com a baixa pressão do pneu durante o táxi. Então, [eles] foram aos testes e fizeram uma descoberta preocupante: para alcançar os danos como aqueles do acidente, eles tinham que estar com uma pressão 36% menor do que pneu cheio. Então, o NTSB [Conselho Nacional de Segurança nos Transportes] foi conversar com o diretor de manutenção da companhia e, segundo ele, os pneus do avião não tinham sido verificados há três semanas. E os manuais diziam que a pressão dos pneus precisava ser verificada com os pneus frios antes do primeiro voo de cada dia, caso o avião tivesse em operação. Ou a cada dez dias caso o avião estivesse fora de operação. Se a perda de pressão passasse de 15%, o pneu deveria ser trocado.
Quando os pneus deram problema, o avião já havia ultrapassado a chamada “V1”, velocidade em que, a partir dela, não se pode mais abortar uma decolagem.
Ainda assim, a decisão da comandante do voo Sarah Lemmon foi de interrompê-la, mas não havia mais tempo e nem espaço, o que fez com que o avião atingisse postes, cercas e parasse apenas em um aterro.
Nesses casos, o recomendado é decolar de qualquer forma para depois, mesmo sem os pneus, fazer um pouso forçado e minimizar os danos.
Travis Barker e DJ AM sobreviveram, mas tanto a comandante quanto o copiloto, James Bland, faleceram na tragédia por queimaduras e inalação de fumaça tóxica. Charles Monroe Still, Jr. e Chris Baker, membros da equipe de Travis, estavam nos assentos frontais e virados para a parte de trás da aeronave, e faleceram logo após o impacto.
Que o cuidado com a segurança sempre venha em primeiro lugar, né? Vale lembrar que DJ AM faleceu um ano após o acidente aéreo, vítima de uma overdose acidental.
Você pode assistir ao vídeo completo com a explicação de Lito Souza logo abaixo.
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