Nos últimos anos, a Academia Brasileira de Letras elegeu Gilberto Gil e Fernanda Montenegro, em um esforço para incluir representantes da música e do cinema. A próxima cantora que poderá sentar em uma cadeira por lá é Adriana Calcanhotto.
Em entrevista ao Podcast TMDQA!, a compositora falou sobre a renovação dos acadêmicos da ABL. Nesta quinta-feira (20), a instituição elegeu a crítica cultural Heloisa Buarque de Hollanda para ocupar a cadeira 30, que era de Nélida Piñon.
Na próxima semana, a Academia fará outra votação pra escolher a nova ocupante da cadeira 8 após a morte da professora Cleonice Berardinelli, de quem Calcanhotto foi aluna, parceira de composição e amiga.
Adriana cogitou a candidatura, mas voltou atrás por causa de outra mulher gigante: Gal Costa. A convite de Marcus Preto, que era produtor de Gal, ela fará uma sequência de shows em homenagem à saudosa cantora.
Dessa forma, Calcanhotto não conseguiria conciliar a agenda musical com uma candidatura à ABL (assista à entrevista aqui ou no fim desta matéria):
Eu fiquei interessada na cadeira 8 pela Cleonice, que era minha mestra, e posso dizer que ficamos amigas. Nós fizemos recitais juntas, e ela me ensinou muito sobre poesia portuguesa. Era uma mulher extraordinária. Fazer uma campanha, na verdade, é conversar com os acadêmicos. Eu tenho muitos amigos lá, já estive algumas vezes quando tinha o Ferreira Gullar, o Nelson Pereira dos Santos…
E agora eu tenho uma outra turma de amigos lá: Antonio Cicero, Gilberto Gil, Fernanda [Montenegro]. Mas o que acontece é que eu recebi o convite pra fazer o tributo à Gal, e aí eu escolhi fazer o tributo à Gal. Não daria pra fazer tudo isso ao mesmo tempo, lançar o ‘Errante’, ensaiar o ‘Errante’, ensaiar a Gal e fazer uma campanha.
Adriana Calcanhotto lança “Errante”
Como a própria Adriana disse, além do show em tributo a Gal Costa, ela lançou recentemente o 13º disco de sua carreira, chamado Errante. O projeto também irá sair em turnê pelo Brasil e o mundo a partir de 24 de maio, começando por Lisboa.
No Podcast Tenho Mais Discos Que Amigos!, Calcanhotto falou sobre o álbum, em que celebra os reencontros pós-pandemia e conta com grandes músicos e muitos instrumentos, incluindo violões de Nara Leão e Orlando Silva.
Você pode ouvir o programa completo no player abaixo, e na sequência assistir ao corte em vídeo em que Adriana Calcanhotto revela por que não se candidatou a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras.
LEIA TAMBÉM: Dos livros às partituras: 7 artistas que unem música e literatura