Titãs inicia turnê que celebra sua história com show repleto de clássicos e emoção

Texto por Cauê Paciornik

Fotos por Diego Castanho

A noite de ontem, 27 de abril de 2023, com certeza ficou marcada para a música brasileira. Depois de 30 anos, o Titãs, uma das maiores bandas da história do país, se reuniu com sua formação clássica para dar o pontapé inicial na turnê “Titãs Encontro”.

O clima na Arena Jeunesse, no Rio de Janeiro, era de muita expectativa. Os fãs de diversas gerações iam se posicionando antes do início do show se questionando sobre quais músicas eles iriam tocar nesse reencontro e como a banda passaria por suas mais diversas fases, que vão do Punk à New Wave, passando por baladas que se tornaram hinos da MPB.

“Sonífera Ilha”, “Marvin”, “Epitáfio”, “Polícia” e “Bichos Escrotos” foram algumas das mais citadas entre os presentes. Foi muito interessante também observar a variedade do público que tinha fãs que estavam ansiosos para ver o show pela primeira vez, além daqueles que estavam ali para revisitar experiências que tiveram anos atrás.

Então, às 22:20, o Titãs subiu ao palco para iniciar o show. Arnaldo Antunes, Nando Reis, Paulo Miklos, Branco Mello, Charles Gavin, Sergio Britto e Tony Bellotto levantaram o público com “Diversão”, nos lembrando que a vida até parece uma festa. E que festa!

Na sequência, Arnaldo Antunes assumiu cantando “Lugar Nenhum” e Sergio Britto deu sequência com “Desordem”. Era nítido e contagiante ver a alegria e energia deles tocando juntos novamente.

Antes da quarta música, Branco Mello conversou com o público sobre a cirurgia que fez para a retirada de um tumor na laringe, agradeceu a todos os presentes e celebrou o fato de estar vivo. Foi um dos momentos mais emocionantes do show e a plateia retribuiu esse carinho gritando o nome do músico.

Depois de alguns sucessos como “Homem Primata” e “O Pulso”, foi a vez de Nando Reis assumir os vocais e lembrar que as letras das músicas seguem sendo bem atuais, momentos antes de cantar “Jesus não tem dente no país dos banguelas”, talvez uma das surpresas desse setlist, e depois “Nome aos bois”.

Com o rock’n roll nas alturas e uma performance empolgante de Tony Bellotto na guitarra e Charles Gavin na bateria, a banda encerrou a primeira parte do seu show com “Cabeça Dinossauro”, projetando no telão a capa do lendário disco de mesmo nome, um dos mais queridos dos fãs da banda e um verdadeiro marco na história da música brasileira.

Como foi o primeiro show do Titãs Encontro?

As luzes se apagaram, o palco começou a ser organizado de uma nova forma enquanto momentos dos bastidores e vídeos antigos da banda começaram a surgir no telão. Foi quando apareceu um trecho de uma gravação com o querido Marcelo Fromer (guitarrista do Titãs que faleceu em 2001 após ser atropelado por uma moto).

Naquele momento começava a segunda parte do show, com músicas no formato acústico, um formato que foi bem importante para a banda e marcou a sua carreira através do lançamento do Acústico MTV.

Sergio Britto comandou o show de luzes do público ao cantar a bela “Epitáfio”, e as memórias do Acústico vieram à tona com Nando Reis entoando “Os Cegos do Castelo” e Paulo Miklos cantando “Pra Dizer Adeus”.

Quem prestou atenção nesse momento acústico do show, percebeu que havia duas cadeiras vazias até o fim dessa música. Foi quando Arnaldo Antunes chegou com Alice Fromer (filha de Marcelo) para uma linda homenagem em que ela cantou junto com a banda “Toda Cor” e “Não Vou Me Adaptar”, encerrando a parte acústica do show.

Continua após o vídeo

Titãs tocando “Epitáfio” no primeiro show de reunião com a formação clássica! pic.twitter.com/NVVbh9uH5G