Roger Waters cita “má-fé” e se defende de acusações de incitação ao nazismo

Em comunicado, Roger Waters se defendeu após anúncio de investigação policial na Alemanha sobre sua performance e uma suposta incitação ao nazismo.

Roger Waters no Engenhão, Rio de Janeiro, 2012
Foto de Roger Waters via Shutterstock

Roger Waters emitiu um comunicado para se pronunciar sobre as acusações de incitação ao ódio que recebeu após seu show em Berlim, que levou até mesmo à abertura de uma investigação policial na Alemanha.

Como te falamos por aqui, o ex-Pink Floyd levou sua turnê This Is Not a Drill para o país europeu depois de uma série de polêmicas que quase levaram ao cancelamento forçado da performance. No palco, Roger fez sua tradicional e provocativa apresentação, que inclui um trecho onde ele se veste como um soldado nazista em tom de crítica.

A mensagem não foi recebida da maneira correta por muita gente na internet, que acabou apontando uma atitude “vil” do músico de recriar cenas tão tristes no país que sofreu com o Holocausto, e a partir daí surgiram acusações de antissemitismo e incitação ao nazismo, o que levou à investigação.

Roger Waters se pronuncia sobre investigação da polícia alemã

Em seu perfil no Twitter, Roger Waters se pronunciou sobre a investigação e acusou as pessoas que o atacaram de estarem agindo em “má-fé” por conta de suas visões políticas:

Minha performance recente em Berlim atraiu ataques de má-fé daqueles que querem manchar e me silenciar porque discordam de minhas visões políticas e princípios morais.

Os elementos da minha performance que estão sendo questionados são bem claramente uma afirmação em oposição ao fascismo, injustiça e fanatismo de todas as formas. Tentativas de retratar esses elementos como algo diferente são hipócritas e motivadas por política. A retratação de um demagogo fascista sem limites está presente nos meus shows desde o ‘The Wall’, do Pink Floyd, em 1980.

Eu passei a minha vida inteira me pronunciando contra o autoritarismo e a opressão onde quer que eu os veja. Quando eu era criança depois da guerra, o nome de Anne Frank era falado sempre em nossa casa, ela se tornou um lembrete permanente do que acontece quando o fascismo não é combatido. Meus pais lutaram contra os nazistas na 2ª Guerra Mundial, com meu pai pagando o preço mais caro [da morte].

Independentemente das consequências dos ataques contra mim, eu irei continuar a condenar a injustiça e todos aqueles que a perpetrarem.

Neste caso, Waters provavelmente se refere às suas atitudes pró-Palestina, que também geraram polêmica no show em questão. Isso porque o músico exibiu em seu telão, em um momento do show que destaca vítimas de intolerância política, os nomes de Anne Frank e Shireen Abu Akleh, jornalista de origem palestina que foi morta por forças israelenses enquanto cobria a zona de conflito.