Slipknot: um ranking do pior ao melhor disco

Com uma discografia relativamente curta mas bastante densa, o Slipknot tem muitos acertos e poucos erros em sua trajetória. Veja nosso ranking dos discos!

Slipknot lança seu aguardado novo disco "The End, So Far"; ouça
Reprodução / Twitter

Cada vez mais distante do que foi um dia em relação à sua formação mais famosa, o Slipknot segue firme e forte em meio a tragédias inesperadas, saídas conturbadas e mistérios nunca resolvidos.

Desde 1999, quando lançou seu aclamado disco de estreia autointitulado, o grupo do vocalista Corey Taylor já passou por muitas mudanças não apenas nos sentidos acima, mas também em questão de sonoridade e abordagem. É claro que as trocas de integrantes também influenciaram muita coisa, às vezes moldando quase que completamente os elementos que compõem um álbum.

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Apesar de ter uma discografia relativamente pequena, o Slipknot é muito denso em seus trabalhos e prova disso é que não há nenhum consenso na hora de estabelecer uma lista dos melhores álbuns da carreira da banda.

Abaixo, você confere a nossa opinião sobre esse ranking. Fique à vontade para discordar e comentar conosco no Instagram e no Twitter!

The End, So Far (2022)

Parece uma escolha fácil começar essa lista com o álbum mais recente da banda. Na verdade, foi tão difícil quanto qualquer outra das posições porque The End, So Far tem muitas qualidades.

Pra começo de conversa, o disco é sem dúvidas o mais experimental da banda. Talvez por estar finalmente livre das amarras de “prestar contas” para uma gravadora, o Slipknot foi capaz de criar músicas como “Adderall” e “Yen” que não soam como absolutamente nada que eles já haviam feito antes.

Por outro lado, parece haver um apego a seguir uma estética sonora que não soa tão sincera quanto antes — como se a banda estivesse se forçando a voltar no tempo para reencontrar o sucesso do passado, quando o segredo estava justamente nessa experimentação que produziu as melhores músicas do trabalho.

All Hope Is Gone (2008)

Para muitas bandas, All Hope Is Gone seria um dos melhores discos da carreira. A única coisa que justifica essa posição é o fato de se tratar do Slipknot, que praticamente não errou desde que começou a lançar músicas.

O álbum tem algumas das melhores faixas dessa trajetória, incluindo o mega sucesso “Psychosocial”, que foi capaz de pegar tudo que fez o Slipknot explodir nas rádios com Vol. 3 e repaginar de uma forma única e inédita, reforçando ainda mais o sucesso e renovando a base de fãs enquanto ainda esbanjava técnica (como acontece no disco todo, aliás).

Porém, ainda que tenha músicas sensacionais como “Sulfur” e “Snuff”, além da faixa-título, boa parte do álbum acaba passando batido e isso acaba prejudicando a posição de AHIG neste ranking.

Vol. 3: The Subliminal Verses (2004)

A importância de Vol. 3: The Subliminal Verses é simplesmente indiscutível. Com músicas como “Before I Forget”, “Duality” e “Vermilion, Pt. 2”, o Slipknot conseguiu chegar a um novo nível de sucesso que parecia absolutamente impossível para uma banda tão pesada e esteticamente agressiva quanto esta.

Para além dos maiores sucessos, Vol. 3 ainda tem algumas das melhores músicas da história da banda, como “The Blister Exists” e “Pulse of the Maggots”, que virou uma espécie de hino para os fãs.

Ainda assim, é difícil não ter um mínimo de decepção com a notável mudança na parte instrumental, em que a pegada mais cheia de groove e peso dos antecessores pareceu ser “temperada” de uma maneira mais palatável para o grande público.

.5: The Gray Chapter (2014)

Em um dos momentos mais incertos da carreira, o Slipknot provou a sua força e não é exagero dizer que .5: The Gray Chapter pode ter injetado algumas boas décadas de vida nessa banda, deixando claro que não se trata de um grupo dependente de qualquer integrante que seja — exceção feita, provavelmente, a Corey Taylor.

Logo na abertura com “Sarcastrophe” e “AOV”, o Slipknot introduz o novo baterista Jay Weinberg e mostra que ele mudaria totalmente a identidade sonora da banda enquanto, paradoxalmente, se encaixava tão perfeitamente na proposta do grupo quanto o saudoso Joey Jordison.

Explorando caminhos diferentes, a banda encontra uma nova direção radiofônica com “The Devil in I” enquanto, ao mesmo tempo, navega por seu lado mais pesado e volta a flertar com influências obscuras em “The Negative One”, tudo isso sem perder a identidade construída ao longo dos anos.

Essa dualidade presente até mesmo nos singles é fundamental para a composição de .5, que ainda nos presenteou com outras ótimas faixas como “Killpop” e “Custer”.

We Are Not Your Kind (2019)

Passar por tantas mudanças fez do Slipknot, na prática, uma nova banda na última década. Ao que tudo indica, We Are Not Your Kind foi o auge dessa formação, com o grupo encontrando os elementos em comum entre tudo que já havia feito de melhor e todo o espaço vazio que ainda poderia ser ocupado nessa sonoridade.

“Unsainted” é um exemplo perfeito de todo o potencial dessa formação mais recente dos caras, com um refrão potente que contrasta maravilhosamente bem com seus versos mais intensos e menos radiofônicos. Em questão de riffs, “Nero Forte” é simplesmente genial e uma das mais subestimadas da carreira do Slipknot.

Pra completar, We Are Not Your Kind ainda conta com canções como “Solway Firth” e “Birth of the Cruel”, que dão o tom mais experimental que viria a marcar presença com mais força em The End, So Far. Aqui, no entanto, ele parece ter sido equilibrado de maneira honesta e muito bem trabalhada com o lado mais tradicional da identidade da banda, e o resultado é simplesmente fantástico.

Slipknot (1999)

Fundamental para toda uma geração, o disco autointitulado do Slipknot é histórico no Rock e Metal. Seja pelo uso de samples que estabeleceram um novo marco nesses gêneros, pela presença de um DJ com mais destaque do que em praticamente qualquer outra banda da época ou pelos refrães maravilhosos de faixas como “Wait and Bleed” e “Spit It Out”, o Slipknot era como nada jamais visto.

Quando se propunha a usar técnica e peso, como em “Surfacing”, conquistava aqueles que buscavam algo mais extremo. Quando partia para o groove, encontrava músicas como “Liberate” e a já citada “Spit It Out”. E, quando tudo isso se juntava com ainda mais elementos diferentes, o resultado era algo como “Eyeless” e “(sic)”, duas das melhores e mais subestimadas canções de Corey e companhia.

Não é exagero algum colocar esse álbum como absolutamente fundamental para a era moderna do Rock e do Metal, e é impossível até hoje ter total dimensão de sua influência. Histórico!

Iowa (2001)

O topo dessa lista é, realmente, um lugar de ampla discussão. A preferência de cada um varia demais, mas uma coisa é inegável: Iowa elevou o nível de peso que já havia sido apresentado em seu antecessor e, de alguma forma, ainda assim conseguiu cativar um público que em grande parte tinha pouco contato com vertentes mais pesadas do Metal.

Com clássicos como “People = Shit” e “The Heretic Anthem”, o Slipknot fazia todo mundo bater cabeça mais forte do que nunca. Além disso, com outras faixas como “Disasterpiece”, começava a dar as caras o lado mais experimental da banda, brincando com sonoridades que remetiam até mesmo a gêneros como o Black Metal.

Iowa é uma obra prima do Metal e, independente de estar no topo da sua lista ou não, tem um lugar reservado entre os melhores discos do gênero em todos os tempos.

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