Paul McCartney esclarece uso de IA em nova música dos Beatles e garante que "nada é artificial"

Paul McCartney esclarece uso de inteligência artificial em música inédita dos Beatles depois de "confusão e especulação" causadas após o anúncio da faixa.

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Divulgação

Depois de Paul McCartney ter instigado a legião de fãs dos Beatles com o anúncio do lançamento de uma nova música, o lendário artista precisou fazer alguns esclarecimentos.

Na semana passada, Paul revelou em entrevista à BBC Radio 4 que o grupo britânico lançaria, em pleno 2023, uma faixa inédita. Segundo ele, isso iria acontecer graças à tecnologia de Inteligência Artificial, que permitiu extrair a voz de John Lennon de uma demo antiga para que ele pudesse completar a faixa em questão.

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Em um trecho, que te mostramos aqui, ele disse:

Nós tínhamos a voz do John e um piano e [pudemos] separá-los graças à IA. Eles falam pra máquina, ‘Essa é a voz. Esse é o violão. Remova o violão’. Então quando viemos para fazer o que seria a última gravação dos Beatles, foi uma demo que o John tinha [e] nós conseguimos pegar a voz do John e purificá-la através dessa IA. Aí podemos mixar a gravação, como você faz normalmente. Então meio que te dá um espaço pra trabalhar.

Porém, nos últimos tempos, o uso dos recursos de IA se tornou uma pauta de destaque entre os debates éticos e, por isso, alguns fãs questionaram na internet a forma como está sendo criada a nova música dos Beatles.

Paul McCartney esclarece uso de IA em nova música dos Beatles

Percebendo a repercussão que a novidade causou, Paul McCartney usou sua conta do Twitter para explicar aos fãs, mesmo sem muitos detalhes, a maneira como a Inteligência Artificial foi usada na faixa:

Foi ótimo ver uma resposta tão empolgante ao nosso próximo projeto dos Beatles. Ninguém está mais animado do que a gente para compartilhar algo com vocês no final do ano.

Vimos alguma confusão e especulação sobre isso. Parece haver muito trabalho de adivinhação por aí. Não posso dizer muito neste momento mas, para ser claro, nada foi criado artificialmente ou sinteticamente. É tudo real e todos nós tocamos nela. Limpamos algumas gravações existentes – um processo que durou anos. Esperamos que você ame tanto quanto nós. Mais notícias em breve.

Apesar do ex-Beatle não ter revelado qual será a música, alguns fãs mais fervorosos já tem um palpite dos detalhes deste que pode ser o último lançamento da carreira da banda.

Eles acreditam que a faixa em questão seja “Now and Then”, uma composição feita por Lennon em 1978 que foi gravada e deixada em uma fita K7 com os dizeres “Para o Paul” pouco antes do falecimento do músico em 1980.

Músicas produzidas com IA podem concorrer ao Grammy?

Depois de Macca ter comentado sobre o novo lançamento, o CEO e presidente da Recording Academy, Harvey Mason Jr., conversou com o The Hollywood Reporter sobre qual parte de uma música produzida por IA se qualificaria para um Grammy.

Ao ser questionado especificamente sobre a próxima música dos Beatles, ele declarou:

Não sei exatamente como essa música vai soar, como você disse, não a ouvimos, mas se eles estiverem usando um antigo vocal de John Lennon ou usar modelagem de voz para replicar um vocal de John Lennon, isso seria considerado como performance.

E contanto que houvesse outras performances e outras pessoas envolvidas naquela performance mais do que uma quantia ‘de minimis’ [expressão usada para algo tão insignificante que merece ser desconsiderado], seria elegível para um Grammy.

Se você está falando sobre uma composição, se os outros membros dos Beatles escreveram a música e ela foi enviada e havia mais do que uma quantidade ‘de minimis’ de criação humana, então sim, estaríamos dispostos a considerá-la para um Grammy.

Até o momento, Paul McCartney não compartilhou detalhes sobre como ou quando a nova música será lançada, mas revelou que ela será disponibilizada ainda este ano. Estamos ansiosos!

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