Não há estilo mais divisivo do que o Nu Metal. Em um tempo com menos extremos do que os dias atuais, o estilo surgiu como uma bomba e mudou todo o panorama da música na época, colocando de um lado pessoas apaixonadas pela mistura de Rock e Rap, incluindo suas estéticas, e de outro aqueles que pegaram raiva de toda a coisa.
Passados tantos anos do auge do gênero, é possível olhar com um pouco mais de frieza para esse período e entender que, no meio de alguns artistas que foram um “surto coletivo”, teve muita gente boa se revelando nessa época.
Entre os vocalistas, principalmente, tivemos nomes capazes de trazer influências únicas do Rap para dentro do Metal, sem perder a potência do Rock e até mesmo de suas vertentes mais pesadas, como no caso do emblemático Linkin Park.
Abaixo, você pode conhecer ou relembrar 10 vocalistas que merecem mais reconhecimento por causa de seus trabalhos no Nu Metal! Aproveite e também mergulhe nas nossas listas de 10 discos de Nu Metal sem nenhuma música ruim e, claro, de 10 discos desastrosos que o Nu Metal produziu.
Os 10 melhores vocalistas do Nu Metal
Jacoby Shaddix (Papa Roach)
O Papa Roach fez um dos discos mais fundamentais do Nu Metal quando lançou Infest em 2000, e Jacoby Shaddix é uma parte essencial de tudo que a banda já conquistou. Ainda que seu estilo seja muito ligado ao gênero em questão, Jacoby tem uma vasta gama de influências que se traduzem em elementos únicos presentes nos seus vocais.
O próprio hit “Last Resort” demonstra uma certa influência do Punk que não era tão comum em outras bandas da época, ajudando a deixar o Rap de Shaddix mais “afiado”. Dito isso, Jacoby vem mostrando ao longo dos anos que só melhora e suas performances ao vivo seguem sendo bastante elogiadas.
David Draiman (Disturbed)
Oh-ah-ah-ah! Pode falar que você já leu isso na voz de David Draiman, que conquistou o mundo com o Disturbed e o hit “Down with the Sickness”. A ideia de incorporar elementos percussivos à sua voz é algo que, ao mesmo tempo que o faz se destacar, também o coloca no meio do Nu Metal ao lado de outros nomes que faziam e fazem o mesmo.
Ainda assim, Draiman se diferencia por ser o vocalista mais próximo das vertentes tradicionais do Hard Rock e Heavy Metal neste cenário, como fica claro, por exemplo, na versão espetacular do Disturbed para “The Sound of Silence”.
Fred Durst (Limp Bizkit)
Polêmica é o sobrenome de Fred Durst, que sempre dividiu opiniões e se tornou uma espécie de garoto propaganda do Nu Metal por incorporar tudo aquilo que o estilo representava — de bom e de ruim.
De um jeito ou de outro, o vocalista do Limp Bizkit conseguiu se estabelecer como mais um daqueles que você identifica instantaneamente e se destaca bastante por ser, dentre os principais nomes do gênero, aquele que mais incorporou elementos do Rap. Um verdadeiro símbolo do fim dos anos 90 e início dos 2000!
Lajon Witherspoon (Sevendust)
Com origens familiares no Funk, era inevitável que Lajon Witherspoon seguisse o caminho da música. Mas o cara se encontrou em algo muito mais pesado, ajudando o Sevendust a moldar o Nu Metal lá no final dos anos 90.
Talvez justamente por ter esse pano de fundo tão diferente, Lajon sempre se destacou dos demais vocalistas do gênero. Ainda que o instrumental da banda seja cheio de groove, Witherspoon foi capaz de adicionar uma camada de profundidade aos vocais que remete a estilos como o Soul e o próprio Funk, o que fez a banda ter até dificuldade com os rótulos no início de carreira.
Jonathan Davis (KoRn)
Praticamente pai do Nu Metal, é claro que Jonathan Davis não poderia faltar nessa lista. O vocalista do KoRn foi parte essencial da concepção do estilo ao lado de sua banda, pioneira em trazer esses elementos do Rap ao Metal e fundir mundos diferentes. Jon fez sua parte não apenas com os vocais tradicionais, mas também com elementos de beatbox.
Os tão famosos “barulhinhos” que Davis faz em hits como “Freak on a Leash” se tornaram marcas inconfundíveis desse trabalho com o KoRn, que também estabeleceu o groove como elemento fundamental para o gênero construir seu legado.
Amy Lee (Evanescence)
Apesar de ter sido um gênero dominado pelos homens, o Nu Metal tem em Amy Lee uma de suas maiores representantes. Em músicas como “Bring Me to Life” e “Going Under”, ela mostrou um jeito único de cantar esse estilo de música, se aproximando mais de gêneros como o Rock Gótico e até o Metal Sinfônico, mas tudo sem perder as características da época, o que colaborou muito para o sucesso tão grande do Evanescence.
Dito isso, Amy também brilhou (e segue brilhando) quando cede sua voz a baladas ao piano, que acabam por ser um dos grandes diferenciais do Evanescence, como em “My Immortal”.
Serj Tankian (System of a Down)
Pra fechar com chave de ouro essa lista, Serj Tankian dispensa apresentações. Outro que também incorpora elementos percussivos às suas performances vocais, Serj fez história com o System of a Down e tem uma evolução notória entre seus primeiros e últimos trabalhos com a banda.
O grande segredo de Tankian sempre esteve nas espetaculares transições entre versos muitas vezes acelerados e refrães fáceis de cantar junto, com os exemplos mais notáveis sendo “Chop Suey!” e “B.Y.O.B.”. Além disso, sua interpretação das canções sempre foi próxima do teatral, o que também o ajudou a se firmar como uma lenda do gênero.
Chino Moreno (Deftones)
Só quem já mergulhou na discografia de Chino Moreno sabe como é fácil reconhecer um projeto do cantor. Suas melodias vocais são extremamente características mesmo além de seu projeto principal, o Deftones, e ao mesmo tempo são capazes de se adequar à estética de cada uma de suas bandas — no Crosses, por exemplo, Chino conversa muito mais com a estética eletrônica e Post-Punk do que o Nu Metal.
Aliás, o termo sempre foi rechaçado pelo Deftones, mas a verdade é que a banda sempre se viu envolvida nesse meio e seria impossível não considerar a performance de Chino em clássicos como “My Own Summer (Shove It)” e “Change (In the House of Flies)” para destacá-lo em uma lista como essa.
Corey Taylor (Slipknot)
Se o assunto é peso, Corey Taylor é o cara certo. Parece magia: em meio a tanta recusa do grande público de consumir vertentes mais extremas do Metal, o Slipknot lota arenas ao redor do mundo e vem fazendo sucesso há décadas com Corey tendo alguns dos vocais mais absurdos de todos os tempos.
Ele também desenvolveu um estilo próprio, que incorpora vários elementos do Rap, assim como a própria sonoridade de sua banda com direito a DJ e sampler. Seus versos rápidos em meio a refrães grudentos se tornaram marca registrada e foram evoluindo conforme a trajetória do cantor, indo de “Wait and Bleed” até “Psychosocial”.
Chester Bennington (Linkin Park)
Inquestionavelmente um dos maiores vocalistas do Metal de todos os tempos, Chester Bennington era único. Ao mesmo tempo que era absolutamente extremo em seus gritos, ele conseguia esbanjar sinceridade de um jeito especial quando os fazia, da mesma forma que acontecia quando nos presenteava com sua voz limpa em trechos inesquecíveis e potentes como o refrão de “In the End”.
Eternizado com seu berro inesquecível de “Given Up”, Chester tem um legado irretocável na música e, no final da carreira, ainda mostrou que tinha toda a capacidade de fazer um belo Pop em músicas como “Heavy”.