Ministro que proibiu manifestações políticas no Lollapalooza é o mesmo que votou contra Bolsonaro inelegível

Jair Bolsonaro pode se tornar inelegível nesta sexta-feira, mas um ministro com histórico envolvendo o Lollapalooza votou a favor do ex-presidente.

Ministro que votou a favor de Bolsonaro no TSE proibiu manifestações no Lollapalooza 2022
Imagens: Divulgação/TSE e Reprodução/YouTube

Nesta sexta-feira (30), deverá ser concluído o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode tornar Jair Bolsonaro inelegível até 2030. Até o momento, o placar está em 3×1 pela condenação do ex-presidente, e o único ministro que votou a favor dele é um velho conhecido dos fãs de música.

Raul Araújo, que foi contra a cassação dos direitos políticos de Bolsonaro nesta quinta, é o mesmo magistrado que proibiu manifestações políticas no festival Lollapalooza em 2022.

Na ocasião, após a cantora Pabllo Vittar carregar uma bandeira com a foto do então candidato Lula em seu show, o ministro atendeu a um pedido do PL – partido de Bolsonaro – e determinou uma multa de 50 mil reais para outros artistas que manifestassem sua posição política.

Considerada ato de censura, a decisão foi revogada depois pelo próprio Raul Araújo, mas só na terça-feira seguinte ao festival. A liminar gerou uma série de protestos de bandas e artistas durante o Lollapalooza, desrespeitando a polêmica medida do TSE.

Raul Araújo e Jair Bolsonaro

O ministro Raul Araújo é mestre em Direito Público, já foi procurador-geral do Ceará e em 2010 chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), ironicamente por indicação do atual presidente Lula. Ele assumiu uma vaga no TSE em 2020.

Nesta quinta-feira, o magistrado reconheceu que Jair Bolsonaro “se excedeu” na reunião com embaixadores realizada em 2022 em que atacou as urnas eletrônicas, mas disse que o ex-presidente “não teve êxito em deslegitimar o sistema eleitoral”, e por isso não deve se tornar inelegível.

Bolsonaro é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por questionamentos. As informações são do jornal O Globo.

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