Nick Cave refletiu recentemente sobre os conteúdos presentes em seus primeiros trabalhos ao rebater alegações de que seu álbum Murder Ballads, lançado em 1996 ao lado dos Bad Seeds, inclui letras violentas contra as mulheres.
Ao participar do The Louis Theroux Podcast, o artista de 65 anos fez um alerta contra a remoção de tudo o que pode ser considerado “injusto” na arte e disse que fica contente por saber que sua música tem a capacidade de “ultrajar” (via Independent).
Ao falar sobre Murder Ballads, Cave apontou que o trabalho foi violento não apenas com as mulheres, mas com todos:
Algumas das minhas primeiras letras com [a banda] The Birthday Party, o álbum ‘Murder Ballads’, esse tipo de coisa, havia violência contra as mulheres, mas na verdade havia violência contra todos.
Eram apenas discos violentos. Havia mulheres heroicas, assassinas e todo tipo de coisa acontecendo naquele disco e nas músicas anteriores a ele.
Na entrevista, Nick Cave apontou que, apesar dos assuntos violentos abordados em suas letras, ele nunca desrespeitou as mulheres com suas atitudes:
Mas eu não sou pessoalmente um misógino. Não tenho essas inclinações, mas gostava de escrever canções violentas naquela época.
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E aí, te convenceu? Você pode relembrar o álbum completo ao final da matéria.
Nick Cave fala sobre censura na arte
O cantor ainda fez uma comparação ao explicar a escolha dos temas de suas músicas, explicando que “simplesmente gostava da emoção da linguagem”, sendo capaz de escrever sobre coisas violentas “da mesma forma que um escritor de suspense”.
Ao discutir o debate em andamento acerca da censura na arte, Cave lembrou que “a primeira coisa” que os punks fizeram foi justamente desafiar as virtudes das pessoas. Ele acrescentou:
Essa agitação das águas, esse é o valor evidente da arte e se formos passar a arte por uma espécie de peneira justa e tirar todos os pedaços injustos, o que obtemos é apenas o insípido e o moralmente óbvio.
Fez sentido?
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