“Rebelião saudável”: Pitty explica como a essência do Rock vai além da música

Em nova entrevista, Pitty faz uma reflexão sobre o o significado do Rock and Roll, que para ela vai muito além do gênero musical. Saiba mais.

Pitty no Festival de Inverno
Crédito: Amanda Melo

No mês em que é celebrado o Rock, Pitty fez uma reflexão sobre o termo e revelou que, na sua opinião, o Rock vai muito além do gênero musical.

A cantora, que está em turnê pelo Brasil comemorando os 20 anos de seu disco de estreia Admirável Chip Novo, definiu o Rock como um “jeito de viver, um estilo de vida” em entrevista à Vogue Brasil (via Rolling Stone).

Para justificar, Pitty apontou algumas características e citou pessoas até mesmo de fora da indústria da música que, em sua percepção, poderiam ser classificadas como Rock and Roll. Ela explicou:

[O Rock] também uma coisa que tem a ver com visceralidade. Ainda digo na parte artística, mesmo na parte de criação, de existência. Para citar um episódio recente, infeliz, porém grandioso, Zé Celso [dramaturgo falecido no último dia 6 de julho] é Rock and Roll. [O poeta Charles] Bukowski é Rock and Roll. [O cineasta] Glauber Rocha é Rock and Roll. Transcende a coisa da estética.

Pitty vê Rock em outros cenários da música

Dando continuidade à sua visão sobre o Rock, Pitty declarou que consegue notar atitudes relacionadas ao estilo aparecendo em músicos que não necessariamente tocam este gênero.

Ela explica que isso ocorre justamente por ela enxergá-lo como um estilo de vida, e não somente como uma estética musical:

Tem vários tipos de estética, então hoje eu consigo enxergar essa atitude em muitas cantoras e muitos artistas que talvez não estejam nesse ‘target’, mas que estão trazendo a revolução, que estão trazendo propostas que estão fazendo as pessoas pensarem sobre os lugares preestabelecidos. Isso é Rock and Roll. É mudar, é trazer mudança, é transgredir essa rebelião, mas não no sentido da rebeldia. É uma rebelião saudável no sentido de mudar as estruturas e de propor novos pensamentos e de propor novas posturas e diálogos.

Pitty fala sobre “morte do Rock”

Na entrevista, Pitty ainda abordou o polêmico debate envolvendo a “morte” do Rock o definindo como “um morto muito louco”, em referência ao filme de mesmo nome no Brasil (Weekend at Bernie’s, no original), lançado em 1989.

A cantora argumentou que “todo mundo fica dizendo que ele morreu o tempo inteiro e, na verdade, ele só se transforma”. Ela ainda citou David Bowie como exemplo de um artista que conseguiu explorar diferentes estilos e passar por tantas gerações e épocas se reinventando, e acrescentou:

Quando as pessoas dizem que ele morreu, o que morreu talvez seja o Rock que aquela pessoa conhece. E aí ele se transmuta. E se transcende e se transforma em uma outra coisa que, como aquela pessoa não conhece, ela se assusta e decreta a morte daquele mundo que ela não conhece.

Difícil discordar, né?

Pitty lançou disco de covers recentemente

No mês passado, integrando a celebração dos 20 anos de seu disco de estreia Admirável Chip Novo, Pitty liberou nas plataformas de música o disco Espelhos – Versões Completas de Admirável Vídeo Novo.

O álbum apresenta covers gravadas em 2004 de músicas que sempre foram referências para a artista e sua banda e que integram o conteúdo do DVD Admirável Vídeo Novo, lançado pouco depois do seu primeiro disco. Saiba mais aqui.