Desde que surgiu como novidade na cena do Rock, o Greta Van Fleet é uma das bandas que mais divide opiniões. A pegada saudosista que o grupo apresenta é o sonho de muita gente, mas para outros acaba soando como um desperdício do potencial que os ótimos músicos possuem.
Em Starcatcher, novo disco que chegou às plataformas nesta sexta-feira (21) como sucessor de The Battle at Garden’s Gate (2021), o que vemos é uma banda que começa a exibir sinais de maturidade. “Fate of the Faithful”, canção que abre a obra, é capaz de transparecer uma identidade que soa como uma evolução natural do que o Greta vinha fazendo nos anos anteriores.
Não à toa, soa também como uma versão moderna de Led Zeppelin — banda com a qual o GVF mais foi comparado em toda sua existência, certamente. Aqui, no entanto, vemos talvez pela primeira vez um corpo de trabalho que parece preocupado em se distanciar dessa comparação, ainda que sem perder a identidade Classic Rock que permeia a carreira dos norte-americanos.
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Greta Van Fleet tenta inovar, mas esbarra nas próprias amarras
Em diversos momentos do disco, como “The Falling Sky”, temos alguns sinais bastante promissores. O Greta Van Fleet abraça mais o groove e efetivamente se coloca como algo único, mas inevitavelmente parece esbarrar nas próprias amarras e tropeça em momentos que voltam a soar como lados B do Led Zeppelin, incluindo um solo de gaita que remete instantaneamente a “When the Levee Breaks”.
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Há situações, no entanto, onde essas referências soam quase como se apropriadas pela banda. A faixa seguinte, “Sacred the Thread”, tem uma batida que vai te fazer lembrar na hora da própria “When the Levee Breaks” — a diferença é que, aqui, o Greta parece estar quase desafiando os ouvintes, dizendo algo como: “copiamos mesmo, e daí?”.
Afinal de contas, não é como se o GVF fosse a única banda da história a referenciar o gigantesco Led Zeppelin. Na música em questão, fazem um ótimo trabalho para incorporar sua própria sonoridade apesar da batida assustadoramente similar e tudo soa como aquele movimento de abraçar os próprios defeitos para transformá-los em qualidades.
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Starcatcher mostra bons sinais, mas ainda não convence
Se você é alguém que curte o Rock clássico e segue esperando por uma banda que soe realmente nova dentro do estilo, Starcatcher ainda não é o álbum certo. Para os fãs do Greta, claro, o disco é uma pedida cheia e soa como um greatest hits de tudo que foi feito em The Battle at Garden’s Gate e Anthem of a Peaceful Army (2018).
Sem levar em conta as expectativas com relação a uma mudança de sonoridade, o único “defeito” de Starcatcher é ainda não ser capaz de captar a intensidade e maestria que a banda exibe em seus shows. Isso, claro, não é também um problema exclusivo do GVF, e tem o contraponto positivo de tornar as apresentações ao vivo ainda mais especiais.
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Dentro do que se propõe a fazer, Starcatcher é definitivamente um excelente álbum e pode saciar a vontade de muita gente por uma viagem no tempo, com faixas como “Meeting the Master” e . Por outro lado, é mais um lembrete de tudo que o Greta Van Fleet poderia ser, com alguns lampejos de todo esse potencial nas ótimas “Sacred the Thread” e “Frozen Light”.
O álbum revela uma banda que parece estar aos poucos entendendo sua própria identidade dentro das concepções que possui de si mesma, e definitivamente é um sinal animador para o futuro que se mostra cada vez mais promissor.