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TMDQA! Entrevista: Jon Batiste fala sobre novo álbum, morar no Brasil e música sem fronteiras

Ganhador do Oscar e do Grammy, Jon Batiste reflete sobre a democratização da cultura e o processo criativo no lendário estúdio Shangri-La.

Jon Batiste

Jon Batiste não para. Seu mais recente álbum, We Are, foi um sucesso tão grande que lhe rendeu logo dois Grammys: de Melhor Álbum R&B e Álbum do Ano, em 2022. No ano anterior, ele ganhou o Oscar pela trilha sonora de Soul, filme da Pixar.

Mais recentemente, recebeu o título Honoris Causa em música da Loyola University, na sua New Orleans natal. Em poucos dias, publicou um artigo no New York Times sobre sua parceria com a escola de música onde se formou – a tradicionalíssima Juilliard – e se apresentou no pé da Torre Eiffel para Emmanuel Macron. Nada mal.

Mas Jon Batiste tem muito a dizer, por isso a profusão de projetos e realizações. Alguns foram concluídos desde nossa primeira entrevista com o músico, há dois anos, como a estreia da sua American Symphony no Carnegie Hall; outras, permanecem em andamento, como um ambicioso musical sobre a vida de Jean Michel Basquiat. Nesse meio tempo, Jon se tornou um dos artistas mais populares do planeta – apenas para desaparecer de cena nos meses seguintes.

Com a esposa – a escritora Suleika Jaouad – com a saúde fragilizada devido a um câncer, Jon se retirou do The Late Show with Stephen Colbert, onde era o líder da banda, e passou a recusar qualquer oportunidade. Apenas com a melhora de Suleika é que Batiste voltou a compor e gravar da única forma que sabe fazer: intensamente. Foi quando se mudou para o lendário estúdio Shangri-La a convite de Rick Rubin, onde trabalhou em mais de 100 novas músicas. 

O resultado estará no álbum World Music Radio, uma coleção de 21 faixas que reúnem canções com vinhetas de locução, levando o ouvinte em uma viagem por regiões interestelares do universo, guiado por um griot intergaláctico chamado Billy Bob Bo Bob.

Jon Batiste e World Music Radio

Com feats que vão de Kenny G a Lil Wayne, Batiste parte em uma missão ousada: expandir o conceito da música pop, transformando-a em uma linguagem universal. Esse é o mesmo mote que permeia todo o trabalho de Jon: uma vivência musical intensa que habita tanto as ruas de Nova York quanto as salas de concerto mais respeitadas. 

Criando uma ponte entre o erudito o e pop, Jon Batiste continua a se desafiar – seja como ator, no musical inspirado pelo filme e livro “A Cor Púrpura”, seja na democratização da arte.

Celebrando este novo momento direto de um terraço em Londres, Batiste conversou de forma franca com o Tenho Mais Discos Que Amigos!, recapitulando tudo que aconteceu nos últimos anos e suas esperanças para o futuro (que podem incluir até uma casa no Brasil!). 

Confira o papo abaixo.

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TMDQA! Entrevista Jon Batiste

TMDQA!: Oi Jon, como você está? É um prazer estar falando com você. Pelo que entendi, você está em Londres, é isso?

Jon Batiste: Isso aí, London Calling!

TMDQA!: Nada mal! Eu tentei fazer essa entrevista acontecer quando você estava aqui no Rio para o C6 Fest [confira aqui a nossa resenha], mas fiquei feliz que está rolando dessa forma – porque agora eu sei como é Jon Batiste no palco. Então quero começar aí, no lugar onde você parece estar mais à vontade, porque você entra numa onda muito livre, de exploração e improviso. Queria saber como é pra você entrar nesse lugar – você se anima antes do show? Se acalma? Medita? Faz uma oração?

Jon: Sim, eu falo com Deus. Eu gosto de entrar num espaço que, depois de falar com Deus, eu sinto fluir pelo meu corpo. É tudo sobre as sensações, não sobre pensar. Sinta, não pense. Sinta, flua com seu espírito. Sinta. É tudo sobre o movimento do espírito através de você. Você não está fazendo nada, está apenas canalizando aquilo tudo. Eu não gosto de ficar muito empolgado antes de uma performance. Eu gosto de entrar nesse espaço de ser um vaso e deixar que a performance fale por si mesma.

TMDQA!: Ah, e fala, isso eu posso te dizer! No final do show, eu me senti no meio de uma second line de New Orleans, só que era no Rio e a Lia de Itamaracá estava lá, então ao mesmo tempo parecia um Carnaval. Agora que você já esteve aqui, onde você diria que a sonoridade de New Orleans e a do Brasil se cruzam?

Jon: África! (risos) A diáspora africana é muito poderosa e foi pelo mundo, se manifestou de formas diferentes. Está manifesta no Brasil, em New Orleans e também em outras partes do mundo. Seja quando você vai para o Haiti ou Havana ou qualquer parte da diáspora africana, você pode ouvir, ver e sentir o gosto disso. Parece que somos primos, somos parentes. Ter a Lia como parte do show me fez entender a importância dela para fazer essa conexão na atualidade, ela é uma lenda viva, mas também uma artista contemporânea. É assim que eu vejo o trabalho que eu faço, um fio de conexão entre a cultura, a música e expandindo a música popular. Foi uma grande bênção estar lá.

TMDQA!: Pra mim também. Quer dizer, participar de tudo. A gente não estava no palco, mas se sentia parte.

Jon: Pois é!

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TMDQA!: E eu também fiquei feliz de falar com você depois que saiu o artigo que você escreveu para o New York Times, que foi muito impactante. Você fala muito sobre olhar para trás para seguir em frente, sobre o esforço real que foi necessário pra você chegar onde chegou. E volta sempre à ideia de que as pessoas não sabem de fato quem você é. Se o Jon que você cita no artigo, de 17 anos, visse o Jon de 36 anos, ele se reconheceria? Acho que a verdadeira pergunta é: você tinha uma ideia diferente de quem era naquela época, se comparado com hoje?

Jon: Ele iria se reconhecer. Ele se reconheceria, me reconheceria. Acho que a parte de si que é a mais verdadeira, como a parte criança que temos aqui dentro, é a parte que sabe exatamente quem somos, desde o primeiro dia. Eu também tento me manter em contato com isso e foi o que me permitiu ir adiante em momentos em que eu não conseguia, pensava em abandonar tudo ou duvidava de mim mesmo. Eu sempre soube disso e o mundo é que tem que me alcançar. Eu escrevi aquele artigo porque é a minha experiência. Claro que agora eu estou trabalhando com a Juilliard para mudar a cultura da escola e obviamente, meu trabalho, como já falamos, tem o objetivo de expandir e mudar percepções negativas e marginalizadas e fazer as pessoas se sentirem como a comunidade que somos.

Mas também escrevi porque sei que muitas pessoas mundo afora podem se conectar. Pessoas que tiveram que lutar para conseguir alguma coisa, alguns que estão fazendo isso agora mesmo podem ver alguém que tem uma noção percebida de sucesso e uma jornada que eles não entendem e que é igual a eles. Todos temos essa criança interna que está nos dizendo, a versão deus de nós mesmos, que foi criada para ser a melhor forma de nós… Eu me reconheceria, porque essa é a parte pela qual estava lutando o tempo todo. 

TMDQA!: Ela sempre esteve lá, né?

Jon: Sim!

TMDQA!: Você citou a Juilliard e eu penso que a academia talvez seja a última fronteira para o pensamento de que o treinamento clássico, o jazz pertence às salas de concerto. Você faz o oposto, leva a música onde as pessoas estão, às ruas, literalmente. Como então criar essa ponte? Acho que você pode ser o nosso “agente infiltrado” (risos). Como então derrubar algumas portas que mantém a música respeitada, mas não compartilhada?

Jon: Acho que quando as pessoas pensam em instituições, muitas vezes há uma atitude – pelo menos entre alguns grupos – de ser anti-instituição. O pensamento é de que se você faz parte de uma, é porque você não é a favor do povo, que você não é a favor de se conectar com as lutas diárias das pessoas. Você é mais a favor de status e hierarquias. Mas eu sou prova de que é possível estar em uma instituição e ser um disruptor, para levar as coisas a uma comunidade mais ampla e conectada, e tornar isso voltado para as pessoas. Eu acho que é importante ter as pessoas de ambos os lados. Pessoas que levam as instituições, seus conhecimentos e… Porque eu não sou anti-instituição. Eu na verdade penso que coisas como conservatórios e salas de concerto são importantes, se estão personificadas na comunidade, se estão ali para servir a todos e não apenas alguns. Então se der para criar isso com arte, é possível.

Não estou no governo, não sou político, sou artista. Por acaso, sou um artista que estudou muito e trabalhou em coisas que me colocaram em uma posição única culturalmente. Eu conheço bastante sobre o passado e tenho a habilidade de me conectar, de ter vivido nessa época, com os millennials, com a geração da internet, e me coloca na posição de criar mudanças com a minha plataforma em uma variedade de formas. Das mais baixas às mais altas. Penso sobre de onde venho e semana que vem vou tocar para o presidente da França, estou em Londres, estou recebendo prêmios, participando de projetos incríveis. Mas sou a mesma pessoa que vem de onde venho. Então consigo criar conexões de formas amplas e diversas. Então por que não faria isso? Sabe (risos)? Faz sentido pra mim que eu seja responsável por fazer isso.

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TMDQA!: Com certeza. Agora, estou feliz em saber que teremos um disco novo seu vindo aí! E já ouvimos Be Who You Are, que é na verdade um ótimo resumo do que você está tentando fazer com esse disco. É o tipo de colaboração que parece surpreendente, se você considerar que é uma música com Camilo, New Jeans, J.I.D. e Cat Burns. Mas quando se ouve, faz total sentido! Onde você acha que o seu som e os deles se encontram?

Jon: Acho que estamos em uma era em que a música pop e a world music – como gostamos de categorizar – são cada vez mais sinônimos. E o que quero dizer com isso é que não é necessariamente pop ou world music, e o que esses termos significam – ou deveriam significar. “Música popular” é a forma mais democrática e é por isso que quero abraçá-la e, com esse novo disco, expandi-la. Gosto da ideia do que significa, que é música para as pessoas, sejam elas jovens ou velhas, ou de onde quer quer sejam. É só música para a maioria das pessoas se conectarem e congregarem. A música popular deveria ser mais do que só alguns sons e algumas faixas etárias. E está se tornando dessa forma.

Esse disco não é só um tipo de som, são várias sonoridades incríveis e artistas colaborando. Estava pensando nisso, falando sobre isso recentemente. Você tem uma artista como a Rosalía, por exemplo. Ela não deveria estar apenas nos prêmios de música latina, porque ela pra mim é a música popular. Se você pensar no que aconteceu no Grammy, onde a Beyoncé – com todo respeito a todos os artistas -, mas Beyoncé, que é uma das maiores, no topo da sua carreira, é uma artista que também é a música popular, que é a cultura em si. Agora estamos num lugar onde ambas as coisas estão sendo elevadas ao mesmo espaço, onde as pessoas podem mostrar suas percepções que antes eram de culturas marginalizadas. Agora está tudo aberto. Pode haver uma música popular, ou um artista popular e cultural. Não tem que ser só um artista pop ou um artista que faz música cultural. Estou muito aberto a preencher essas lacunas e expandir isso com o próximo álbum. 

TMDQA!: Eu diria que você conseguiu – digo isso tendo ouvido só metade do álbum antes da nossa entrevista. Mas você está em todo lugar, no bom sentido. A dinâmica de rádio do disco é algo que foi intencional para que você se permitisse explorar o que quisesse?

Jon: Sim! A rádio é algo que existia como um lugar pra gente se juntar para ouvir e é até hoje uma realidade global. A forma como entendemos e como nos relacionamos com ele, a importância que tem é algo que ainda faz parte da nossa mitologia coletiva. Dependendo do lugar, o rádio tem significados diferentes, mas é muito importante que essa narrativa costure o disco. É importante para as pessoas entendam o que estou dizendo e a filosofia disso.

Muitos dos artistas com quem trabalhei nesse disco, suas habilidades são muito diversas e eles fizeram coisas incríveis, mas não tiveram a chance de fazer tudo que queriam até esse disco. Estou pensando em pessoas com quem trabalhei, alguns são músicos incríveis que você nunca saberia, porque só ouviu falar deles como produtores de hip hop ou música popular, e não podem mostrar tudo que sabem fazer. Estou muito empolgado de lançar esse disco no mundo, porque é uma mistura muito forte de tudo isso que estamos conversando aqui. 

TMDQA!: Com certeza. Antes de encerramos, queria colocar o papo em dia. A última vez que nos falamos foi quando você tinha sido indicado e obviamente estava prestes a ganhar seu primeiro Oscar. Agora, dois anos depois, você vai fazer seu primeiro papel como ator, em A Cor Púrpura. Depois de ter feito tanta coisa, você ainda sente nervoso quando acontece algo pela primeira vez?

Jon: Claro, acho que é algo incrível ter a oportunidade ter de estar na linhagem de tanta gente grande, que eu admiro, estar no grupo de pessoas que ganharam prêmios como Oscar, Grammy, isso tudo. Mas também acho que é uma oportunidade de fazer um bom trabalho. É o que eu mais amo. Isso me permite ficar focado, porque chego a mais pessoas que abraçaram a arte [que faço] e querem mais dela, e isso me permite a continuar criando. É o que me mantém mais motivado, sou muito motivado pelo processo criativo, estou sempre criando. É um meio de sobrevivência para mim. Amo poder continuar.

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TMDQA!: Aliás, quando você dorme, Jon? (risos) Você está em todas, mesmo tendo se afastado do Late Show. Você parece estar em velocidade máxima o tempo todo.

Jon: Sabe, foi algo curioso quando eu saí do programa. Eu estava fazendo o Late Show, estava trabalhando no meu último disco, trabalhando em tudo que tive antes do disco, como Soul – enquanto fazia meu disco, também tinha a trilha do filme, com o Trent [Reznor] e Atticus [Ross] -, também fazia várias projetos fora o programa, muitas performances. Aí fomos indicados ao Grammy, ganhamos e naquela época surgiram ainda mais coisas. Então minha esposa, que é o amor da minha vida, ficou muito doente. Tudo isso levou a um ponto em que eu tive que, por alguns meses, me afastar do mundo, por quase meio ano. Isso tudo um pouco antes do Grammy e depois também.

Após o Grammy, houve um momento em que eu saí do Late Show, estava garantindo que minha esposa sobrevivesse. Estava realmente dizendo não para todas as oportunidades. Houve um momento em que, num universo alternativo, eu teria saído direto do Grammy para uma turnê mundial (risos) e faria mil coisas. Mas fiquei muito feliz que isso não aconteceu. Minha esposa está muito melhor agora, ela está aqui comigo na Europa, vamos tirar um tempo de férias, ela está muito melhor. E naquele período, quando ela começou a melhorar, estávamos viajando pelo mundo e pude processar um pouquinho do que aconteceu. Acho que vou levar três discos para processar tudo que aconteceu! Mas foi um momento em que pude viajar com ela, quando melhorou um pouco, nós nos encontramos com Rick Rubin, o produtor, e ele disse “você deveria ir a Shangri-La”, porque eu já estava começando a escrever algumas coisas e gravar.

Então comecei esse disco em agosto do ano passado, em Shangri-La, morei lá por um mês. Estava gravando e fazendo colaborações que viraram mais de 100 ideias de músicas, melodias… Até coisas que já estão no mundo, como a música com a Lana Del Rey, aconteceu quando ela estava no Shangri-La. Foi o começo de World Music Radio, agora estamos no final, o processo criativo chegou ao fim, está concluído, estamos colocando no mundo, o tempo voa. Então realmente encorajo as pessoas a irem com calma, porque é fora da temporada que as bênçãos vêm, é quando a criatividade e as epifanias chegam. Eu tive um momento onde, por causa do que estava rolando na minha vida, eu peguei uma estrada que era a oposta do que você imaginaria que aconteceria. Ao invés de ir com a onda, fomos para outro lado. Isso levou a essa disco. Em muitas formas, era o começo desse disco. É por isso que estou muito empolgado para essa nova temporada, venha o que vier. Não sei onde vai dar.

TMDQA!: Ainda no clima de colocar o papo em dia, quando nos falamos, você estava prestes a estrear sua sinfonia no Carnegie Hall, o que já aconteceu.

Jon: Isso!

TMDQA!: Parabéns! E trabalhava no seu musical sobre o Basquiat. Alguma novidade nessa frente?

Jon: Ainda estou trabalhando no musical, mas a sinfonia vai fazer parte de um filme que vai sair. Durante esse tempo, enquanto estávamos no auge do Grammy e o que aconteceu em 2021 e 2022, houve uns seis meses que foram documentados e colocados num filme, sobre a criação da American Symphony. Foi antes de saber que tudo isso ia acontecer, tudo isso que estamos falando aqui. Claro, não tinha como prever o futuro, mas queria documentar a criação da sinfonia, então documentamos isso e muito mais coisas que aconteceram. Vai ser lançado em algum momento desse ano, então você vai poder ver os bastidores da criação da sinfonia, a apresentação dela e depois quero fazer mais apresentações. Mas antes quero lançar o filme, que se chamará American Symphony.

TMDQA!: Ah isso me deixa feliz. Eu adoraria ter visto ao vivo, mas era um pouquinho longe pra mim (risos). 

Jon: Pois é!

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TMDQA!: Jon, sei que tenho que te liberar. Espero que esse disco te traga muitas coisas boas, estaremos daqui ouvindo. E que te traga de volta para o Brasil.

Jon: Não vejo a hora de voltar! Quero ir à Bahia!

TMDQA!: Nossa, eu também. Eu nunca fui, acredite.

Jon: Ah, eu quero ir. Quero comprar uma casa no Brasil. Vou comprar uma casa aí! Minha esposa vamos nos mudar pra algum lugar aí.

TMDQA!: Já que estamos falando do Brasil, teve alguma coisa que te surpreendeu enquanto estava aqui?

Jon: Me surpreendeu o quanto parecia com a minha casa. Realmente me senti em casa. Eu não sabia que me sentiria tão à vontade. Foi uma surpresa agradável.