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"Samba é resistência": Ailton Krenak e Twry Pataxó falam sobre origens indígenas do samba ao Podcast TMDQA!

O samba está muito ligado à resistência no Brasil, e não apenas dos negros como dos povos indígenas; ouça Podcast TMDQA! com Ailton Krenak e Twry Pataxó.

Ailton Krenak e Twry Pataxó falam sobre origens indígenas do samba ao Podcast TMDQA!
Arte: Bruce Rodrigues

Principal movimento musical e cultural do Brasil, o samba tem suas origens ligadas aos imigrantes africanos no Rio de Janeiro nos anos 1910.

Mas, assim como em muitas áreas, a contribuição dos povos originários do nosso país para o gênero foi invisibilizada nas últimas décadas.

Em entrevista ao Podcast Tenho Mais Discos Que Amigos! (áudio/vídeo), a chef, artesã e líder comunitária Twry Pataxó falou sobre o projeto Marujos Pataxó, que realiza shows, documentários e oficinas sobre o samba indígena no sul da Bahia.

Segundo ela, a história do samba também passa pela resistência dos indígenas brasileiros diante das explorações que sofreram, como o massacre conhecido como “Fogo de 51”, que aconteceu no território de Barra Velha:

Pros capitães não saberem que havia encontros políticos entre povos indígenas, eles anunciavam: ‘tal dia vai ter um samba, estão todos convidados’. Mas os mais velhos sabiam que aquilo não era um samba, e sim uma forma de chamar para unir. Pra ter uma reunião, um encontro pra falar das coisas ali de dentro do território.

Na realidade o samba pra nós é um símbolo de resistência. Quando houve o massacre aqui na minha aldeia, muitos índios foram mortos, muitos foram torturados, muitas índias foram estupradas. Eles fugiram e não quiseram mais voltar. Então foi através do samba que conseguimos trazer essas pessoas de volta pras suas origens.

Assista ao corte em vídeo ao final da matéria!

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Assista Podcast TMDQA! com Ailton Krenak e Twry Pataxó

No novo episódio do Podcast TMDQA!, que você pode ouvir logo acima, o ambientalista e escritor Ailton Krenak ainda falou sobre a importância do resgate da cultura ancestral do Brasil, a criação do Ministério dos Povos Indígenas e a realização do Censo 2022.

Ele lembrou artistas como Milton Nascimento, que trabalhavam com instrumentos e ritmos indígenas nos anos 90, e nomes atuais como Brisa Flow e Kaê Guajajara trazendo de volta não apenas a musicalidade, mas também as problemáticas desses povos.

O programa vai ao ar todas as sexta-feiras e você pode ouvir e assistir de graça nos apps de streaming e no YouTube. Participe das gravações com a gente e entre para o Grupo Secreto clicando aqui.

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