Foi a partir do ano de 1990, quando lançou seu segundo álbum chamado I Do Not Want What I Haven’t Got, que Sinéad O’Connor intensificou o seu ativismo político. E um fato em específico foi o ponto de partida para isso.
Num dia 24 de agosto, há quase exatos 33 anos, a cantora irlandesa não permitiu que o hino nacional dos Estados Unidos fosse executado antes de um show seu em Nova Jersey.
Acontece que a casa de shows Garden State Arts Center – hoje PNC Bank Arts Center – tem como política tocar “The Star Spangled Banner”, a música oficial do país, antes de cada evento.
Mas Sinéad O’Connor tinha a sua própria política: por acreditar que hinos nacionais são “patriotismo exagerado” e “não têm nada a ver com música”, como ela já disse, a artista não se apresentava em locais que tinham essa prática.
Sinéad O’Connor sofreu represália por impedir execução de hino nos EUA
A casa de shows cedeu ao pedido de O’Connor e o show aconteceu sem maiores problemas, mas a cantora viveu uma verdadeira perseguição política nas semanas seguintes.
Indignado com a não-execução do hino, um senador do estado de Nova York iniciou uma campanha pelo boicote de shows da irlandesa, e algumas estações de rádio americanas retiraram suas músicas da programação.
Houve até o relato de um funcionário de um supermercado em Beverly Hills que foi demitido após cantar “The Star Spangled Banner” na cara de Sinéad O’Connor, que fazia compras no local.
Abaixo, você pode conferir uma gravação ao vivo da ótima “The Emperor’s New Clothes” feita na mesma época do incidente.
As causas defendidas por Sinéad O’Connor
Sinéad O’Connor nos deixou cedo demais no último mês de julho, aos 56 anos, e ao longo de toda a carreira sempre levantou bandeiras sobre saúde mental e direitos das mulheres.
Por conta disso, a saudosa cantora não teve o devido reconhecimento como compositora e ficou conhecida como uma artista “excêntrica”.
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