Pabllo Vittar está nos preparativos do seu show da edição de estreia do The Town e promete apresentar ao público um novo universo, tanto musicalmente quanto nas performances.
A talentosa cantora, que apesar de explorar mais o Pop em suas canções já provou ser fã de bandas de Rock e Metal, fará no evento a sua aguardada primeira apresentação acompanhada por uma banda.
Em conversa exclusiva com o TMDQA!, a artista apontou o que a presença dos músicos pode agregar em sua performance marcada para o dia 10 de setembro, no Palco The One:
Eu acho que é para deixar ainda mais grandioso, sabe? Para que seja realmente uma celebração da minha carreira. Eu quero trazer as pessoas para um universo que elas ainda não conhecem da Pabllo. Parece que quando a gente está lá é ‘Ah, é a Pabllo, a gente conhece tudo’, mas eu quero mostrar algo novo, tanto musicalmente, como performaticamente falando.
Pabllo ainda falou que, apesar de já fazer mudanças nos arranjos de sua música em shows nos quais não conta com uma banda, no The Town o resultado vai acabar sendo “mais visceral”. Ela ainda declarou aos fãs:
Vocês podem esperar arranjos novos, surpresas durante as músicas, que vocês não estão acostumados a ouvir. Nossa, eu tô muito ansiosa!
Pabllo Vittar no The Town
A apresentação de Pabllo Vittar contará ainda com a participação especial de Jup do Bairro e de Liniker. Segundo a cantora, a escolha das artistas foi motivada pela força e potência que elas têm no palco e vai funcionar como um “Pabllo convida”, em que serão apresentadas músicas de todas as artistas.
No último dia do festival, o The Town também contará com os shows da cantora alemã Kim Petras e de Gloria Groove. Ao falar sobre a importância de um dia tão representativo para a comunidade LGBTQIA+ no evento, Pabllo apontou:
É importantíssimo. É necessário, é valiosíssimo, porque, amor, o mundo é diverso e eu acho que, quando a gente tem um dia pra gente ser exaltado, pra gente ser visto, isso mostra pras outras pessoas que se inspiram na gente que elas também são vistas, que elas também são aceitas e abraçadas, entendeu? Ainda mais por um festival desse porte, é muito bom que a gente veja o quão plural o nosso público é.
E eu fico muito feliz que o The Town tenha esse pensamento de trazer realmente uma pluralidade de sonoridades, de artistas, de públicos. E que isso tudo seja fundido num espaço de respeito, de amor, porque é pra isso que eu acho que os festivais são feitos — pra que haja uma junção, porque no dia a dia a população já é tão segregada, né? Cada um no seu nicho. E ali não, ali está todo mundo pra ouvir música, pra curtir o show, e é isso. Não tem espaço para preconceito, indiferença, nada disso.
Na entrevista, a cantora também comentou mais alguns detalhes sobre a produção do seu show e falou sobre seu disco mais recente, AFTER, que apresenta remixes do álbum Noitada (2023). Leia o papo na íntegra logo abaixo!
TMDQA! Entrevista Pabllo Vittar
TMDQA!: Pabllo, pra gente começar, eu queria saber como foi receber o convite para participar da edição de estreia do The Town, que tem o intuito de levar o formato do Rock in Rio pra São Paulo, e como está sua expectativa para o show?
Pabllo Vittar: Nossa, eu fico até tremendo, né? Porque sou fã do Rock in Rio já, do festival em si, por trazer meus artistas favoritos. E agora aqui em São Paulo, a primeira vez do The Town. Eu me senti muito lisonjeada de fazer parte dessa primeira edição, porque vai ser realmente um marco, vai ser histórico — tanto pro festival em si, que vai dar esse pontapé inicial, quanto para minha carreira, porque vai ser um show muito único, muito pessoal, de exaltação da minha carreira, com a Jup [do Bairro] e a Liniker que vão estar lá abrilhantando. E vai ser meu primeiro show com banda, então tô muito ansiosa!
TMDQA!: Eu quero saber exatamente sobre isso! Sua apresentação vai ter a participação da Jup do Bairro que, inclusive, participou do remix de “Descontrolada” e você ainda vai ter um encontro inédito com a Liniker, né? O que te motivou a convidar essas artistas para o show e o que o público pode esperar das performances?
Pabllo Vittar: Eu sou muito fã delas. Eu conheço elas antes de ser Pabllo Vittar, antes de tudo. Eu conheci a Liniker em um show que ela fez em Uberlândia, lá na minha cidade. Nossa, antiga. Eu era feiona e ela sempre linda já! E a Jup eu já conhecia o trabalho dela das coisas que ela fez com a Linn [da Quebrada] e de todo o movimento que elas trabalharam juntas, e agora a Jup com a carreira solo também arrasando, quebrando tudo.
O que me motivou foi a força que elas têm no palco, a potência que elas têm. E eu acho que vão ser momentos bem específicos ali do show, que vão dar um “punch” bem legal. A Jup vai fazer “Descontrolada” comigo e a gente vai ter uma outra música dela também, que a gente vai cantar juntas. E é bem uma coisa Pabllo convida, sabe? Elas vão cantar músicas minhas e eu delas também, então vai ser um sururu bem legal. Comecei os ensaios já há algum tempo, com balé e com banda, e fiz um ensaio com Liniker que foi, assim, emocionante, somar minha voz com a dela.
TMDQA!: Quais são os maiores desafios no momento de montar um show para um grande festival como o The Town?
Pabllo Vittar: Nossa, tudo. Um só não tem, são vários. Olha, a gente se preocupa muito desde o repertório, porque é pelo repertório que a gente vai contar essa história, né? Então, a gente pensou em cada detalhe, cenografia, o que a gente vai levar pro palco, como a gente vai apresentar isso pra vocês, porque é um festival muito grande. Então, a gente quer levar o show à altura, sabe?
Está todo mundo bem alinhado, todo mundo bem já nos detalhes, porque é bem difícil você fechar um show. Porque imagina, eu tenho cinco álbuns, de cinco ter que escolher… poxa, é muito difícil. Por mim eu cantaria os cinco álbuns. Mas a gente fez uma seleção bem legal.
TMDQA!: Falando sobre a banda, que você já adiantou… Você publicou fotos e vídeos dos ensaios e, recentemente, disse que independente de banda, você é a responsável por fazer o show acontecer…
Pabllo Vittar: [risos] Gente, você é muito rápida.
TMDQA!: Eu queria saber o que a presença da banda tem para complementar na sua apresentação?
Pabllo Vittar: Eu acho que é para deixar ainda mais grandioso, sabe? Para que seja realmente uma celebração da minha carreira. Eu quero trazer as pessoas para um universo que elas ainda não conhecem da Pabllo.
Parece que quando a gente está lá é “Ah, é a Pabllo, a gente conhece tudo”, mas eu quero mostrar algo novo, tanto musicalmente, como performaticamente falando. Eu acho que vai agregar, vai trazer isso. Mas como você mesma disse, com banda ou sem banda, eu sou o show, amor. Eu tenho o axé. E não adianta ser bonita e não ter axé, né?
TMDQA!: E falando exatamente sobre essa “Pabllo que as pessoas ainda vão conhecer”, você já demonstrou ser fã de várias bandas de Rock e Metal, como Angra, e chegou a cantar com o Bring Me The Horizon no ano passado. O quanto ser acompanhada por uma banda te ajuda a ter mais liberdade criativa para pensar em novos arranjos para as músicas? O público pode esperar uma sonoridade diferente nas performances de algumas faixas durante o show do The Town?
Pabllo Vittar: Sim, e o mais legal disso é poder fazer essa mistura. Porque mesmo sempre fazendo o show sem banda, eu sempre estou mudando os arranjos, eu sempre estou fazendo as coisas. Mas ali, com a banda, fica uma coisa mais visceral, né? Até na hora. Então vocês podem esperar arranjos novos, surpresas durante as músicas, que vocês não estão acostumados a ouvir. Nossa, eu tô muito ansiosa!
TMDQA!: Pabllo, sua apresentação vai acontecer no mesmo dia dos shows da Kim Petras e também da Gloria Groove…
Pabllo Vittar: Como assim, eu não vou ver a Kim? Eu pensei que eram dias diferentes.
TMDQA!: Tenho quase certeza que é no mesmo dia. Dia 10.
Pabllo Vittar: Eu tô chateada, você me deixou triste agora.
TMDQA!: Não fica não! Eu vou falar sobre uma coisa tão boa desse dia, que é saber justamente o quão importante é ter um dia tão representativo para a comunidade LGBTQIA+ em um evento como o The Town?
Pabllo Vittar: É importantíssimo. É necessário, é valiosíssimo, porque, amor, o mundo é diverso e eu acho que, quando a gente tem um dia pra gente ser exaltado, pra gente ser visto, isso mostra pras outras pessoas que se inspiram na gente que elas também são vistas, que elas também são aceitas e abraçadas, entendeu? Ainda mais por um festival desse porte, é muito bom que a gente veja o quão plural o nosso público é.
E eu fico muito feliz que o The Town tenha esse pensamento de trazer realmente uma pluralidade de sonoridades, de artistas, de públicos. E que isso tudo seja fundido num espaço de respeito, de amor, porque é pra isso que eu acho que os festivais são feitos — pra que haja uma junção, porque no dia a dia a população já é tão segregada, né? Cada um no seu nicho. E ali não, ali está todo mundo pra ouvir música, pra curtir o show, e é isso. Não tem espaço para preconceito, indiferença, nada disso.
TMDQA!: Com certeza. Falando um pouco sobre seus trabalhos, recentemente você lançou o AFTER, que funciona como um segundo ato do disco Noitada, em que você traz uma série de novas colaborações. Eu queria saber quem é a Pabllo que os fãs encontram ali, e por que você decidiu fazer esses remixes dessas faixas?
Pabllo Vittar: Todos os meus álbuns sempre vão vir ou com deluxe ou com um álbum de remixes. Menos o Batidão Tropical que eu acho que não fazia sentido, tinha que ser regional mesmo.
Mas quando eu decidi fazer o Noitada, na minha cabeça eu já tinha visão de que eu queria fazer um segundo ato estendendo essa história, sabe? Por que acabar só em uma noitada? A gente precisa de um after pra poder trazer esses artistas, pra poder colocar luz nesses produtores que a galera já ama ouvir mas que não são tão conhecidos. E nada mais justo do que trazer pessoas da comunidade, mulheres, produtoras, artistas.
Eu fiquei muito feliz de poder reunir todas as pessoas que eu gosto. Foi um sopão, sabe? E o resultado é isso mana. Muita aplicação, muito bate panela e ali os fãs podem encontrar uma Pabllo divertida, solta, encorajada, sem medo. É isso, essa sonoridade me traz isso.
TMDQA!: Você teve shows na Europa e após o The Town você segue para uma turnê norte-americana. Me conta como é para você ter essa troca com o público de fora e ver seu trabalho chegando em tantos lugares do mundo?
Pabllo Vittar: Eu acho foda em diversos aspectos. Um por eu ser do Brasil, outro por eu ser drag queen, gay, e ser de um país que é um dos mais ultrapassados em questões de respeito e de diversidade. Acho que a gente tem que aprender muito ainda pra poder sanar esses problemas de preconceito.
Mas poxa, eu fico muito feliz quando eu vejo “sold out” em Paris, em London, you know honey? [risos]. Eu fico muito feliz porque porra, é um viado do Brasil, caralho! E porque a gente vai cada vez mais ocupando espaço: ano que vem vou fazer Ásia, vou pro Japão também. E é isso que eu quero que as pessoas que gostam de mim acreditem que elas também podem, sabe?
Por mais que as pessoas às vezes tentem descredibilizar meu trabalho e falar “Ai, é A, é B”, gata, só eu sei o que eu faço, só eu sei o que eu passo. Ninguém vai calçar os meus sapatos e vai fazer o que eu faço. Então, menos. É o que me dá força, é o que me move, sabe? Tipo, “Vai mona, você vai conseguir, quebra tudo, vai!”. E eu estou ótima, estou muito ansiosa, mas assim já: “Meu Deus, eu preciso tomar minhas vitaminas”.
TMDQA!: Pra gente encerrar, eu li que Noitada e AFTER ainda vão ganhar uma terceira sequência. Queria saber se os fãs podem esperar esse projeto ainda este ano ou vai ser algo um pouco mais pra frente?
Pabllo Vittar: Eu só não vou te responder essa pergunta porque a minha vida é uma doidice. Se eu falo uma coisa e depois mais pra frente tem que mudar, nossa. Mas a gente já está trabalhando nesse projeto. Mas eu não posso falar que vai sair agora. Me desculpa. Mas tá vindo!