Rap

Chuck D (Public Enemy) diz que relação dos EUA com armas é “uma doença”

Chuck D, do Public Enemy, está divulgando sua nova graphic novel e afirmou considerar "doentia" a relação dos americanos com as armas.

Chuck D (Public Enemy)
Foto de Chuck D via Shutterstock

É de conhecimento da maioria que os Estados Unidos, historicamente, mantêm uma cultura armamentista.

Tal relação, aliás, já acarretou muitos problemas por lá, como tiroteios em escola, acidentes domésticos e mortes sem controle nas ruas, como destacou recentemente o lendário rapper Chuck D, do Public Enemy.

Divulgando sua nova graphic novel, o músico, que montou o icônico grupo de Hip Hop nos anos 1980 como resposta para a violência e o preconceito racial, afirmou ao The Guardian que considera “doentia” a relação da sociedade americana com as armas e lamentou que o panorama siga o mesmo nos dias atuais.

Chuck D ressaltou também o quanto o próprio Rap foi afetado por essa doença, já que as armas são assunto recorrente em músicas e fazem parte da vida dos artistas do gênero (via The Guardian):

As pessoas estão confusas e irritadas. Ainda na semana passada uma mulher negra foi baleada porque estava furtando uma loja. Ela estava apenas roubando uma loja! E foi a polícia! Muitos rappers foram perdidos em tiroteios. É uma doença e uma epidemia que permeou e se manifestou através da música.

Na reportagem para o jornal, Chuck D lembrou de seu amigo Jam Master Jay, integrante do Run-D.M.C. assassinado em Outubro de 2002, e do rapper Young Dolph, morto em Novembro de 2021. O artista, hoje com 63 anos, ainda reforçou que pelo menos 75% das mortes no Hip Hop nos EUA foram causadas por armas de fogo.

Triste realidade!

Chuck D falou sobre a trajetória do Public Enemy

Também na entrevista, o músico relembrou a trajetória do Public Enemy, que, em 2020, foi homenageado pelo Grammy com o troféu Lifetime Achievement Award, cuja função é celebrar o legado conquistado por grupos e artistas.

Para ele, o cenário do Hip Hop foi marcado pelo Public Enemy, que queria estimular as pessoas a refletirem:

Vocalmente não havia grupo mais rápido, nenhum grupo mais barulhento, nenhum grupo mais forte. As palavras eram nossas balas. Mas nossa mensagem era: não se trata de eu ter uma arma, mas de ser um pensador.

A graphic novel de Chuck D, Summer of Hamn, é anunciada como uma representação da violência armada nos Estados Unidos e você pode adquiri-la aqui.

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