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Mitski acerta em cheio e faz de seu novo disco um confessionário sobre amor e solitude

"The Land Is Inhospitable and So Are We", sétimo disco da carreira de Mitski, foi influenciado por Caetano Veloso, "Fargo" e mais.

Mitski - This Land Is Inhospitable And So Are We
Mitski – This Land Is Inhospitable And So Are We

Mitski, artista nascida no Japão mas radicada nos Estados Unidos, tem uma carreira curta mas bastante prolífica.

Lançando seu primeiro disco de estúdio em 2012 como um projeto de faculdade, a cantora e compositora mostrou logo de cara que sabia misturar elementos dos mais diversos para colocar mente e coração em letras que se relacionam com o público, principalmente aquele que está nos seus 20 e poucos anos.

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De lá pra cá, veio uma cadência interessante de quase um disco por ano, e em 2023, Mitski está chegando ao sétimo disco da carreira com The Land Is Inhospitable and So Are We.

O TMDQA! foi convidado para ir até a Cidade do México onde ouviu o disco antes mesmo do lançamento e viu um show intimista e exclusivo no Teatro De La Ciudad.

Agora em solo brasileiro, podemos afirmar: o novo disco de Mitski é um dos mais poderosos do ano, um ponto alto em sua carreira e o público que se relaciona com suas palavras está cada vez mais devoto.

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Novo Disco da Mitski

Curtinho, do jeito que um bom disco soa em 2023, The Land… é uma verdadeira aula sobre gravação, produção e, principalmente, sobre como traduzir para o mundo o que um artista vê, ouve e sente quando está transformando sua vida em canção.

Mitski resolveu criar um verdadeiro confessionário para falar sobre relacionamentos, amor, sentimentos e solitude, e para tanto convidou uma orquestra de 17 pessoas que aparece em várias das canções.

Essas vozes fazem toda a diferença em um disco voltado às canções mais lentas, daqueles que você não põe para ouvir de fundo enquanto faz outra coisa, mas sim coloca na vitrola e ouve com calma.

Com instrumentais diretos e simples, a voz da cantora toma conta de tudo enquanto o ouvinte se relaciona com diversas das frases ditas por ela sobre viver, amar, quebrar a cara e se recuperar.

Ainda que passe uma sensação de solidão, parece que a mensagem central tem mais a ver com solitude, e mesmo que as letras soem amargas em diversos momentos, ao final temos a impressão de que Mitski é uma pessoa que passou a entender a vida com a sua própria companhia, e não tem problema em falar sobre passagens dela que tenham sido marcadas, bem ou mal, por outras pessoas.

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Letras pessoais e Público apaixonado

No México, eu pude ver de perto a paixão do público justamente por conta dessas letras cantadas nos discos anteriores de Mitski.

Na primeira parte do show, vieram as músicas novas e os fãs ouviram tudo com calma e muito respeito, já que o disco ainda não havia saído e as letras não tinham sido decoradas.

Entre cada faixa, gritos de “casa comigo” e “Mitski, hermana, ya eres mexicana” (“Mitski, irmã, você já é mexicana”) traziam aquela famosa sensação de estar perto dos Beatles no auge da Beatlemania. Até flores foram arremessadas ao palco e presentes foram deixados aos pés da artista.

No Bis, ela cantou canções já consagradas como “Francis Forever” e “A Pearl”, e o teatro veio abaixo como provavelmente viria daqui a algum tempo com as novas músicas se um show rolasse por lá mais uma vez.

Não há dúvidas de que a fanbase de Mitski irá decorar essas canções de cabo a rabo e, mais uma vez, se identificará com o que ela tem a dizer.

Dessa vez, porém, em um formato mais intimista, reduzido, próximo dos ouvidos e inspirado em nomes como Caetano Veloso, Scott Walker e a trilha sonora de Fargo.

Ouvir o novo disco da Mitski é fazer uma viagem sonora que passa por cidades que podem estar no interior do Brasil, do México ou dos Estados Unidos, e todas elas se cruzam no mesmo lugar: a vontade de seguir em frente apesar de tudo.

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