A gente te contou aqui que Roger Waters foi acusado de antissemitismo no documentário The Dark Side of Roger Waters. Agora, o ex-integrante do Pink Floyd se manifestou a respeito da produção feita pela organização britânica da comunidade anglo-judaica Campaign Against Antisemitism.
Através de seu próprio site, Waters rebateu as acusações e tratou como “enganosa” a condução do filme que sugere as posições antissemitas do artista, além de citar o processo judicial que enfrentou no início deste ano na Alemanha:
O filme da CAA manipula filmagens e citações para servir à sua agenda e é muito enganoso em vários aspectos. O que ele diz sobre minha última turnê, ‘This Is Not A Drill’, repete uma série de mentiras que já foram desmascaradas, muitas vezes não apenas por mim mas nos tribunais alemães, depois das tentativas de banir meu show por lá.
As palavras ofensivas que mencionei entre aspas em um e-mail há 13 anos foram as minhas ideias de brainstorming sobre como tornar os males e horrores do fascismo e do extremismo aparentes e chocantes para uma geração que pode não entender totalmente a ameaça sempre presente.
Eles não são a manifestação de qualquer intolerância subjacente, como sugere o filme. Muito pelo contrário. Tenho tentado expor os males do fascismo desde que soube da morte do meu pai lutando contra fascistas na Segunda Guerra Mundial.
A longa declaração de Roger também reforçou seu comprometimento com os direitos humanos, sem distinção de gênero, credo ou raça:
Durante toda a minha vida usei a plataforma que minha carreira me deu para apoiar causas nas quais acredito. Acredito de forma passional nos Direitos Humanos Universais. Sempre trabalhei para tornar o mundo um lugar melhor, mais justo e mais igualitário para todos os meus irmãos e irmãs, em todo o mundo, independentemente da sua etnia, religião ou nacionalidade, desde os povos indígenas ameaçados pela indústria petrolífera dos EUA até as mulheres iranianas protestando por seus direitos.
É por isso que sou ativo no movimento de protesto não-violento contra a ocupação ilegal da Palestina pelo governo israelita e o tratamento escancarado que este dispensa aos palestinos. Aqueles que desejam confundir essa posição com o antissemitismo prestam um grande desserviço a todos nós.
Por fim, Roger deixou claro que não é capaz de lembrar de todas as falas que teve na vida, especialmente as feitas há mais de uma década. Ele ainda dirigiu um pedido de desculpas às pessoas citadas no documentário que teriam se ofendido com seus comentários:
A verdade é que sou tagarela e propenso à irreverência, não me lembro do que disse há 13 anos ou mais. Trabalhei de perto durante muitos anos com muitos judeus, músicos e outros. Se perturbei as duas pessoas que aparecem no filme, sinto muito. Mas posso dizer com certeza que não sou, nem nunca fui, um antissemita – como testemunhará qualquer pessoa que realmente me conheça. Sei que o povo judeu é um grupo diversificado, interessante e complicado, tal como o resto da humanidade. Muitos são aliados na luta pela igualdade e justiça, em Israel, na Palestina e em todo o mundo.
Convenceu?
Documentário coloca Roger Waters como antissemita
O filme da Campaign Against Antisemitism, que você confere ao final da matéria, utilizou como personagens Norbert Statchel, ex-saxofonista de Waters e Bob Ezrin, produtor musical que participou de The Wall, disco lançado pelo Pink Floyd em 1979.
Os proeminentes músicos de origem judaica foram entrevistados pelo jornalista da BBC John Ware e Ezrin chegou a dizer no vídeo que Roger teria se referido ao agente da banda, Bryan Morrison, como “a merda de um judeu”.
Roger Waters no Brasil
Vale lembrar que, em Outubro e Novembro, Roger Waters tem shows no Brasil. As apresentações acontecerão em Brasília (24/10), Rio de Janeiro (28/10), Porto Alegre (01/11), Curitiba (04/11), Belo Horizonte (08/11) e São Paulo (11/11). Você pode saber como garantir seu ingresso neste link.
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