Música

A traição e o guarda-roupa: a história de "Mr. Brightside", clássico do The Killers

O The Killers acaba de comemorar 20 anos de "Mr. Brightside", clássico do Indie Rock. Conheça a história da música que mudou a carreira da banda!

The Killers - Mr. Brightside e outros hits dos Anos 2000
Reprodução/YouTube

O finalzinho de setembro reservou para o The Killers uma data especial para o seu maior hit: “Mr. Brightside” está comemorando 20 anos de lançamento e mostrando que envelheceu muito bem e continua popular entre jovens fãs.

Um riff de introdução que anima qualquer ambiente (e um tanto difícil de tocar, diga-se de passagem), eleito o nono melhor do século 21 pela revista Total Guitar, e uma letra sobre transformar uma traição em fortalecimento emocional.

Essa foi a receita do single lançado em 2003 e depois regravado para o disco de estreia da banda no ano seguinte, o Hot Fuss, que acabou se tornando uma das canções definitivas do que foi a onda avassaladora do Indie Rock nos anos 2000.

A faixa cruzou o oceano e, no Reino Unido, é a que ficou por mais tempo nas paradas com 378 semanas – mais de sete anos. Só no Spotify ela tem 1,9 bilhão de plays, o triplo da segunda mais tocada, “Somebody Told Me”.

Mas chega de números. Vamos falar da tragicômica história da composição desse verdadeiro clássico?

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A história de “Mr. Brightside”, do The Killers

O primeiro ato é a tragédia: no auge de seus 20 e poucos anos, o vocalista Brandon Flowers trabalhava como mensageiro de um hotel em Las Vegas. Quando foi buscar a gravata que havia esquecido na casa da namorada, descobre que ela estava com outro homem.

Nessa mesma época, ele foi o único a responder a um anúncio de “procura-se um cantor” publicado pelo guitarrista Dave Keuning, e os dois passaram a ensaiar juntos… no guarda-roupas de Keuning.

Aí vem a comédia, ou no mínimo uma belíssima história: foi ali que o guitarrista criou a introdução icônica e Flowers colocou os famosos versos confessionais:

  • Now they’re going to bed / And my stomach is sick / And it’s all in my head (Agora eles estão indo para a cama / E meu estômago dói / E está tudo na minha cabeça)
  • But she’s touching his chest now / He takes off her dress now / Let me go (Mas ela está tocando o peito dele agora / Ele tira o vestido dela agora / Deixe-me ir)

O próprio Dave Keuning contou essa história no livro The Killers: Days & Ages (via Independent):

Eu tinha um microfone ligado lá dentro e as roupas ajudavam a abafar o som. Eu não podia controlar o barulho dos meus vizinhos, do meu colega de quarto ou das buzinas dos carros na rua, então era um estúdio improvisado bem bacana.

Eu tocava, o Brandon cantava como se fosse uma cabine de vocal e fazíamos pequenas demos. Naquele dia eu estava tocando minha Gibson SG dentro do guarda-roupas e esbarrei nesse riff.

O resto, como dizem, é história: hoje em dia, temos literalmente estádios lotados cantando a música a plenos pulmões, como você pode ver pelo vídeo abaixo!

Continua após o vídeo

Relembre os dois clipes de “Mr. Brightside”

Uma última curiosidade é que essa música rendeu videoclipes em suas duas versões.

O da primeira é em preto e branco e mostra o The Killers tocando em uma sala vazia, enquanto o da versão que entrou em Hot Fuss (2004) acompanha toda a estética de “belle époque” do álbum e é inspirado no filme Moulin Rouge!, de 2001.

Você pode assistir às duas versões abaixo!