A gente sabe que o Rock Alternativo é uma das etiquetas mais abrangentes da música, e muita gente recorre ao termo quando não sabe definir muito bem o som de uma banda.
O estilo ganhou esse nome no final dos anos 1970 inspirado pela revolução “faça você mesmo” do Punk Rock, e passou a definir qualquer disco ou canção que não tivesse um forte apelo comercial, em oposição à música Pop.
Só que o próprio Rock Alternativo também se tornou popular nos anos 1990 e 2000 graças ao alcance da MTV e da internet, e o gênero passou a ter características musicais mais claras, como o experimentalismo, a psicodelia, a mistura de estilos e a atitude “de garagem”.
Pensando nisso, o TMDQA! selecionou 10 álbuns que ajudam a contar essa história de evolução do Alternativo, partindo de bandas como Joy Division e Pixies e chegando até representantes mais jovens como The Strokes e Arctic Monkeys.
Confira as explicações abaixo, e não deixe de ler também as nossas listas de discos e músicas que definem o Emo, o Grunge, o Shoegaze e o Reggae.
1. Joy Division – Unknown Pleasures (1979)
O primeiro e único disco do Joy Division com Ian Curtis em vida não teve nenhum single lançado e não atingiu nenhuma parada global, e mesmo assim é considerado precursor do Post-Punk, do Rock Alternativo e um dos trabalhos mais cultuados de todos os tempos.
Músicas como “Disorder”, “Shadowplay” e “Transmission” mostram o flerte entre New Wave, agressividade e letras sobre saúde mental, sem falar na capa icônica que estampa milhares de camisetas por aí.
LEIA TAMBÉM: 10 discos do Rock Alternativo que não têm nenhuma música ruim
2. Sonic Youth – Daydream Nation (1988)
O quinto disco da banda de Kim Gordon foi o primeiro a garantir atenção mundial à banda por sua mistura de Noise, Indie e Art Rock em faixas como “Silver Rocket” e “Teen Age Riot”.
Ele foi gravado com a banda fazendo “jams” ao vivo em estúdio, captando muita improvisação e uma certa dose de caos nos vocais de Kim — tanto que se tornou um álbum duplo.
3. Pixies – Doolittle (1989)
Exatos 10 anos após o Unknown Pleasures, Doolittle é o primeiro álbum desta lista a receber oficialmente a classificação de Rock Alternativo, sem a necessidade de outras tags para descrever o som.
Os Pixies definiram as bases do estilo com músicas dançantes como “Here Comes Your Man”, outras explosivas como “Monkey Gone to Heaven” e experimentais como “Hey”, fazendo uma ponte fantástica entre os anos 80 e 90.
4. The Cure – Disintegration (1989)
Um dos discos mais populares desta seleção, Disintegration explora o lado mais contemplativo do Alternativo, com toques de Shoegaze e Rock Gótico que viriam a marcar presença com mais força em bandas do estilo nos anos seguintes.
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A banda de Robert Smith tinha alcançado a fama com o disco anterior que tem “Just Like Heaven”, e agora queria mostrar mais profundidade com canções lindas como “Lovesong”, “Pictures of You” e “Lullaby”.
5. R.E.M. – Automatic for the People (1992)
O grupo de Michael Stipe já tinha 12 anos de carreira, seis discos e muitos sucessos no catálogo quando lançou Automatic for the People, que guardava mais clássicos como “Man on the Moon” e “Everybody Hurts”.
Em uma entrevista na época, o vocalista acabou definindo o Rock Alternativo ao falar sobre as músicas do álbum: “ele é um pouco lento, estranho pra cacete, mais acústico e guiado pelo teclado e com menos bateria”.
6. Pavement – Crooked Rain, Crooked Rain (1993)
O grande sucesso do single “Cut Your Hair” em 1993 refletiu a intenção do Pavement de fazer um som mais acessível em seu segundo disco, já que o primeiro foi voltado ao Lo-fi.
Apesar disso, a banda de Stephen Malkmus se manteve em gravadoras independentes ao longo de toda a carreira, e ficou conhecida como uma versão “cult e underground” de grupos como Stone Temple Pilots e Dinosaur Jr.
7. Smashing Pumpkins – Mellon Collie and the Infinite Sadness (1995)
Com 28 músicas e sucessos como “Tonight, Tonight”, “Bullet with Butterfly Wings” e “1979”, o disco garantiu à banda de Billy Corgan o certificado de Diamante, sete indicações ao Grammy e a única vez em que eles estiveram no topo da Billboard 200.
Para este álbum que mistura Grunge, Metal e Art Rock, os Pumpkins decidiram não trabalhar com o lendário Butch Vig, que havia produzido os discos anteriores, e chamar os produtores Alan Moulder e Flood. Aqui, também, vemos uma clara influência de vários dos nomes já citados na lista.
8. Radiohead – OK Computer (1997)
Chegamos no que é provavelmente o álbum de Rock Alternativo mais conhecido da história, e considerado por muitos um dos melhores de todos os tempos e estilos.
O terceiro disco da banda de Thom Yorke é um clássico e mostra o melhor do gênero: muito conceito, baladas como “No Surprises”, pedradas como “Lucky” e faixas mais experimentais como “Paranoid Android”.
9. The Strokes – Is This It (2001)
O Rock era considerado “morto” antes de Julian Casablancas e companhia lançarem seu álbum de estreia, que definiu as bases do Indie Rock, que ganhou força nos anos 2000 justamente ao incorporar vários elementos do Alternativo.
Não à toa ele também recebeu a etiqueta de “Post-Punk revival”, remetendo ao Joy Division lá no início. Hits como “New York City Cops”, “The Modern Age” e “Last Nite” deixam isso bem claro.
10. Arctic Monkeys – AM (2013)
Se a banda de Alex Turner era tida como “herdeira” dos Strokes nos primeiros discos, o quinto álbum incorporou influências do Blues, Hard Rock, Garage e Psicodélico, se tornando um ícone do Rock Alternativo no século 21.
Atualmente, sete das dez músicas mais ouvidas do grupo são do AM, incluindo os clássicos “R U Mine?”, “Do I Wanna Know?” e “Arabella”.
