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Spiritbox continua mostrando que há espaço para inovar no Metal com ótimo novo EP

Com seu novo EP "The Fear of Fear", o Spiritbox volta a mostrar que há espaço para inovar dentro do Metal e tem um dos melhores lançamentos do ano. Ouça!

Spiritbox em 2023
Foto por Jonathan Weiner

Quando lançou seu disco de estreia Eternal Blue em 2021, o Spiritbox foi descrito por muita gente — inclusive aqui no TMDQA! — como revolucionário. A banda liderada por Courtney LaPlante mostrou dimensões nunca antes vistas da música pesada, ainda que suas referências sejam claras e perceptíveis e causem familiaridade no ouvinte.

Dois anos depois, isso ainda é uma grande verdade e volta a ser provado em The Fear of Fear, novo EP lançado nesta sexta-feira (3). Com os singles liberados antes, já era possível perceber: “The Void”, por exemplo, é uma expansão quase natural da sonoridade do mini-EP Rotoscope, lançado em 2022 e que explorou mais influências do Rock noventista se sobrepondo ao peso já esperado da banda.

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Penúltimo single antes do EP, “Jaded” também seguiu por um caminho parecido ao referenciar, até esteticamente, Eternal Blue. A canção soa como se pudesse estar na tracklist do disco de 2021, mas ao mesmo tempo faz parecer que a própria banda pegou o que houve de melhor na ocasião e traduziu para um novo momento de sua carreira.

Grande destaque de The Fear of Fear, “Jaded” tem um refrão impactante de dar inveja em muito artista Pop — algo que, certamente, vem da própria inspiração de Courtney em artistas mais populares, como ela já contou ao TMDQA! em entrevista exclusiva.

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Spiritbox e a arte de continuar inovando para além da estreia

Ainda antes do disco completo, o Spiritbox voltou a surpreender os fãs com o lançamento de “Cellar Door”. A faixa é um presente para quem os ouve desde a época anterior a Eternal Blue, com influências muito mais perceptíveis do Metal Progressivo que era tão presente nos primeiros trabalhos da banda; ainda assim, essa volta ao passado não vem de graça, trazendo consigo diversos elementos mais recentes.

O resultado é praticamente uma versão mais lapidada daquilo que eles fizeram no começo, quase que mostrando para os fãs saudosistas que, se quisessem, poderiam tranquilamente voltar a explorar essa sonoridade — mais genérica, é verdade, mas ainda assim cheia de identidade própria no contexto atual.

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Com a chegada do EP completo, o Spiritbox divulgou três novas músicas: “Too Close / Too Late”, “Angel Eyes” e “Ultraviolet”. A primeira acaba sendo a menos chamativa do novo trabalho, ainda que flerte com algumas experimentações mais eletrônicas que podem vir a ser interessantes se aprofundadas no futuro, enquanto a segunda mostra que o grupo ainda está totalmente disposto a explorar cenários mais pesados.

Feita pra bater cabeça do começo ao fim, “Angel Eyes” remete ao sucesso de “Holy Roller” sem tentar copiar a estética adotada na música que praticamente alçou a banda ao estrelato. Ainda assim, o grande destaque fica mesmo por conta de “Ultraviolet”, a maior comprovação do poder que o grupo tem de continuar inovando dentro de um gênero que urgentemente precisa dessa renovação.

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Dando continuidade às aventuras sonoras que fez em Rotoscope, a banda aposta em vocais mais limpos e melodias bem Pop para o início de “Ultraviolet”, que brinca com as emoções do ouvinte através de um refrão explosivo e perfeito tanto para bater cabeça quanto para cantar junto — esta fusão é justamente o grande segredo para continuar quebrando cada vez mais barreiras através da música pesada.

No segundo verso, detalhes de guitarra, bateria e baixo ajudam o ouvinte a navegar por uma das mais belas melodias vocais que ouvimos no ano, não apenas dentro do Metal mas em toda a música de forma geral.

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Para isso, o Spiritbox parece se apoiar em referências de artistas que conseguiram justamente ofuscar essa tênue linha entre o que é pesado e o que é “feito para as massas”. Como falamos acima, o Rock noventista, presente desde Rotoscope, é uma pedida certeira para servir como influência para quem tem esse objetivo.

Toda a cena Grunge, além de bandas da época que navegavam entre vários rótulos, como Garbage e The Smashing Pumpkins, parecem ter tanta importância aqui quanto os grupos mais pesados. Da mesma forma, artistas como Ariana Grande também são claras influências para as melodias, e tudo isso se soma para gerar um resultado incrível.

The Fear of Fear é, mais uma vez, um ato corajoso do Spiritbox que comprova o quanto ainda é possível inovar dentro do Metal — basta abrir a cabeça e se deixar levar por referências que fogem do lugar comum. Ouça na íntegra abaixo!

Spiritbox – The Fear of Fear