Corey Taylor (Slipknot) relembra 10 encontros marcantes com seus ídolos na música

Vocalista do Slipknot, Corey Taylor tem muitos ídolos no Rock e relembrou histórias ao lado de Ozzy Osbourne, Mike Patton, Lemmy Kilmister e mais.

Corey Taylor fala sobre possível novo álbum do Slipknot
Reprodução / YouTube

Prestes a completar 50 anos de idade, Corey Taylor é considerado um dos maiores cantores de Heavy Metal das últimas décadas em trabalhos com o Slipknot, Stone Sour e sua carreira solo, que acaba de ter o segundo disco lançado, chamado CMF2.

Mesmo assim, é claro que o vocalista também tem seus ídolos na música e ainda fica nervoso quando encontra alguém que admira muito. Isso já aconteceu com Ozzy Osbourne, Mike Patton e Lemmy Kilmister, por exemplo.

O próprio Corey contou ao portal Classic Rock histórias divertidíssimas de quando encontrou essas e outras estrelas pela primeira vez, e nós traduzimos os relatos do cantor na lista abaixo!

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Lemmy Kilmister (Motörhead)

Eu já tinha conversado com o Lemmy de passagem, mas nunca tinha saído com ele até conhecê-lo na cozinha da Gibson [loja de guitarras] na Alemanha. Estávamos nos fundos fumando pela janela como dois universitários, apenas sendo idiotas. A certa altura, ele começa a me contar uma das piadas mais sujas que já ouvi na vida: um neto e seu avô estão assistindo ao noticiário, e o avô diz: ‘o mundo está indo por água abaixo’. O neto diz: ‘me conte uma novidade’. O avô pensa por um segundo e responde: ‘sua avó aguenta o meu braço na bunda até o cotovelo’. Até hoje, é um dos melhores momentos que já tive com uma pessoa famosa.

Dimebag Darrell (Pantera)

Ele foi uma das pessoas mais engraçadas que já conheci. A primeira vez que tocamos em Dallas, Dime e Vinnie [Paul, ex-baterista do Pantera e irmão de Dimebag] vieram com vários amigos. Acabamos no strip club The Clubhouse, e eles começaram a nos deixar tão boquiabertos que nem foi divertido. Eles queriam fazer pegadinhas com as pessoas. O Clown [Shawn Crahan, percussionista do Slipknot] disse: ‘eu faço tudo que você me desafiar’. Eles pediram ao garçom um tomate recheado com as pimentas mais ardidas, e Dime disse: ‘Quanto vai custar para você comer tudo?’. E Clown respondeu: ‘não preciso do seu dinheiro’, e simplesmente comeu o tomate como se fosse uma maçã.

Fica pior. Fomos ao banheiro e usamos o mictório e tinha um pedaço de chiclete jogado em um deles. Dime disse: ‘Ok Clown, quanto custaria…’, mas antes que ele pudesse terminar a frase o Clown se abaixou, pegou o chiclete e começou a mastigar. Foi tão nojento. Dime apenas ergueu as mãos. Ele falou sobre isso até o dia de sua morte: ‘O Clown foi o único filho da puta que eu não consegui desmaiar, ele simplesmente me fodeu’.

Ozzy Osbourne

A razão pela qual o Slipknot entrou no Ozzfest [em 1999] é porque éramos a banda favorita de Jack Osbourne. Sharon nos deu um pouco mais de liberdade por causa disso. Fizemos algumas coisas malucas, mas ela dizia: ‘Tudo bem, é o Slipknot’. A primeira vez que conheci Ozzy de verdade, eu estava sentado em uma mesa com Jack, Kelly e Sharon. De repente, Ozzy aparece: ‘Sharon, você pode me ajudar com meus brincos?’, e Sharon disse: ‘Ozzy, este é um dos membros do Slipknot, é o Corey, ele é o vocalista’. Ele olha para mim e diz: ‘Vocês são os caras com nove integrantes? Eu quero ser o número dez!’. Eu fiquei pasmo! Falei: ‘Cara, você é o Ozzy, faz o que você quiser!’. Foi como conhecer o Super-Homem.

Björk

O primeiro show do Slipknot no Reino Unido foi no Astoria, em Londres, e a Björk foi nos ver. Eu não tinha ideia de que ela estava lá. Estávamos todos com jet lag e apenas curtindo, e depois a Björk foi dizer olá e ficou conosco um tempinho. Eu estava tipo, ‘Que porra é essa?’. Ela era muito, muito legal, mas era meio desajeitada, como nós. Foi tudo muito rápido. Até hoje tenho muita raiva que o Astoria fechou. Tenho tantas lembranças daquele lugar. Fui ver o Tenacious D lá em 2002 e fiquei com Jack e Kyle no bar lá embaixo. Ficamos tão malucos que decidimos que montaríamos a turnê definitiva do Slipknot com o Tenacious D. Foi uma das maiores oportunidades perdidas de todos os tempos, mas ainda estou cobrando de Jack.

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Dave Grohl (Foo Fighters)

Conheci Dave quando o Stone Sour estava gravando ‘Come What(ever) May’ [disco de 2006]. Gravamos no estúdio dele, o 606. Ele aparecia de vez em quando e nos dava uma surra no ping pong. Ele é tão agressivo quanto a isso. Quando os caras da banda passavam à frente no placar ele batia na mesa com a raquete: ‘Vamos lá! Merda!’. Ele não ficou feliz quando vencemos, digamos assim. Chegou ao ponto que eles acabaram me fazendo ir lá jogar para deixar o Dave feliz de novo, porque eu sou péssimo no ping pong. Fui jogado aos leões muitas vezes com essa banda.

Rick Nielsen (Cheap Trick)

O Rick é uma das pessoas mais legais do planeta. Ele ia assistir aos shows do Slipknot quando tocávamos em Chicago. Era quando ele tinha barba, parecia alguém que garimpa ouro. Eu conheci ele pela primeira vez através de Dave Grohl, porque aparecemos em uma música do Sound City [documentário do Foo Fighters de 2013]. Dave fez alguns shows com pessoas que tocaram no álbum, e uma vez vários de nós estávamos no avião para um desses shows. Eu estava sentado com Rick Nielsen, Rick Springfield e Pat Smear dos Foos. Os Ricks estavam com seus iPads na mão, mostrando um ao outro suas recordações com os Beatles. Nielsen tocou em alguns álbuns de John Lennon, e Springfield rebatia com algo ainda mais foda. Eu e Pat estávamos olhando um para o outro e pensando: ‘Isso é real?’.

Bryan Adams

Ouvimos dizer que ele estava vindo ao nosso estúdio em Las Vegas para conferir algumas possíveis sessões de remix, algumas inéditas também, e eu e toda a banda ficamos maravilhados. Bryan é um dos maiores cantores e compositores de todos os tempos e sou um grande fã. Estávamos gravando uma música para ‘CMF2’ quando Kevin [Churko, dono do estúdio] e o próprio Bryan Adams entraram. Todos nós olhamos para ele como fãs esquisitos, e ele olhou para mim e disse: ‘Quase não te reconheci sem a máscara!’. Não poderia ser mais divertido. Ele conversou com todos por um segundo e depois foi embora. Estou realmente ansioso para vê-lo novamente.

Metallica

Ainda me lembro exatamente onde eu estava quando ouvi ‘Kill ‘Em All’ [1983] pela primeira vez – sentado no porão do meu melhor amigo Che Schmitt. Eu estava tipo: ‘Uau, isso é incrível pra caralho’. Então conhecer esses caras foi muito surreal. A primeira vez foi quando eles foram a atração principal depois de um show do Slipknot, no início dos anos 2000. James e Jason [Newsted, ex-baixista] nos convidaram para o camarim e ficamos tão maravilhados com eles que a única coisa que conseguimos fazer foi roubar toda a comida e bebida. Eles ficaram só observando, revirando os olhos e rindo. A segunda vez que nos encontramos, James estava sóbrio e eu também, então ele disse: ‘Se você precisar conversar, se precisar de alguma coisa, é só me ligar’. Ele é um cara muito gentil.

Anthrax

Eles foram a primeira banda a realmente aceitar o Slipknot não apenas como banda, mas como amigos. Tocamos com eles no meu aniversário, dia 8 de dezembro de 1999, em Boston. Eles tocaram antes, o que foi muito estranho para nós, mas eu estava assistindo e adorando cada segundo. Eles chegaram em ‘Bring The Noise’ [versão de Public Enemy], que é uma das minhas covers favoritas, e quando começaram a segunda estrofe, John Bush jogou o microfone para mim. O que eles não sabiam é que eu decorei aquela porra de música, então peguei o microfone e fiz o segundo verso inteiro.

Cheguei muito perto de cantar em um disco deles, antes de trazerem Joey Belladonna de volta. Trocamos demos, eu escrevi letras. Eu estava literalmente prestes a pegar um avião para Chicago para gravar o álbum quando recebi uma ligação em pânico da minha gravadora, dizendo: ‘Você pode gravar um álbum com o Anthrax, mas nunca deixaremos que ele seja lançado’. Eles queriam um novo álbum do Slipknot. É uma pena que tenha acontecido assim, mas o outro lado é que eles trouxeram Joey de volta e agora estão fazendo os melhores discos da carreira.

Mike Patton (Faith No More)

Ele é provavelmente quem mais me inspirou a fazer o que faço. Ele é tão icônico e destemido, tem a tendência a dizer exatamente o que pensa. A primeira vez que o conheci foi em 2009, quando o Slipknot foi headliner do Download Festival pela primeira vez. O Faith No More havia se reunido para ser a atração principal no dia anterior, e chegamos cedo especificamente para vê-los. Eu estava nos bastidores e Mike conversava com algumas pessoas que ele conhecia. Eu não ia interrompê-lo, mas alguém com quem eu estava o conhecia, se aproximou e disse: ‘Mike, se você não se importa, Corey gostaria de conhecê-lo’. Patton se virou e disse calorosamente: ‘E aí, mano!’. Ficamos lá conversando sobre músicas e estranhezas por quinze, vinte minutos. A certa altura eu disse: ‘Estou te atrapalhando?’, e ele respondeu: ‘Não, foda-se, eu não dou a mínima’.