5 sucessos do Rock que acabaram inspirando crimes reais

Alguns fãs de Rock passaram dos limites e interpretaram letras de músicas dos Beatles, Metallica, U2 e mais como incentivo para seus crimes.

Metallica e U2
Imagens: Divulgação

O Rock sempre foi considerado o estilo musical da rebeldia e da expressão de sentimentos, mas alguns fãs levaram isso longe demais e usaram a música como pretexto para cometer atos injustificáveis.

Algumas das bandas mais importantes do estilo como Beatles, Metallica e U2 já tiveram suas canções tiradas completamente de contexto por pessoas violentas – e outras nem exigem tanta imaginação assim, como a infame “Used to Love Her” do Guns N’ Roses.

Confira abaixo esse e outros exemplos de clássicos do Rock que inspiraram crimes reais, desde o famoso líder de culto Charles Manson até tiroteios em massa nos Estados Unidos.

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5 músicas que inspiraram crimes reais

U2 – “Exit” (1987)

Em seu quinto álbum, o aclamado The Joshua Tree, a banda de Bono e The Edge compôs uma música inspirada no clássico livro A Sangue Frio (1966), de Truman Capote, que narra o brutal assassinato de uma família do Kansas, nos Estados Unidos.

Dois anos depois do lançamento do disco, um homem chamado John Bardo invadiu a casa da atriz Rebecca Shaeffer – que tinha apenas 21 anos e era uma das maiores estrelas em ascensão em Hollywood – e a matou a tiros.

No tribunal, a defesa do assassino tocou a faixa “Exit” (enquanto ele sorria e cantava junto) para justificar que Bardo havia fantasiado aspectos da letra como referências a ele e à atriz. O U2 parou de tocar essa música nos shows depois do ocorrido.

Letra

Você sabe que ele tem a cura
Você sabe que ele se perdeu
Ele costumava ficar acordado
Para espantar os sonhos que tinha
Ele queria acreditar
Nas mãos do amor
Nas mãos do amor.

Ele sentia a cabeça pesada
Enquanto ele andava sobre a terra
Um cachorro começou a chorar
Como um homem com o coração partido
No vento uivante
No vento uivante.

Ele mergulhou mais fundo no preto
Mais fundo no branco.
Ele podia ver as estrelas brilharem
Como pregos no meio da noite.

Ele sentiu a cura, cura
As mãos do amor que curam
Como as estrelas brilhantes, brilhantes lá de cima.

Uma mão no bolso
Sentindo o aço
A pistola ficou pesada
E seu coração ele podia sentir estava batendo
Batendo, batendo, batendo,
Oh, meu amor, oh meu amor
Oh, meu amor, oh meu amor.

Então, mãos que constroem
Também podem destruir
Mesmo as mãos de amor.

Glória

Metallica – “Ronnie” (1996)

Em 2002, um rapaz chamado Ronald Pituch protagonizou um “dia de fúria” um tanto bizarro: ele matou a própria mãe usando um haltere de academia porque ela se recusou a comprar cigarros para ele. Depois, ele amarrou a sobrinha de cinco anos em casa e, na fuga, esfaqueou a esmo um menino de 11 anos na rua.

O criminoso sofria de esquizofrenia paranoide e transtorno bipolar, e quando parou de tomar a medicação, ficou fixado no disco Load do Metallica – especialmente na faixa “Ronnie”, que Pituch considerou a “responsável” pelos seus atos agressivos.

Letra

A história começa
Cidade quieta
Menino de cidade pequena
Carrancudo todo tempo

Nunca fala
Nunca brinca
Caminho diferente
Perdeu seu rumo

As ruas estão vermelhas
Vermelhas, temo eu
Não há confete,
Sem festejos
Nada acontece neste lugar entediante
Mas, ó meu deus, como tudo isso mudou
E todos eles rezam
Mancha de sangue lavada

Ele disse
Perdi meu caminho
Este dia sangrento
Perdi meu caminho

Eu o ouvi, ele disse
Perdi meu caminho
Neste dia sangrento
Perdi meu caminho
Todas as coisas lavadas
Mas sangue mancha o sol de vermelho hoje

Eu sempre disse algo está errado
Com o pequeno e estranho Ronnie Long
Nunca riu, nunca sorriu
E falava sozinho por milhas e milhas
E milhas

A forca chama, filho, eu disse
Mantenha seu sorriso e ria o dia inteiro
Pense mais uma vez neste lugar entediante
Para garotos pequenos como as coisas mudam

Agora todos eles rezam
Mancha de sangue lavada

Ele disse
Perdi meu caminho
Este dia sangrento
Perdi meu caminho

Yeah, Eu o ouvi
Ele disse
Perdi meu caminho
Neste dia sangrento
Perdi meu caminho

Todas as coisas lavadas
Mas o sangue mancha o sol hoje

Bem, todas as coisas verdes morreram
Quando Ronnie se mudou para este lugar
Ele disse
Não ousem perguntar
Porquê sou amaldiçoado a ter este rosto
Bem, agora todos sabemos porque as crianças o chamavam Ronnie Carrancudo
Quando ele puxou aquela arma de seu bolso
Todos eles caíram, caíram, caíram

Ele disse
Perdi meu caminho
Neste dia sangrento
Perdi meu caminho

Yeah, yeah, eu o ouvi
Ele gritou
Perdi meu caminho
Neste dia sangrento
Perdi meu caminho
Todas as coisas lavadas
Mas sangue mancha o sol de vermelho hoje

Isso mesmo

Todas as coisas lavadas
E todos eles caem
Mas sangue mancha o sol de vermelho hoje

Todas as coisas lavadas
E todos eles caem
Mas sangue mancha o sol de vermelho hoje

Megadeth – “A Tout Le Monde” (1994)

Principal single do álbum Youthanasia e um dos maiores hits do Megadeth, “A Tout Le Monde” foi outra canção usada como justificativa para algo inexplicável, quando Kimveer Gill iniciou um tiroteio numa universidade de Montreal, no Canadá, em 2006.

Ele matou um estudante e atingiu outros 19 antes de se matar, e depois a polícia descobriu um blog em que o homem publicava fotos segurando armas e mensagens de ódio. Um dos posts dizia que a música “o convenceu” a realizar o ataque.

No mesmo ano, o vocalista Dave Mustaine disse que sentia “raiva por alguém tentar transformar uma música bonita em algo terrível”, e que Gill “não era digno” de ser fã do Megadeth.

Letra

Não me lembro onde eu estava
Quando percebi que a vida era um jogo
Quanto mais sério eu levava as coisas
Mais difíceis as regras se tornavam
Eu não tinha ideia do que isso custaria
Minha vida passou diante de meus olhos
Descobri o quão pouco eu realizei
Todos os meus planos negados

Então enquanto estiverem lendo isso, saibam meus amigos
Que eu adoraria ficar com todos vocês
Por favor sorriam quando pensarem em mim
Meu corpo se foi, isso é tudo

A todo mundo
A todos os amigos
Eu os amo
Eu devo partir
Essas são as últimas palavras
Que eu direi
E elas me libertarão

Se meu coração ainda estivesse vivo
Eu sei que certamente ele partiria
E minhas recordações deixadas com você
Não há mais nada a dizer

Seguir adiante é uma coisa simples
O difícil é o que deixamos para trás
Você sabe, os mortos já não sentem mais dor
E a vida é cicatrizada

A todo mundo
A todos os amigos
Eu os amo
Eu devo partir
Essas são as ultimas palavras
Que irei sempre falar
E elas irão me libertar

Então enquanto estiverem lendo isso, saibam meus amigos
Que eu adoraria ficar com todos vocês
Por favor sorriam quando pensarem em mim
Meu corpo se foi, isso é tudo

A todo mundo
A todos os amigos
Eu os amo
Eu devo partir
Essas são as ultimas palavras
Que irei sempre falar
E elas irão me libertar

A todo mundo
A todos os amigos
Eu os amo
Eu devo partir
Essas são as ultimas palavras
Que irei sempre falar
E elas irão me libertar

Guns N’ Roses – “Used to Love Her” (1988)

Com uma letra tão direta quanto “Eu costumava amá-la, mas tive que matá-la”, e diante dos absurdos números de feminicídio em todo o planeta, fica difícil defender a música do disco G N’ R Lies, de 1988.

A música já foi usada como peça de acusação em pelo menos dois assassinatos nos Estados Unidos em 2002 e 2012, quando homens mataram suas esposas a tiros depois de ouvir a música repetidamente, como mostraram seus aparelhos eletrônicos.

Letra

Eu costumava amá-la
Mas eu tive que matá-la
Eu costumava amá-la
Mas eu tive que matá-la

Eu tive que colocar ela
A sete palmos abaixo da terra
E eu ainda posso ouvir ela reclamar

Eu costumava amá-la
Mas eu tive que matá-la
Eu costumava amá-la
Mas eu tive que matá-la

Eu sabia que iria sentir falta dela
Então eu tive que ficar com ela
Ela está enterrada no jardim do quintal

Eu costumava amá-la
Mas eu tive que matá-la
Eu costumava amá-la
Mas eu tive que matá-la

Ela reclamava demais
Ela me deixou louco
E agora nós estamos mais felizes desse jeito

Oh, oh yeah
Entenda do jeito que é

Eu costumava amá-la
Mas eu tive que matá-la
Eu costumava amá-la
Mas eu tive que matá-la

Eu tive que colocar ela
A sete palmos abaixo da terra
E eu ainda posso ouvir ela reclamar

The Beatles – “Helter Skelter” (1968)

Um dos crimes mais marcantes da história aconteceu quando quatro seguidores de Charles Manson invadiram a casa do diretor Roman Polanski e assassinaram a atriz Sharon Tate, que estava grávida do cineasta – caso que foi eternizado no filme Era uma Vez em… Hollywood (2019).

O líder da seita era obcecado pelo The White Album (1968) dos Beatles, e acreditava que o clássico “Helter Skelter” tinha uma mensagem subliminar incentivando uma “guerra racial entre brancos e negros americanos”, que seria desencadeada após o assassinato da atriz.

Vale lembrar que “Helter Skelter” é o nome dado a uma atração de parques de diversão no Reino Unido que costuma contar com um escorregador ou tobogã em torno de um farol. A expressão também pode significar algo como “desordem”.

Exemplo de Helter Skelter em Norfolk, Inglaterra

Letra

Quando eu chego ao fundo
Eu volto ao topo do escorrega
Onde eu paro e me viro, saio para outra volta
Até que eu volte ao fundo e te veja novamente, yeah!

Você não quer que eu te ame?
Estou descendo rápido
Mas estou a milhas de você
Me diga, me diga, me diga
Vamos, me diga a resposta
Você pode ser um amante
Mas você não é uma dançarina

Helter Skelter, Helter Skelter
Helter Skelter, é!

Você não quer que eu te faça?
Estou descendo rápido
Mas não me deixe te quebrar
Me diga, me diga, me diga a resposta
Você pode ser um amante
Mas você não é dançarino
Preste atenção! Helter Skelter
Helter Skelter, Helter Skelter!
Preste atenção! Pois lá vem ela

Quando eu chego ao fundo
Eu volto ao topo do escorrega
E eu paro e me viro, saio para outra volta
E eu chego ao fundo
E te vejo novamente! Yeah, yeah, yeah!

Você não quer que eu te faça?
Estou descendo rápido
Mas estou a milhas de você
Me diga, me diga, me diga, a resposta
Você pode ser um amante
Mas você não é dançarino
Preste atenção! Helter Skelter
Helter Skelter, Helter Skelter!
Preste atenção!
Helter Skelter!
Ela está descendo rápida
Sim ela está
Sim ela está..