Música

Os 12 discos preferidos de Keith Richards, dos Rolling Stones

Com um gosto musical versátil, o lendário Keith Richards, dos Rolling Stones, revelou quais são alguns dos discos que marcaram sua vida. Confira a lista!

Keith Richards em 2013
Foto via Shutterstock

O que contribuiu para Keith Richards se tornar um dos nomes mais emblemáticos da história do Rock and Roll?

Bom, além de toda a sua habilidade enquanto guitarrista dos Rolling Stones e também como compositor (que muitas vezes é esquecida!), o músico foi acompanhado ao longo de sua vida por uma bagagem musical influenciada pelo o que há de melhor do Blues, Rock e até Reggae.

Em entrevista à Q Magazine em 2021 (via Far Out), o lendário Keef compartilhou alguns de seus discos preferidos, citando nomes excepcionais do Delta Blues e do Reggae, além de ídolos responsáveis por fazer uma geração se apaixonar pelo Rock e que, de certa forma, foram importantes referências para tornar o guitarrista britânico de 79 anos quem ele é.

Confira a seguir a lista com 12 discos que marcaram a vida de Keith Richards e algumas explicações sobre cada uma das obras!

Os 12 discos preferidos de Keith Richards, dos Rolling Stones

Billie Holiday – Lady Day

A escolha inicial de Richards teve um peso especial por ter sido uma forma de homenagear um dos artistas que sua mãe lhe apresentou. Ao falar sobre o disco Lady Day, lançado em 1954 por Billie Holiday com uma compilação de seus sucessos, Keith declarou:

Tenho mesmo que agradecer à minha mãe. Ela tocava Billie no rádio sempre que possível, o que não era muito porque a BBC não era tão moderna.

Robert Johnson – King of the Delta Blues Singers

Outra importante recomendação de disco que moldou Keith foi feita pelo saudoso Brian Jones, membro fundador dos Rolling Stones.

O astro deixou Keith “viciado” no disco King of the Delta Blues Singers, de 1961, ao apresentar o som de Robert Johnson ao guitarrista. Sobre a coletânea, Keef contou:

Quando Brian pegou aquele disco de Robert Johnson, eu imediatamente disse para mim mesmo: ‘Quero trabalhar com Brian’. O tema de suas músicas te leva a outra área de possibilidades. [Mostra] que pode escrever uma música sobre qualquer coisa. Você não precisa confinar isso às normas populares e isso foi empolgante para Robert.

Muddy Waters – McKinley Morganfield A.K.A. Muddy Waters 

Em seguida, o integrante dos Stones citou uma obra do músico norte-americano Muddy Waters, considerado o pai do Chicago blues. Definindo o disco de compilação McKinley Morganfield A.K.A. Muddy Waters, de 1971, como o trabalho que “o mantém elegante”, Keith declarou:

Quando se trata de Muddy, fico emocionado. Ele tinha uma das vozes mais poderosas e quase indefiníveis e estava moldando a música.

Little Walter – Hate to See You Go

Seguindo a linha dos artistas de blues, Richards incluiu em sua seleção o disco Hate to See You Go, lançado por Little Walter em 1969, e explicou:

Little Walter era o gaitista de Muddy Waters, mas ele tinha uma voz incrivelmente poderosa e meio esfumaçada e escreveu algumas músicas adoráveis ​​que foram sucessos por conta própria.

Ele ainda acrescentou que Walter serviu como uma forte inspiração para ele e para os outros integrantes dos Rolling Stones:

Você não pode escrever Blues de verdade em uma folha de papel; tem que ser ouvido, tem que ser experimentado, e Little Walter é simplesmente um dos melhores nisso. Sempre fui fascinado pela forma como eles tocavam juntos, pela forma como teciam. Já passei por Brian Jones, Mick Taylor e Ronnie Wood e sempre estivemos presos a esse formato.

Slim Harpo  – Raining in My Heart

Keith Richards mostrou ser um grande admirador do “Blues do Pântano” ao incluir em sua lista um dos nomes de destaque do Swamp Blues. O gênero, pra quem não conhece, traz músicas com sonoridades calmas que exploram ruídos, com predominância da guitarra, da gaita e da bateria com o som mais abafado.

Sobre Raining in My Heart, de Slim Harpo, Keef declarou:

Ahh, a música do pântano, o Swamp Blues… sons simplesmente incríveis. Muitas pessoas não conhecem essas coisas e é um dos Blues mais sombrios.

Elvis Presley – A Date with Elvis

Passando do Blues para o Rock, Richards selecionou o disco de compilação de Elvis Presley, A Date with Elvis, não apenas por suas músicas como também por considerar o guitarrista do Rei do Rock, Scotty Moore, como um dos seus favoritos. Sobre o disco, ele explicou:

É minimalista, eu diria. Como tirar o máximo proveito de algo com a menor quantidade de ingredientes e criar a melhor refeição que você já comeu.

Buddy Holly – The ‘Chirping’ Crickets 

Outro nome do rock também citado por Keith foi o do músico norte-americano Buddy Holly. Ao citar o álbum The ‘Chirping’ Crickets, o guitarrista compartilhou:

Lembro-me de conversar com [John] Lennon e [Paul] McCartney sobre Buddy. O fato de ele estar escrevendo suas próprias músicas foi um grande impulso para nós. Naquela época você era músico e a ideia de ser também compositor era a diferença entre o verdureiro e o ferreiro.

Smokey Robinson & The Miracles – Going to a Go-Go

Ao ser questionado sobre seu disco preferido lançado pela gravadora Motown, Keith citou o grupo Smokey Robinson & The Miracles, os definindo como os grandes representantes da Motown, e escolheu o disco Going to a Go-Go:

Você podia ouvir a influência de Smokey em Diana Ross e Michael Jackson. Um ótimo compositor. Digo, ‘The Tracks of My Tears’… você pode muito bem ir e se jogar no banheiro [risos].

Otis Redding – Complete & Unbelievable: The Otis Redding Dictionary of Soul

Keith Richards compartilhou sua referência do Soul ao escolher o quinto disco de estúdio de Otis Redding quando foi provocado para dar uma sugestão de álbum para “acalmar um coração partido”:

Eu levava isso para amigos que estavam passando por momentos difíceis. Músicas como ‘Try a Little Tenderness’ não morreram com o cara que as escreveu. O objetivo de uma ótima música é que ela não se importa quando está ou onde está, se é sustentada da maneira certa – e foi isso que Otis fez.

Flying Burrito Brothers – The Gilded Palace of Sin

Comprovando seu gosto musical versátil, o guitarrista dos Stones também inclui uma obra Country em sua seleção. Ao falar sobre o disco The Gilded Palace of Sin, lançado pelo Flying Burrito Brothers em 1969, ele destacou o vocalista Gram Parsons:

Eu costumava sair com Gram [Parsons], às vezes não para o melhor. Eu sobrevivi, Gram não. Ele me transformou em um gatuno como Merle Haggard e George Jones. Ele cristalizou o Country para mim. Gram remodelou a música Country. Ele a atualizou e a tornou moderna.

Jimmy Cliff – Harder They Come

Além da música country, Keith também demonstrou sua proximidade com o Reggae, revelando que morou na Jamaica e escolhendo para sua lista a trilha sonora do filme Harder They Come, que contou com uma série de músicas de Jimmy Cliff:

Acontece que eu estava na Jamaica quando o filme foi lançado e isso realmente me lembra muito daqueles dias. Havia uma sensação incrível naquela época porque a música deles estava se concretizando.

Warren Zevon – Excitable Boy

Apesar de ser um adepto das músicas mais dançantes de Rock, Keith Richards também revelou que admira canções que o “obrigam” a pensar, como é o caso do disco Excitable Boy, de Warren Zevon:

Um dos melhores compositores de todos os tempos. Muito inteligente e outro que me fez pensar: ‘Por que não escrevi uma música sobre minha máquina de escrever?’ Você pode ouvir que este é um cara que pensa muito e está preocupado, mas não se importa em expor isso.