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Kim Thayil, do Soundgarden, diz que o termo "Grunge" era puro marketing

Em entrevista, Kim Thayil, cofundador e guitarrista do Soundgarden, falou sobre cena de Seattle, Punk Rock, Metal, MTV e mais.

Kim Thayil, guitarrista do Soundgarden
Foto de Kim Thayil via Shutterstock

Não há dúvidas de que a cena roqueira de Seattle que explodiu no mundo inteiro entre os Anos 80 e 90 ficou conhecida como “Grunge”.

A gíria norte-americana significa algo como “repugnante” e “sujo”, e acredita-se que a primeira vez que a palavra foi utilizada em relação às bandas de Seattle foi quando o cofundador da aclamada gravadora Sub Pop descreveu o EP Dry As A Bone (1987), do Green River, como um lançamento com “vocais enérgicos, amplificadores Marshall barulhentos e grunge ultra-solto que destruiu a moral de uma geração”.

De lá pra cá, muitos artistas que ficaram imensamente famosos na cena Grunge já rejeitaram o rótulo, como Dave Grohl, que chegou a dizer que esse termo não fazia sentido, e a sonoridade do que as bandas faziam à época era uma mistura de Punk, Heavy Metal e outras coisas.

Kim Thayil, do Soundgarden, diz que era “Marketing”

Quem se manifestou recentemente a respeito foi Kim Thayil, guitarrista e cofundador do icônico Soundgarden.

Durante entrevista para Pete Thorn (via Loudwire), ele falou a respeito da época em que a música do Noroeste norte-americano estava em ebulição:

Nós sabíamos que essa sonoridade era algo que não estava necessariamente rolando em outras cenas ou outras cidades. As pessoas estavam se relacionando bastante e sendo bastante puristas em relação aos aspectos do punk rock, e Seattle estava fazendo algo diferente. Todos nós estávamos bem conscientes disso.

Mas não achávamos que isso era grunge. Isso do grunge se tornou um lance de marketing mais tarde.

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Inovação e nada de “Hair Metal”

Em outro momento, Kim Thayil falou sobre como as bandas locais e contemporâneas não estavam ligadas na cena de Los Angeles que produziu nomes populares do Hard Rock e do chamado “Hair Metal”, como Guns N’ Roses, Mötley Crüe e mais:

Nenhum de nós ouvíamos hair metal. E nem é porque a gente não gostava. É que eu não tinha MTV em casa. Eu acho que eu nem tinha um aparelho de televisão em casa. Chris [Cornell] e Hiro [Yamamoto, cofundador do Soundgarden] não tinham aparelhos de TV. E quando nós tivemos acesso a uma TV, era só TV aberta.

Sabe como eu consegui ver clipes do Soundgarden na TV? Saindo em turnê. Se estivéssemos com sorte, ficaríamos em um hotel com ESPN e MTV. Então a gente conseguia ficar sabendo dos resultados do [time de baseball] Seattle Mariners e, talvez, com muita sorte, assistir a clipes de nossos amigos.

Mas eu só fui ter uma TV em casa lá por 1995.

Apesar dessa reclusão toda, ele ainda disse que o Mötley Crüe “furou a bolha” e era uma banda que ele conhecia:

A gente os conhecia sim. O primeiro disco, ‘Too Fast For Love’, nós conhecíamos bem. É uma daquelas bandas que meio que se encaixavam no que era considerado Punk Rock.

Você pode assistir à entrevista logo abaixo.