Universal Music diz que irá tirar músicas do TikTok e plataforma responde

Universal Music ameaça tirar músicas do TikTok após não entrar em consenso com a plataforma sobre suas novas medidas. Saiba mais!

Billie Eilish
Foto de Billie Eilish via Shutterstock

O Universal Music Group e o TikTok estão protagonizando uma discussão publicamente sobre a renovação do contrato entre as duas empresas.

Na noite desta terça-feira (30), o UMG compartilhou uma carta aberta em nome da gravadora e da editora sob o guarda-chuva da Universal, onde anunciou a intenção de remover as músicas de seus artistas da famosa plataforma de vídeos curtos.

O desentendimento parece ter começado nas negociações para renovar o contrato de licenciamento entre a UMG e o TikTok que expira nesta quarta-feira (31).

Segundo a gravadora, os termos sugeridos pela plataforma foram insuficientes e por isso, músicas de artistas como Taylor Swift, Drake, Billie Eilish, The Weeknd, Bad Bunny, Justin Bieber, Post Malone e Sophie EllisBextor (dona do hit “Murder On The Dancefloor” que viralizou após o lançamento de Saltburn) podem ser retiradas do catálogo do aplicativo.

No comunicado a UMG, que fechou um acordo pela primeira vez com o TikTok em Fevereiro de 2021, declarou (via NME):

Em nossas discussões sobre renovação de contrato, temos pressionado [o TikTok] em três questões críticas: compensação apropriada para nossos artistas e compositores, proteção de artistas humanos dos efeitos nocivos da IA ​​e segurança online para os usuários do TikTok.

Em relação à remuneração dos artistas, a editora aponta que a plataforma está oferecendo um valor menor comparado com a taxa que outros serviços semelhantes pagam, e ainda alegou que a empresa, hoje, representa apenas um por por cento da receita total da gravadora. A Universal ainda acrescentou:

Em última análise, o TikTok está tentando construir um negócio baseado na música sem pagar um valor justo pela música.

Universal Music e TikTok não renovam contrato

No longo comunicado, a Universal Music apontou os detalhes sobre as negociações com o TikTok e ao falar sobre a inteligência artificial, o grupo acusa o TikTok de “encorajar a criação musical” através dos recursos de IA, além de “exigir cláusulas contratuais que fariam com que esse conteúdo diluísse enormemente o conjunto de royalties para artistas humanos”, em uma espécie de movimento que contribuiria para a “substituição” de artistas por IA.

Outro assunto abordado pela gravadora foi em relação à segurança dos artistas e dos usuários dentro da plataforma, apontando que o processo para remover conteúdos que infringem as regras ou que são impróprios como os casos de deep fakes pornográficos – que foi um caso pelo qual Taylor Swift passou recentemente – são complicados e ineficientes.

A renomada gravadora também declarou que o TikTok recorreu à “intimidação”, quando foi proposto que a plataforma “tomasse medidas semelhantes às de nossas outras plataformas parceiras para tentar resolver essas questões”. Segundo a carta, a atitude foi tomada para que a Universal aceitasse um acordo de valor inferior ao anterior.

“Muito menos do que o valor justo de mercado e não refletindo seu crescimento exponencial,” declarou a UMG.

Segundo a editora, a intimidação aconteceu com o plataforma removendo “seletivamente a música de alguns de nossos artistas em desenvolvimento, mantendo ao mesmo tempo na plataforma nossas estrelas globais que impulsionam o público.”

Mesmo sabendo que a decisão de não renovar o contrato com o TikTok pode prejudicar seus artistas emergentes, a Universal declara que está firme em seu posicionamento e que “intimidações e ameaças nunca irão afastá-los de suas responsabilidades”.

TikTok responde carta da Universal Music

Os representantes do TikTok não ficaram nada contentes com a exposição da Universal Music e também se manifestaram sobre a situação.

Através de uma breve declaração, a empresa acusa a gravadora de promover uma “falsa narrativa e retórica” e aponta que a UMG está colocando a ganância acima dos interesses de seus clientes.

O TikTok alega que a UMG “optou por se afastar do poderoso suporte de uma plataforma com bem mais de um bilhão de usuários que serve como um veículo gratuito de promoção e descoberta para seus talentos” e afirma que conseguiu chegar a acordos com todas as outras gravadoras e editoras.

A empresa ainda declarou que a Universal teve “ações egoístas que não atendem aos melhores interesses dos artistas, compositores e fãs”.