Candidato ao Oscar, "Pobres Criaturas" é uma fábula excêntrica sobre liberdade e visão de mundo

Dirigido por Yorgos Lanthimos, "Pobres Criaturas" recebeu 11 indicações ao Oscar 2024 e estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (1). Leia resenha

Emma Stone em cena de Pobres Criaturas
Crédito: divulgação

Depois de ser adiado no Brasil, Pobres Criaturas, novo longa do diretor grego Yorgos Lanthimos, finalmente estreou nos cinemas nacionais nesta quinta-feira (1).

Baseado no livro homônimo de Alasdair Gray e vendido como uma fantasia que remete ao romance Frankenstein, escrito por Mary Shelley e publicado em 1818, o longa conta a história de Bella Baxter, vivida por Emma Stone.

No roteiro adaptado pelo próprio Gray junto com Tony McNamara, a trama é ambientada na Era Vitoriana e parte do suícidio da protagonista, cujo corpo é encontrado pelo doutor Godwin Baxter, interpretado por Willem Dafoe.

Aos poucos, o espectador vai entendendo como o cientista reconstruiu Bella e o quanto ele precisa daquela adorável figura desajeitada e estranha em seu cotidiano.

A cada cena, a protagonista de Pobres Criaturas evolui no seu jeito de andar e falar, aprendendo, aos poucos, a se comportar minimamente em meio à sociedade.

O processo mostra de forma deliciosa o autoconhecimento de Bella e suas descobertas ao se tornar uma mulher adulta que valoriza sua liberdade e manifesta a compaixão que seria incapaz de ser externada por qualquer ser humano corrompido pela maldade e ganância.

A jornada da personagem envolve, de início, o tímido assistente de God, Max McCandless (Ramy Youssef), que não demora a se apaixonar por Bella. No entanto, a jovem logo é atravessada pelo advogado de caráter duvidoso Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo), que lhe abre os olhos para oportunidades até então desconhecidas por ela.

A cada aventura de Bella, o espectador experimenta diversas angústias e situações hilárias, torcendo pelo desenvolvimento individual da protagonista e criando expectativa com relação ao desfecho de sua odisseia.

Entre cenários coloridos carregado por uma estética surrealista que lembra clássicos do cinema como O Gabinete do Dr. Caligari (1920), o roteiro leva Bella a traçar o próprio destino e, segura de si, ela descobre o que quer e o que não quer na vida.

A obra, que emana uma irreverência destoante dos filmes anteriores de Yorgos, também impressiona pela sua trilha sonora marcante, fotografia caprichada e figurino estonteante para atrair a atenção do público, que mergulha em universo onírico repleto de bizarrices deliciosas com um toque de humor macabro.

Não à toa, Pobres Criaturas recebeu 11 indicações ao Oscar deste ano, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Atriz, para Emma Stone, e Melhor Ator Coadjuvante, para Mark Ruffalo.

Faça suas apostas! A cerimônia do Oscar 2024 será realizada em Los Angeles, nos Estados Unidos, no dia 10 de Março com transmissão ao vivo pela TNT e HBO Max.

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