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De John Lennon a Johnny Rotten: 5 músicos que odiavam Elvis Presley

Saudoso Rei do Rock, Elvis Presley mantinha rivalidade na mídia com John Lennon e também foi detestado por outras figuras famosas da música.

Elvis Presley
Foto: Wikimedia Commons

Elvis Presley pode ser amado até hoje por uma legião de fãs, mas o Rei do Rock ganhou alguns desafetos ao longo de sua trajetória que teve o auge nos anos 1960.

Presley, que deixou a pobreza para se tornar garoto-propaganda de uma revolução sexual e musical, ao mesmo tempo em que foi símbolo do conservadorismo americano na era da Guerra Fria, tinha, por exemplo, uma rivalidade com John Lennon.

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O ex-Beatle chegou a gravar covers de Elvis e até se declarava fã do cantor; no entanto, Lennon não seguiu admirando Presley depois de conhecê-lo pessoalmente.

Como informou a FarOut, John revelou que Elvis representava tudo o que ele odiava. O mesmo vale para Johnny Rotten, vocalista do Public Image Ltd. e ex-líder do Sex Pistols, que nutria um sentimento ruim por Presley já que seus pais eram fã do cantor e Rotten tinha asco pelo gosto deles.

Pesa ainda contra Elvis a ideia de que ele teria se apropriado de elementos da história musical negra, como o Blues, em uma época em que o racismo era desenfreado.

Faz sentido ou é exagero? Confira logo abaixo cinco artistas que odiavam Elvis Presley!

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5 músicos que odiavam Elvis Presley

Johnny Rotten (Sex Pistols)

Em 1977, o anarquista Johnny Rotten, junto com os Sex Pistols e seu empresário, Malcolm McLaren – que pertencia à geração que cresceu com Presley – falou sobre a morte do cantor.

Johnny, que não tem papas na língua, afirmou que estava feliz em ver Presley pelas costas. “Boa viagem para esse lixo ruim. Eu não dou a mínima, e ninguém mais dá também. É muito divertido fingir simpatia, é tudo o que eles estão fazendo”.

Anos mais tarde, Rotten deu mais detalhes sobre sua antipatia com a figura de Presley:

Elvis é absolutamente irrelevante. Ele era algo que meus pais gostavam, então eu naturalmente o dispensei. De qualquer forma, nunca gostei muito de rock ‘n’ roll, (embora) não deseje a morte de ninguém. Já tive exemplos muito mais terríveis (do que Elvis) de perto e pessoalmente para realmente me preocupar com alguém como ele.

John Lennon

O também saudoso John Lennon chegou a gravar covers de várias músicas de Elvis com os Beatles. Na verdade, ele era fã declarado do artista, e certa vez disse:

Nada mexeu comigo até ouvir Elvis. Sem Elvis, não existiriam os Beatles.

Porém, segundo relatos, assim que os dois se conheceram, Lennon percebeu que Presley era tudo o que ele odiava, e o sentimento era mútuo.

“Para John, foi um momento muito desiludido porque ele adorava os discos de Elvis, e por isso descobrir que ele era um fanático sulista de direita foi um grande choque. Da mesma forma, Elvis via Lennon como um jovem sabe-tudo de Liverpool que havia conquistado sua coroa. Ele usurpou Elvis e [Elvis] ficou muito ressentido”, disse o veterano DJ Bob Harris – que entrevistou Lennon no The Old Gray Whistle Test em 1975.

Big Mama Thornton

Um dos sucessos mais famosos de Presley é “Hound Dog”, mas a canção pertence à lenda do Blues Big Mama Thornton.

Apesar do sucesso da versão original, que vendeu meio milhão de cópias, três anos depois Presley estourou internacionalmente e ofuscou a narrativa de Big Mama.

Ela não ganhou quase nada com seu hit e, certa vez, explicou:

Recebi um cheque de US$500 e nunca vi outro.

De acordo com seu biógrafo Michael Spörke, no livro Big Mama Thornton: The Life and Music, Thornton se referiu a “Hound Dog” durante uma apresentação em 1969 no Newport Folk Festival como “a gravação com a qual enriqueci Elvis Presley”. Supostamente, ela descreveu isso em outro show como “uma música da qual fui roubada”. Complicado…

Wynton Marsalis

Outra figura que está perfeitamente consciente das ofensas culturais de Elvis Presley é o aclamado trompetista de Jazz Wynton Marsalis. Um dia, o nativo de Nova Orleans chamou o Rei do Rock de “desagradável”.

Ele disse ao San Diego Union-Tribune:

Para mim, Elvis representava alguém que – porque o nosso país não estava pronto para abraçar um artista negro e torná-lo o número 1 – tornou-se o número 1 por causa da sua interpretação do que algumas pessoas negras faziam. O que tornou tudo desagradável é que tínhamos pessoas que conseguiam fazer isso melhor do que ele, mas que não podiam ser aceitas naquela época por causa da cor da pele.

Dolly Parton

Notoriamente, Elvis queria fazer um cover de “I Will Always Love You”, hit de Dolly Parton que chegou ao primeiro lugar em 1973. A cantora, inclusive, se sentiu lisonjeada em um primeiro momento, mas logo se voltou contra Presley qunlando ele disse que queria pelo menos metade do contrato de publicação.

Em entrevista ao podcast Living and Learning with Reba McEntire em 2020, Dolly relembrou a situação e falou:

Eu chorei a noite toda. Ah, acabei de imaginar Elvis cantando. E eu sei que Elvis adorava [a música]… mas é verdade. Eu disse não.

Antes, em entrevista à Rolling Stone em 1980, Parton disse que não desejava ser uma estrela como Presley, pois sentia que Elvis personificava o que havia de errado com a fama e a riqueza:

Não quero ser uma estrela se não tiver vida. Não estou disposta a ser como Elvis, que não teve vida pessoal. Se eu quiser ir ao cinema, simplesmente vou ao cinema. Se quero sair para jantar, saio para jantar, porque sinto que não tenho motivos para ter medo das pessoas.

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