Deputada dos EUA apresenta projeto de pagamento mínimo para músicos nas plataformas digitais

Congresso americano irá analisar proposta que prevê criação de fundo para que Spotify e outras plataformas remunerem músicos sem intermediários.

Rashida Tlaib, deputada dos EUA
Foto de Rashida Tlaib via Shutterstock

Mesmo com as novas regras de remuneração de artistas anunciadas recentemente pelo Spotify e outras plataformas, a discussão sobre o valor justo que os músicos deveriam receber por cada stream está longe de terminar.

Os deputados federais americanos Rashida Tlaib e Jamaal Bowman apresentaram nesta sexta-feira (8) ao Congresso dos EUA um projeto de lei que prevê aumentar os royalties pagos por essas plataformas aos criadores.

Chamada de Lei do Salário Digno para Músicos, a proposta criaria um novo sistema de pagamento que garantiria uma parte do dinheiro dos ouvintes diretamente para os artistas.

Esse Fundo de Royalties de Compensação de Artistas teria duas fontes: uma taxa de assinatura adicional, com valor mínimo de US$ 4 e máximo de US$ 10, e outra taxa de 10% na receita externa, como a que vem dos anúncios.

Projeto de lei prevê pagamento mínimo para artistas

Se aprovada, a Lei do Salário Digno para Músicos garantiria que os artistas recebessem no mínimo um centavo de dólar por cada play. A proposta, que parece um pontapé inicial bastante discreto para uma espécie de “salário mínimo”, ainda prevê que os beneficiados sejam apenas humanos, e não músicas criadas totalmente por IA.

No X, a deputada Rashida Tlaib fez uma comparação assustadora com a remuneração paga pelas plataformas e o salário básico recebido por outras profissões nos Estados Unidos (veja o vídeo mais abaixo):

É preciso mais de 800 mil streams por mês para render o equivalente a um trabalho que paga US$ 15 por hora, e a grande maioria dos artistas em plataformas como o Spotify nunca chegam a esse número. Eu apresentei a Lei do Salário Digno para Músicos para lutar pela remuneração justa que os músicos merecem.

Vamos acompanhar se essa iniciativa prospera por lá e, quem sabe, gera repercussões aqui na política do Brasil.

LEIA TAMBÉM: Mesmo após polêmicas, Spotify renova programa de Joe Rogan por mais de R$1 bilhão