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Quem diria: graças a Barbie e Slash, Rock volta ao Oscar e ressurge em horário nobre

"I’m Just Ken", hit do filme Barbie, foi o auge das apresentações do último Oscar e contou com nomes como Slash e Wolfgang Van Halen representando o Rock.

Ryan Gosling Ken Oscar Barbie Slash Wolfgang Van Halen Mark Ronson
Crédito: Reprodução

O Rock não tem sido prioridade das grandes premiações, inclusive as de música – afinal, até o Grammy retirou a categoria da transmissão na TV. Que fase! Mas o Oscar (logo ele) veio para o resgate do gênero e colocou ninguém menos que Slash, Wolfgang Van Halen e Mark Ronson no palco.

Tudo porque Ryan Gosling, também conhecido como o Ken humano, apresentou “I’m Just Ken”, a canção tema de seu personagem no filme Barbie, maior bilheteria do último ano. O resultado foi uma performance que levou o teatro Dolby abaixo.

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Confira no final da matéria o vídeo na íntegra e continue lendo para entender a importância dessa performance e mais detalhes sobre os envolvidos!

A “Kenergia” e sinergia de dois grandes compositores

Os produtores e compositores Mark Ronson e Andrew Wyatt são colaboradores musicais de longa data, tendo trabalhado juntos em diversos projetos, com destaque para as faixas no disco de sucesso de Ronson, Uptown Special.

Não é à toa que a parceria deu liga. Ronson é um produtor e DJ britânico que já ganhou 7 Grammys e soma créditos com gente como Adele, Miley Cyrus e Lady Gaga, tornando-se  conhecido por seu estilo eclético que combina pop, funk, soul e disco, como em seus trabalhos com Amy Winehouse e Bruno Mars

Já Wyatt é um cantor, compositor e multi-instrumentista americano, conhecido como parte da banda Miike Snow. A química entre ambos deu certo e levou à composição de “I’m Just Ken”. 

Posteriormente, a música foi gravada com dois grandes instrumentistas – ao lado do baixo de Ronson, as guitarras de Wolfie Van Halen e de Slash. A cereja do bolo foi o vocal de Ryan Gosling, retomando seus dias de Clube do Mickey Mouse, de uma tímida carreira solo e principalmente de musicais como La La Land. 

Por que “I’m Just Ken” foi indicada ao Oscar?

Crédito: reprodução

Muita gente se pergunta o motivo da Academia ter esnobado Dua Lipa e sua ótima “Dance The Night”, também presente na trilha de Barbie. O motivo é que a regra do Oscar só permite que até duas músicas de cada filme sejam indicadas – e, nesse caso, “I’m Just Ken” foi a escolhida para fazer a dobradinha com a favorita (e vencedora) “What Was I Made For?”, de Billie Eilish.

A verdade é que “I’m Just Ken” é uma balada pop leve e contagiante que explora os temas de identidade, autoaceitação e a busca por reconhecimento. Na letra, Ken canta sobre suas inseguranças e frustrações por viver à sombra da Barbie. Ele se sente como se nunca fosse bom o suficiente, questionando seu valor e propósito. A música coloca em xeque os estereótipos de gênero e a pressão social para se encaixar em um ideal inalcançável.

A letra é repleta de metáforas e ironia. Ken se compara a um “Ken-tauro”, uma criatura mitológica metade homem, metade cavalo, simbolizando sua dualidade e sensação de não pertencimento. Ele também menciona a “Ken-ergy”, uma brincadeira com a palavra “energia” que representa sua vitalidade e desejo de ser visto e valorizado. Claro que tudo com bom humor, já que coloca os homens em papel de vítimas do sexismo que eles mesmos praticam.

E não foi só no Oscar que “I’m Just Ken” brilhou. A canção foi indicada ao Critics’ Choice Awards, Grammy, Globo de Ouro e Satellite Award.

A volta do Rock ao horário nobre

É fato que o Rock vem perdendo espaço na mídia tradicional. Embora seja difícil apontar apenas um motivo para isso, a realidade é que o gênero tem passado batido até nas premiações de música.

A simples decisão da produção do show do Oscar de colocar no palco um símbolo do guitar hero – Slash – ao lado de um expoente da nova geração, dono de um dos sobrenomes mais marcantes do Rock, talvez seja o espaço mais expressivo que a música com guitarras recebeu nos últimos tempos.

É bem verdade que a única forma que o Rock vem conseguindo transcender para espaços maiores é combinado com uma narrativa mais pop. Barbie é o cúmulo dessa estética, com sua trilha sonora cravejada de estrelas pop e rosa por todos os lados. 

Repercussão

O mundo do Rock notou a presença da cartola mais reconhecível das últimas décadas no palco do Oscar. Muita gente comemorou o fato de ser surpreendido com o destaque dado ao gênero e aos músicos.

O usuário do X (antigo Twitter) DaleBEAT disse que o Grammy está em um estado triste quando “o Oscar tem mais representação do Rock do que a ‘maior noite da música’, e não me venha com essa história sem sentido de que o ‘Rock está em declínio'”.

Na timeline BR, o músico Lucas Vinícius, conhecido como Lucas Inutilismo, comemorou a saudação ao Rock. O brasileiro, inclusive, se tornou uma das vozes convidadas na versão dublada do filme Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, indicado na categoria de Melhor Animação.

Slash na Barbieland: sinal de renovação?

Reprodução/YouTube

O momento dessa apresentação no Oscar tirou até Martin Scorsese de seu assento e provou que é possível reunir gerações e pessoas de diferentes nacionalidades em torno de uma música que abraça seu lado cômico e divertido, sem se levar a sério demais. 

Este talvez seja um dos caminhos possíveis para trazer de volta o brilho dos solos de guitarras para o mainstream – um cachinho de Slash de cada vez. O guitarrista do Guns n’ Roses, inclusive, foi assunto de matérias do tipo “Quem é Slash, que tocou com Ryan Gosling no Oscar”

Se isso não é prova de que o gênero precisa urgentemente dessa renovação de público, não sabemos o que é!

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