As 15 maiores influências de Alex Turner, líder do Arctic Monkeys

Confira quais são as principais bandas e artistas que se tornaram as maiores influências do talentoso Alex Turner, vocalista do Arctic Monkeys.

Alex Turner com o Arctic Monkeys em Londres, 2018
Foto de Alex Turner via Shutterstock

O Arctic Monkeys ficou conhecido como uma das bandas mais influentes do Indie Rock dos anos 2000, mas foi perceptível a mudança sonora nos outros trabalhos lançados por Alex Turner e seus companheiros nos últimos 20 anos.

Depois do disco de estreia Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not (2006) ter apresentado fortes referências a bandas como o Oasis, o vocalista do AM fez uma espécie de resgate às suas primeiras influências musicais que não necessariamente se baseavam apenas em artistas do Rock. Ao Entertainment, Turner revelou certa vez (via Far Out):

Meu pai era professor de ciências quando eu nasci, mas nessa época ele parou de ensinar física e começou a ensinar música. Ele tocava em bandas de swing e outras coisas, então isso era coisa dele. E a música que me lembro de ter pedido para ele tocar quando eu era bem pequeno era [Frank] Sinatra cantando uma música sobre como ‘há muito café no Brasil.’

As influências de outros artistas que foram citados por Alex em alguns momentos de sua carreira podem ser encontradas principalmente nos dois últimos álbuns de sua banda – Tranquility Base Hotel & Casino (2018) e The Car (2022) – que têm arranjos mais complexos, com destaque para o piano e as orquestrações.

Confira a seguir os 15 artistas que inspiraram Alex Turner e os comentários do líder do Arctic Monkeys sobre os músicos e bandas citadas.

As maiores influências de Alex Turner

David Axelrod

O jeito mais conservado de Alex Turner e suas pausas pensativas são muitas vezes expostas através de suas músicas que apresentam uma complexidade que lembram grandes compositores como o americano David Axelrod.

Sobre o produtor que era conhecido principalmente por sua orquestração exuberante e batidas groovadas, o vocalista do Arctic Monkeys declarou:

A palavra ‘produtor’ significa algo diferente na música e no cinema. Alguns dos meus discos favoritos são de David Axelrod. Ele fez muitas músicas temáticas e outras coisas. Ele é um produtor musical, mas a terminologia realmente deveria ser ‘diretor’.

 

David Bowie

Assim como diversos outros artistas, Turner também inclui entre os músicos que marcaram sua vida o lendário David Bowie. Em algumas entrevistas, o músico destacou o sexto disco de estúdio do artista britânico, Aladdin Sane, como um de seus favoritos para tocar quando estiver em sua casa em Los Angeles.

Uma forte influência de Bowie nas obras do AM pode ser visto por exemplo na faixa “Body Paint”, em que Alex faz uma interpretação semelhante ao estilo vocal único do falecido cantor.

Dion

Dificilmente você irá encontrar uma banda moderna de Rock que não tenha um veterano dos primórdios gênero como uma de suas referências. No caso de Alex Turner, o músico já revelou sua admiração por Dion, que ficou conhecido por incorporar em suas faixas elementos dos estilos doo-wop, rock e R&B e, mais recentemente, blues.

Em 2009, o vocalista da banda indie fez uma cover do clássico “Only You Know” de Dion em uma sessão acústica para WRXP.

Frank Sinatra

Como falamos acima, o icônico Frank Sinatra passou a integrar a bagagem musical de Turner desde sua infância por conta das músicas que eram tocadas em sua casa. Nos últimos anos, Alex adotou um estilo de cantar mais maduro, influenciado pelo jazz suave e que muitas vezes pode ser confundido com o estilo de Frank Sinatra.

Leon Russel

Com o lançamento de The Car, em 2022, Alex Turner mais uma vez provou que não evita expor emoções profundas e complexas em suas músicas, como nas faixas “Mr Schwartz” e “Big Ideas”, que lembram a melodia comovente de Leon Russel e seu clássico de 1970 “A Song for You”.

Leonard Cohen

O jeito de compor de Alex Turner, que destaca a arte de fazer poesia e também a de deixar os significados em aberto, lembra bastante o estilo de Leonard Cohen. Sobre possivelmente negligenciar o contexto de suas composições, Turner declarou:

Acho que vi Leonard Cohen falando sobre escrever e essa ideia, se você tirar algo de uma de suas músicas, você vai ficar tipo, ‘O que ele está falando?’ Mas no contexto de tudo, eu sinto que você sabe exatamente de onde ele vem, especialmente com um escritor como ele – você está lá com ele enquanto ouve uma música dele na íntegra ou um disco.

Ouvi-lo falar sobre a ideia de retirar algo e não fazer muito sentido é definitivamente algo que me estimulou a abordar esse álbum dessa maneira e a não ficar tão preocupado em fazer com que a coisa seja sobre o que quer que seja.

Lou Reed

Outro artista que influenciou diretamente um trabalho do Arctic Monkeys foi Lou Reed e sua banda The Velvet Underground. Alex Turner confessou em 2013 a Zane Lowe na BBC Radio 1, que o quinto disco de sua banda, AM, foi “roubado” do Velvet, mais especificamente do seu álbum de compilação VU.

 

Oasis

E como também citamos anteriormente, o Oasis não poderia faltar na lista das maiores influências de Alex Turner. É possível que o Arctic nem existisse se a cena Britpop dos anos 1990 não tivesse se destacado. O segundo disco de estúdio do Oasis, (What’s the Story) Morning Glory (1995), foi o responsável pelas primeiras colaborações entre Turner e Matt Helders. Ao Pitchfork, Alex contou:

Quando saímos da escola primária, todas as crianças formavam grupos e faziam uma apresentação, como se as meninas dançassem ao som das Spice Girls ou algo assim. Então eu, Matt e alguns de nossos amigos tocamos ‘Morning Glory’ – nós ‘tocamos’ algumas raquetes de tênis e fingimos ser o Oasis.

Patsy Cline

A música Country também influenciou as obras de Turner a partir da cantora Patsy Cline, de quem o vocalista era uma admirador declarado e que foi uma das pioneiras pela mudança do gênero, incluindo um som mais pop em seus trabalhos.

Em 2012, Alex fez uma cover da subestimada faixa “Strange” de Cline para a rádio Triple J, poucos anos depois de trabalhar na trilha sonora do filme Submarine (2010), onde possivelmente pode ter sido atraído pelo som de Patsy, já que se inspirou nas baladas pop dos anos 1960 para criar seis faixas originais para o longa.

Scott Walker

Outro músico que também esteve entre as inspirações de Alex para a criação da trilha sonora do filme Submarine foi Scott Walker. A revelação foi feita pelo diretor do longa, Richard Ayoade, que disse:

Inicialmente, a ideia era fazer algo um pouco como Scott Walker canta Jacques Brel porque parecia menos indelicado perguntar. Eu não queria pedir a ele para escrever músicas. Eu provavelmente esperava que ele fizesse isso!

Além disso, Miles Kane, que comanda a banda The Last Shadow Puppets com Turner, declarou que a música “Jackie” de Walker era a melhor escolha para definir sua amizade com o vocalista do AM.

Serge Gainsbourg

É possível observar também a influência do músico francês Serge Gainsbourg através de sua obra Histoire de Melody Nelson em mais de um trabalho criado por Alex Turner.

O disco conceitual de Serge refletiu tanto no som de baixo do disco Tranquility Base Hotel & Casino que foi gravado nos estúdios La Frette, na França, e possui uma sonoridade que vai do rock psicodélico ao pop francês, como também no disco de estreia do projeto paralelo de Turner, The Last Shadow Puppets e seu primeiro álbum The Age of the Understatement.

The Beach Boys

Outro disco muito importante na vida de Turner foi Pet Sounds dos Beach Boys, responsável por realmente fazer o artista se empolgar com o mundo da música. Ao Exclaim, ele disse:

Suponho que o motivo pelo qual me interessei por música tem a ver com [Pet Sounds]. Sempre acreditei que não há muita escolha quando você ouve esse disco. Você é forçado a sentir algo – seja você um homem de 32 ou 6 anos, como provavelmente eu estava quando ouvi isso pela primeira vez.

Já em uma entrevista à Apple Music, Alex declarou sua admiração pela obra-prima pioneira de Brian Wilson, apontando que: “Ouvíamos Pet Sounds no carro [do meu pai], e lembro-me de estar sentado lá e ficar bastante emocionado com isso”.

 

The Beatles

Alex Turner também já demonstrou algumas vezes o carinho que tem pelos Beatles. Além de ter definido Rubber Soul como um dos seus discos favoritos de todos os tempos, o artista falou sobre sua música favorita da lendária banda, destacando “In My Life”, de 1965, como uma que ele tem um forte sentimento. Ele disse:

Eu sempre adorei [‘In My Life’]. Pode ser a música favorita dos Beatles da minha mãe e do meu pai também. Tem aquele solo de órgão com George Martin tocando. Lembro-me de quando comecei a escrever músicas e letras, eu realmente queria ser capaz de escrever uma música tipo ‘I Am The Walrus’. E eu achei muito difícil. Você ouve isso e parece bobagem, mas é realmente difícil escrever esse tipo de coisa e torná-la atraente. Lennon definitivamente tinha talento para isso.

The Strokes

Apesar da sonoridade não ser tão parecida, uma das formas de Turner declarar sua admiração pelo The Strokes foi ao declamar nas primeiras linhas da faixa “Star Treatment”, logo na abertura, que  “só queria ser um dos Strokes”.

O músico, que assim como Julian Casablancas se destacou como líder e ajudou a encorajar diversos aspirantes a músicos a abraçar a guitarra, também já reconheceu a influência da banda em suas composições e fez diversas covers do grupo de Nova York em seus shows ao vivo ao longo dos anos.

 

Townes Van Zandt

Apesar de novas experimentações do Arctic Monkeys em Tranquility Base Hotel & Casino não incluírem elementos do Country, Alex Turner já deixou claro que seu amplo gosto musical passa por alguns artistas do gênero.

Em 2012, o vocalista confessou que estava conhecendo o trabalho do falecido músico country Townes Van Zandt, destacando especificamente a faixa ‘(Quicksilver Daydreams of) Maria’ do terceiro álbum autointitulado de Van Zandt. Alex disse:

No ano passado, eu estava tentando aceitar a ideia de que sou um compositor. Eu comecei a gostar de música country, com a qual nunca tive uma conexão ou entendi antes. Mas alguém como Townes Van Zandt é incrível – é disso que se trata a música, quando você ouve algo e não tem escolha a não ser pensar: ‘Oh, merda, tudo bem, então vou para lá.’ Foi isso que consegui com os registros dele.