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Acusado de transfobia, J. Cole passa vergonha após tentar provocar Kendrick Lamar e pode deletar música

Após lançar seu novo disco, J. Cole está cercado de polêmicas. O rapper foi acusado de transfobia e ainda passou vergonha ao tentar provocar Kendrick Lamar.

J. Cole detona Kendrick Lamar ao responder provocação em faixa do seu novo disco
Reprodução/YouTube | Divulgação

Um dos nomes mais aclamados do Rap, J. Cole passa por uma fase muito ruim após o lançamento de surpresa do disco Might Delete Later na última sexta-feira (5), tanto por ter fracassado ao tentar “brigar” com Kendrick Lamar quanto por péssimas escolhas de palavras em uma das faixas do álbum.

Mas vamos por partes: uma das últimas faixas a entrar na mixtape foi certamente “7 Minute Drill”, que surgiu como uma resposta à provocação de Lamar a Drake e Cole na canção “Like That”, lançada em parceria com Future e Metro Boomin há pouco tempo.

Na música, Kendrick faz referência ao single “First Person Shooter”, lançado por Drake e Cole no final de 2023, onde Cole diz ser o “MC mais forte” dos chamados Três Grandes da geração — na visão de J, o trio seria composto por ele, Kendrick e Drake.

Em resposta, Lamar fez referência a duas canções de Cole, “Stick” e “PTSD”, e declarou:

Se ele anda por aí com aquela bengala [“stick”], não é o Andre 3K / Acha que não vou avisar qual é a localização? / Eu ainda tenho PTSD / Fodam-se os Três Grandes, mano, eu sou o único.

Por sua vez, Cole trouxe sua resposta em um dos versos de “7 Minute Drill”, referenciando o fato de ter recebido uma ligação dizendo que “alguém estava me atacando”. Para provocar Kendrick, ele se referiu à discografia do colega e faz dura crítica ao álbum mais recente, Mr. Morale & The Big Steppers (2022):

Seu primeiro trabalho foi clássico, seu último foi trágico / Seu segundo som fez as pessoas dormirem, mas elas exageraram / Seu terceiro som foi um sucesso massivo, foi o seu auge / Eu estava seguindo logo atrás, mas só agora atingi o meu / Agora estou na linha de frente com uma vantagem confortável / Que irônico, assim que consegui agora ele quer algo comigo

Voltando a deixar claro que estava falando sobre Lamar, Cole ainda diz na letra que “se ele não estivesse atacando, não estaríamos discutindo sobre esses versos” e crava: “ele tem em média um verso bom a cada 30 meses ou mais”.

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J. Cole é acusado de transfobia

https://youtu.be/5KRMLBh3-N4?si=0X7m0TICnmj7pJUR

Apesar do conflito com Kendrick Lamar ter dividido opiniões, o maior erro de Cole foi realmente na música “Pi”. Ali, o cantor trouxe um verso que vem sendo considerado transfóbico por muita gente, inclusive diversos fãs de sua obra que se mostraram decepcionados com o posicionamento.

No trecho da música, ele diz:

Você é um demônio ou isso é um comportamento para o [Insta]gram? Conta pra gente / Eles invocam a quinta [emenda], eu vejo sinais de um cara trans / Na vizinhança da cultura do cancelamento, ele não é um matador, acredite em mim / Por baixo de sua identidade escolhida, ainda há uma vagina, ponto final

A ideia do rapper é tentar um trocadilho com o duplo sentido da palava “pussy”, em inglês, que pode significar tanto “vagina” quanto “covarde”; no entanto, não é exagero algum dizer que ele errou feio nessa, hein?

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J. Cole se arrepende de provocar Kendrick Lamar

Em um show no último domingo (7), J. Cole falou pela primeira vez sobre o novo lançamento e deu sinais de arrependimento. No entanto, não foi pelo suposto verso transfóbico, e sim pela provocação feita a Kendrick Lamar (via HipHopDX):

Eu estou muito orgulhoso [de ‘Might Delete Later’], com exceção de uma parte. É uma parte dessa merda que faz eu me sentir, tipo, cara, essa é a coisa mais zoada que eu já fiz na vida, sabe? E eu sei que não é isso que muitas pessoas querem ouvir.

Eu fiquei em conflito porque: um, eu conheço meu coração e sei como me sinto sobre meus colegas. Eu sou abençoado de sequer estar ao lado desses dois manos nesse jogo, quanto mais ir atrás da grandeza deles. Então eu tive esse conflito porque eu fiquei tipo, mano, eu não me sinto de maneira alguma. Mas o mundo quer ver sangue. Não sei se vocês sentem isso, mas o mundo quer ver sangue.

Para o desprazer tanto dos fãs que seguem preocupados e decepcionados com os comentários transfóbicos quanto daqueles que tinham gostado da “treta” musical, incluindo alguns nomes da indústria, como Hit-Boy e executivos da Top Dawg Entertainment, Cole seguiu em frente deixando claro que estava falando da briga com Kendrick e elogiando o colega:

Essa merda acaba com a minha paz. Então, o que eu quero dizer aqui hoje é que, no mei ode tudo isso, tentando achar um ângulo para diminuir o catálogo desse mano e sua grandeza, eu quero dizer agora, hoje… Quantas pessoas acham que Kendrick Lamar é um dos filhos da puta mais incríveis a tocar em um microfone? Dreamville, vocês amam o Kendrick Lamar, certo? Eu também.

Eu só queria vir aqui e dizer publicamente que, mano, essa merda foi a mais zoada, patética. Eu disse tudo isso para dizer que faz eu me sentir como estava 10 anos atrás, quando eu me movia da maneira errada. E eu rezo para que Deus me coloque de volta no meu propósito, no meu caminho. Eu rezo para que o meu mano não tenha se ofendido e, se tiver, meu mano, estou com o queixo a postos. Pode bater. Vou levar essa no queixo, cara. Faça o que quiser. Tá tudo bem. É amor. E eu rezo para que vocês desculpem um mano pelo erro e que eu possa voltar para o meu caminho verdadeiro. Porque eu não vou mentir pra vocês, os últimos dois dias foram terríveis. Me fizeram perceber o quanto eu vinha dormindo bem nos últimos 10 anos.

Ainda no palco, Cole chegou a dizer que (ironicamente, dado o título do álbum) iria deletar “7 Minute Drill” das plataformas de streaming. No entanto, até agora, a música continua disponível, assim como “Pi”, cujas acusações não foram abordadas pelo músico até o momento.

No álbum, vale lembrar, J. apresenta 12 faixas, incluindo parcerias com vários artistas como Ari Lennox, Gucci Mane, Daylyt, Cam’ron, Young Dro e muito mais. Ouça o novo disco do rapper aqui.