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Ai meu bolso: 5 motivos pelos quais os preços dos streamings não param de subir

A comodidade custa caro - e agora os serviços de streaming de música, cinema e TV já pesam no bolso do consumidor. Entenda os motivos!

Netflix preço streaming
Crédito: Shutterstock

Quando a Netflix surgiu da forma como a conhecemos, em um longínquo 2007, brotou no consumidor a esperança de deixar de pagar por 200 canais que não assistia em sua cara TV por assinatura. Passados 17 anos, o gasto com streaming não só não ficou mais em conta como já superou o valor de ter uma anteninha redonda em casa!

Isso porque o número de plataformas que oferecem esses serviços está expressivamente maior, e todas querem repassar para o consumidor seus altíssimos investimentos em conteúdo e programação.

Afinal, quem você acha que financia as 490 séries que a Netflix lança numa terça-feira qualquer?

O assinante como única fonte de renda – será?

assinatura streaming
Crédito: Shutterstock

Por muito tempo, o consumidor final foi a única forma de sustentação para a indústria do streaming. Então os deuses inventaram a publicidade.

Já prevendo a perda de assinantes com os constantes aumentos nos preços das assinaturas, as plataformas passaram a oferecer a opção de assistir com anúncios por uma redução considerável no valor pago. O resultado é que muita gente decidiu abrir mão de uma das maiores comodidades da era do streaming – a de não haver interrupções – para conseguir gastar menos em assinaturas.

Isso explica, também, os pop-ups recomendando singles aleatórios no seu Spotify. A empresa sueca, aliás, sempre manteve a publicidade para todos os seus assinantes, Premium ou não. Ninguém está livre de ter seu podcast interrompido por um anúncio (ou dois!).

Quanto custa assinar as principais plataformas de streaming no Brasil?

Se você pretende assinar todos os principais serviços de streaming de séries e filmes no Brasil, prepare-se para desembolsar um valor considerável. A soma dos planos mais básicos de cada plataforma pode chegar a R$271,29 por mês.

No mundo da música, pelo menos, costuma-se pagar por uma plataforma apenas, e não várias. Porém, a mais popular delas já planeja aumentar os preços – de novo. 

Mas calma, nem tudo está perdido!  Você pode reduzir esse custo consideravelmente ao analisar quais serviços realmente valem a pena para você e seu bolso.

Confira abaixo o comparativo dos planos disponíveis:

Planos básicos

Netflix:
Padrão (1 tela, SD): R$18,90
Padrão (2 telas, HD): R$39,90
Premium (4 telas, Ultra HD): R$55,90

Disney+: R$27,90

Max: R$27,90

Prime Video: R$14,90 (incluso frete grátis na Amazon e outros benefícios)

Globoplay: R$22,90

Telecine Play: R$37,90

Looke: R$16,90

Apple TV+: R$14,90

Paramount+: R$19,90

Crunchyroll: R$25,99

Combos e descontos

Combo Disney+ + Star+: R$55,90 (economia de R$18,90 em relação à assinatura individual de cada serviço)

Prime Video + Prime Channels: A partir de R$9,90 (acesso a diversos canais, como MGM, NBA League Pass e Love Nature, sem plataforma própria)

Tá, mas por que os preços das assinaturas de streaming só aumentam?

Há alguns motivos pelos quais os serviços de entretenimento continuam a ficar mais caros. Abaixo, te revelamos alguns deles!

Desaceleração

Boa parte desses serviços viveram seu auge na pandemia. Com todo mundo preso em casa, a demanda por entretenimento estava nas alturas. Depois, o crescimento foi bem mais lento – ou até contrário. Sim, a Netflix chegou a perder 1 milhão de assinantes em pouco tempo.

Isso acende o alerta vermelho, já que as contas precisam fechar. Com menos gente pagando, é preciso que se pague mais. Pura matemática. 

Contas no vermelho

A realidade é que muitas dessas plataformas ainda não são lucrativas. Elas enfrentam uma competição feroz, resultando em altos gastos com conteúdo e marketing. Esse cenário, combinado com a pressão para atrair e reter assinantes, leva ao aumento dos preços. 

Mesmo a Netflix, maior no segmento de séries e filmes, pegou empréstimos bilionários para conseguir tornar seu catálogo atrativo. A empresa está conseguindo – mas a custos altíssimos. Eles são repassados, é claro, para a base de assinantes.

Novos desafios

Mesmo quem já dominou o jogo do streaming precisa continuar evoluindo. A Netflix, o Max e o Star+, por exemplo, querem dominar o espaço dos eventos ao vivo – um dos grandes diferenciais na era do conteúdo sob demanda.

Com essas novas possibilidades, surgem outros investimentos e desafios. Quase 1 ano depois da sua desastrosa transmissão ao vivo do reencontro dos participantes de Casamento às Cegas, a Netflix aprendeu a lição, mexeu na própria tecnologia e agora já está promovendo novos eventos ao vivo que vão de torneios de tênis a especiais de stand-up! 

Marca tem preço

A maioria dos serviços de streaming entra no mercado com preços muito competitivos – é assim que eles nos convencem a assinar! Nos EUA, por exemplo, ninguém sabia inicialmente o que era um Hulu ou um Peacock – e agora muito mais gente sabe. Com o passar do tempo, seus catálogos vão ficando mais robustos e a marca mais estabelecida.

Então, chega o momento de casar o preço com o peso da empresa por trás daquele empreendimento. Nomes como Apple, Amazon e Disney não ficaram sólidos a troco de nada – não importa o quão descoladas elas possam parecer nas redes sociais ou no canal de transmissão do WhatsApp. 

Greves

greve roteiristas Hollywood
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As recentes greves de Hollywood foram marcantes, históricas, recordistas de tempo de paralisação, mas também de benefícios conquistados. Agora, os estúdios precisarão desembolsar mais dinheiro para colocar suas produções na rua, e as plataformas de streaming precisarão compensar os atores e roteiristas de maneira proporcional ao sucesso de suas produções. 

Depois de finalmente darem os braços a torcer para demandas antigas de ambas as categorias, os estúdios irão repassar todos esses custos pirâmide abaixo, até chegar em quem sustenta a base: o assinante. 

Não há almoço grátis!

A era do streaming barato definitivamente ficou para trás. À medida que o mercado se desenvolve e as empresas buscam rentabilidade, os preços continuarão a subir. 

No entanto, cabe aos consumidores encontrar maneiras criativas de gerenciar suas despesas de streaming, seja optando por planos mais econômicos, compartilhando contas (desde que não sejam da Netflix ou Disney) ou adotando estratégias de assinar apenas temporariamente algumas plataformas. 

Afinal, em um mundo onde o conteúdo é rei, a capacidade de controlar nossos gastos é mais importante do que nunca.