É difícil de acreditar, mas estamos prestes a completar um ano sem Rita Lee neste plano. Em 75 anos de vida, ela se tornou uma multi-artista e deixou livros, momentos marcantes na TV e um histórico de luta pela liberdade feminina.
Mas é claro que neste artigo vamos focar na faceta “Rainha do Rock” de Rita Lee Jones de Carvalho, e tentaremos elencar os principais discos lançados por ela em carreira solo – do pior ao melhor ou, como sempre destacamos por aqui, do “menos bom” ao melhor.
Seguindo a tradição, esta seleção não inclui compilações, discos de covers – como o sensacional Aqui, Ali, em Qualquer Lugar (2001), em que Rita traduziu músicas dos Beatles – e álbuns ao vivo, como o Acústico MTV (1998), que é considerado um dos melhores da história do programa (e que provavelmente estaria no pódio aqui).
Além disso, pensando em deixar a lista mais enxuta, excluímos alguns trabalhos que não tiveram tanta relevância artística ou não produziram hits para a cantora. Por fim, chegamos a 12 grandes álbuns, e você pode vê-los rankeados abaixo!
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Rita Lee: um ranking do pior ao melhor disco
12. Santa Rita de Sampa (1997)
Rita estava há quatro anos sem lançar discos, e sete anos sem colaborar com seu maior parceiro, Roberto de Carvalho. Depois de sofrer um acidente doméstico que quase tirou sua vida em 1996, ela decidiu se casar com ele, e no ano seguinte o casal lançou um novo trabalho.
Gravado em Los Angeles, nos EUA, Santa Rita de Sampa rendeu o single “Obrigado Não”, que tocou muito nas rádios, e ainda tem parcerias com Arnaldo Antunes em “O Que Você Quer” e com os Raimundos em “Ando Jururu”.
11. Build Up (1970)
Este foi o primeiro álbum de Rita Lee em carreira solo, lançado enquanto ela ainda estava na banda Os Mutantes e produzido por Arnaldo Baptista junto com Rogério Duprat, um dos principais nomes da Tropicália.
O trabalho não rendeu grandes sucessos, mas marcou o início de Rita como compositora e cravou a divinal imagem da artista, então com 23 anos, no imaginário popular. Por isso e toda a sua importância histórica de ser o primeiro, decidimos não deixá-lo em último.
10. Bombom (1983)
Lutando contra o alcoolismo nessa época, Rita usou as sessões de gravação desse disco como uma terapia ao lado de Roberto. Mais experimental, o trabalho flerta com a New Wave e até com o Country, tem o mega-hit “Desculpe o Auê” e músicas pesadíssimas como “On the Rocks”.
O álbum gerou muita polêmica à época por suas letras explícitas e agressivas, e chegou a ter algumas faixas censuradas pela ditadura. Foi o único da artista a ter a venda proibida para menores de 18 anos.
9. Reza (2012)
Aqui daremos um salto de quase 30 anos no tempo, direto para o último disco da carreira da Rainha do Rock. Seu trabalho de inéditas mais recente havia sido em 2003, e desde então ela vinha apenas realizando shows – mas 2012 também marcaria seu adeus dos palcos.
Com Reza, Rita fez um aceno a grandes momentos de sua discografia – como em “Tô Um Lixo” e “Tutti-Fuditti” – e a faixa-título se tornou uma das mais reproduzidas da artista nas rádios e no streaming.
8. Babilônia (1978)
Rita deixou Os Mutantes em 1972 e demorou para emplacar um trabalho forte em carreira solo – até que se juntou ao Tutti-Frutti em 1974. A banda formada no histórico bairro da Pompeia, em São Paulo, gravou quatro discos explosivos ao lado da cantora.
O último deles foi Babilônia, que já mostrava uma transição do Rock para uma sonoridade mais dançante. Ele tem o hit “Jardins da Babilônia” e outras músicas que ficaram entre as mais ouvidas daquele ano, como “Eu e Meu Gato” e “Agora é Moda”.
7. Balacobaco (2003)
No início dos anos 2000, Rita Lee Jones era uma das maiores artistas do planeta e seu novo álbum rendeu turnê pela América Latina, Estados Unidos e Portugal, além de ter atingido a marca de disco de Ouro aqui no Brasil menos de um mês após o lançamento.
Balacobaco tem a lindíssima “Amor e Sexo”, adaptada de texto de Arnaldo Jabor, a música “Já Te Falei”, que foi composta por Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, e a icônica “Tudo Vira Bosta”, de Moacyr Franco.
6. Rita Lee 3001 (2000)
Considerado um resgate da faceta mais roqueira de Rita, este disco surgiu de uma música que ela encomendou a Tom Zé para ser a continuação de “2001”, faixa dos Mutantes dos anos 1960.
Com singles incríveis como “Erva Venenosa”, “Pagu”, em parceria com Zélia Duncan, e “O Amor em Pedaços” com o Pato Fu, foi eleito Melhor Disco de Rock no Grammy Latino de 2001 e ainda rendeu um especial na TV que teve participações de Caetano Veloso e Paula Toller.
5. Flagra (1982)
Daqui em diante, entramos na época de ouro de Rita Lee entre o final dos anos 1970 e o início da década de 1980, e a posição dos álbuns depende muito da preferência pessoal de cada fã.
Como de costume, o disco nasceu de uma música encomendada pela TV Globo para Rita Lee e Roberto de Carvalho, e foi assim que surgiu o “hino definitivo das fêmeas planetárias com sotaque brazuquês”, como ela definiu a música “Cor de Rosa Choque”.
Com uma capa icônica que mostra o casal numa piscina inflável e outros hits como “Flagra”, “Só de Você” e “Brazil com S”, em parceria com João Gilberto, o álbum atingiu a certificação 2x Platina.
4. Saúde (1981)
Um ano antes, a Rainha do Rock havia lançado o último de seus discos dedicados à música Disco e New Wave, como veremos abaixo na posição 3. Mesmo censurado pela ditadura pelo teor sexual de algumas letras, o trabalho tem uma chuva de sucessos.
Está mentindo quem disser que nunca pulou Carnaval – ou dançou sozinho mesmo – ao som de “Saúde”, “Banho de Espuma” e “Tititi”, ou não se emocionou com a belíssima “Mutante”, regravada posteriormente por Daniela Mercury.
3. Rita Lee (1979)
Agora sim, mergulhamos na ruptura de Rita Lee com o Rock, quando ela passou a trabalhar com a lendária dupla Lincoln Olivetti e Robson Jorge, arranjadores e multi-instrumentistas que são ícones do Soul e do Funk brasileiro.
Este disco também marcou o início da parceria de Rita com Roberto de Carvalho, e esse encontro de talentos rendeu alguns dos maiores hits da cantora, como “Doce Vampiro”, “Mania de Você”, “Chega Mais” e “Papai Me Empresta o Carro”.
2. Fruto Proibido (1975)
O único “infiltrado” entre os álbuns mais dançantes de Rita Lee neste Top 5 é justamente um dos que ela gravou ao lado da banda Tutti-Frutti – e é o puro Rock N’ Roll.
Considerado um dos álbuns definitivos do Rock nacional, Fruto Proibido tem tudo que torna um disco seminal: muita crítica social no auge da ditadura brasileira, experimentalismo, atenção à estética e, claro, altas pedradas musicais.
Entre elas estão “Ovelha Negra”, “Luz del Fuego”, “Agora Só Falta Você” e “Esse Tal de Roque Enrow”, uma das duas faixas do disco que a cantora escreveu em parceria com o escritor Paulo Coelho.
1. Rita Lee (1980)
Se a segunda posição ficou para uma obra-prima do Rock, o topo deste ranking pertence a uma obra-prima do Pop brasileiro. Sim, a “Rainha do Rock” tinha esse poder de transitar e ressignificar tudo que era popular.
O “volume 2” da parceria com Roberto de Carvalho, Lincoln Olivetti e Robson Jorge tem apenas oito faixas, mas é daqueles álbuns concisos, perfeitos desde o início – com o mega-hit “Lança Perfume” – até o final com a icônica “Ôrra Meu!”.
No meio do caminho tem “Baila Comigo”, “Caso Sério”, “Nem Luxo, Nem Lixo” e outras canções tão bem produzidas que foram lançadas na Europa e nos Estados Unidos, consolidando a imagem de Rita internacionalmente.
Esta lista só teve clássicos, mas esse é o clássico dos clássicos!