Os povos originários brasileiros vêm clamando por visibilidade, dignidade e respeito há séculos. Nos últimos anos, embora muitos de seus direitos venham sendo atacados, suas vozes surgem mais fortes que nunca.
Isso se deve não apenas aos movimentos sociais mais organizados e a temas como demarcação de terras estarem no noticiário, mas também à presença dos artistas indígenas em palcos de destaque, ocupando festivais e casas de shows pelo país.
Neste 19 de abril, o Dia dos Povos Indígenas, aproveitamos a oportunidade para te mostrar alguns dos trabalhos musicais mais instigantes feitos no Brasil. São canções que falam por si só, mas que trazem ainda a identidade e a força de quem se recusa a diluir sua própria história para caber nos modelos pré-estabelecidos.
Confira abaixo!
5 grupos e artistas indígenas para ouvir o ano todo
Kaê Guajajara
Kâe Guajajara é uma maranhense que se mudou com a família para o Rio de Janeiro ainda na infância, em uma fuga das lutas por terras. Na cidade, foram morar na favela – o Complexo da Maré -, onde Kâe descobriu o que é ser uma indígena no meio urbano.
Ela encontrou na música um refúgio e uma forma de expressar sua ancestralidade. O álbum de estreia, Kwarahy Tazyr, causou impacto com canções que narram a invisibilidade dos povos originários, mesclando a voz potente da artista com influências do hip-hop. Desde então, Kaê Guajajara vem se apresentando pelo país, inclusive em festivais.
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Marujos Pataxó
De uma artista solo na cidade grande, partimos para o interior da Bahia para conhecer um grupo com um trabalho sem paralelos na música brasileira.
O Marujos Pataxó visa reconhecer a influência indígena na criação do samba brasileiro. Além de fortalecer e divulgar essa forma musical única, busca melhorar a qualidade de vida na Aldeia através da arte, gerando emprego, renda e preservando a cultura tradicional Pataxó.
Com um álbum e documentário lançados pelo Natura Musical, a marujada indígena se apresenta para o país todo compartilhando a memória, a luta e a cultura dos ancestrais de forma sustentável e global por meio da valorização de suas raízes na Aldeia Mãe Barra Velha, no sul da Bahia.
Hoje, inclusive, o grupo lançou um remix com ninguém menos que o Tropkillaz.
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Katú Mirim
Originária do povo Boe Bororo, Katú Mirim é uma artista polivalente, atuando como rapper, cantora, compositora, atriz, ativista e fundadora do coletivo Tibira. Suas letras oferecem uma perspectiva única, abordando temas como demarcação de terras, resgate da ancestralidade, a experiência indígena no contexto urbano e o uso inapropriado da cultura dos povos originários.
Além disso, Katú traz à tona questões relevantes, como o tratamento dispensado aos povos indígenas no Brasil, com um foco particular na comunidade LGBTQIA+. Sua arte também educa e promove a conscientização sobre essas questões, destacando a diversidade de experiências e perspectivas dentro dessas comunidades.
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Djuena Tikuna
Djuena Tikuna é uma cantora e compositora do Amazonas que está em turnê com uma série de shows nos Estados Unidos e no Brasil. A artista, reconhecida como uma das maiores referências da música indígena no país, é originária da Terra Indígena Tikuna Umariaçu.
Djuena traz em sua música não apenas a herança cultural de seu povo, mas também a luta pela preservação da identidade e dos direitos indígenas. Com uma carreira consolidada e experiência internacional, ela continua a promover a valorização da língua Tikuna e a conscientização sobre questões indígenas em todo o mundo.
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Marlui Miranda
Marlui Miranda é uma figura importante na música indígena brasileira, dedicando sua vida e carreira à preservação e valorização das tradições musicais das diferentes etnias indígenas do país. Como cantora, compositora e pesquisadora, Marlui colabora ativamente com músicos indígenas, realizando projetos que visam a promover o entendimento e o respeito pela cultura indígena por meio da música.
Sua abordagem sensível e autêntica, aliada ao profundo conhecimento das tradições indígenas, a torna uma voz essencial na cena musical brasileira, contribuindo para ampliar a visibilidade e o reconhecimento da rica diversidade cultural dos povos indígenas do Brasil.