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Do Samba ao Rock and Roll: as 10 melhores músicas já feitas sobre drogas

Músicas sobre drogas não são exclusividade de hoje, embora nos anos 70 o Samba e o Rock fossem mais discretos; ouça clássicos de Raul Seixas aos Beatles.

Do Samba ao Prog Rock: as 10 melhores músicas sobre drogas
Imagens: Divulgação

Se atualmente as músicas sobre drogas estão cada vez mais explícitas, a coisa costumava ser diferente no Brasil e no mundo nos anos 1960 e 1970, quando a defesa da descriminalização de algumas substâncias se tornou um símbolo da contracultura.

Enquanto o nosso país enfrentava a ditadura militar, artistas do Rock ao Samba – como Bezerra da Silva e Raul Seixas – tentavam driblar a censura ao falar sobre o estilo de vida dos jovens da época.

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Já nos EUA e no Reino Unido, artistas do movimento Hippie e do Rock Progressivo, incluindo os Beatles e Neil Young, abordavam a temática das drogas psicodélicas, que estavam sendo altamente estudadas e consumidas até serem proibidas.

Confira abaixo a nossa seleção das 10 melhores músicas nacionais e internacionais que falam sobre esses assuntos, e fazem “bater uma onda forte” por aqui!

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As 10 melhores músicas sobre drogas

Planet Hemp – “Legalize Já”

Impossível fazer uma lista dessas sem falar da banda que, de longe, foi e continua sendo a mais vocal na causa da descriminalização da maconha no Brasil – isso desde os anos 1990, quando a sociedade não era nem de longe tão liberal quanto hoje.

Assim como Gabriel, o Pensador em “Cachimbo da Paz” (menção honrosa a ele), o Planet Hemp escancarou a hipocrisia em torno da droga na música “Legalize Já”, com versos como “O álcool mata bancado pelo código penal / Onde quem fuma maconha é que é o marginal”.

Black Sabbath – “Sweet Leaf”

Se a música começa com uma crise de tosse, já sabe, né?! Mas ao contrário de outras canções sobre maconha, esta não reflete a natureza relaxante da droga, e sim aquele lado eufórico que quer bater cabeça ao som de Heavy Metal.

A faixa, presente no álbum Master of Reality (1971), é uma verdadeira declaração de amor à planta, com versos como “Quando te conheci, não percebi / Agora não posso te esquecer / Você me apresentou à minha mente / E me deixou desejando mais”.

Raul Seixas – “Como Vovó Já Dizia (Óculos Escuros)”

Reinterpretando o ditado “quem não tem cão, caça com gato”, Raul e seu maior parceiro de composições, o escritor Paulo Coelho, criaram um verdadeiro hino dos fãs da cannabis com o verso “Quem não tem colírio usa óculos escuro”.

O que pouca gente sabe é que a primeira versão da letra foi censurada pela ditadura, porque tinha trechos com críticas sociais como “Quem não tem papel dá o recado pelo muro / Quem não tem presente se conforma com o futuro”.

Queens of the Stone Age – “Feel Good Hit of the Summer”

Se outras músicas dessa lista tentam “esconder” as drogas por trás de metáforas, Josh Homme não fez nenhuma questão disso em um dos singles do segundo álbum do QOTSA. Segundo ele, a ideia era criticar o rótulo “Stoner Rock” (algo como “rock chapado”) que haviam dado para a banda.

Já conseguiu decorar todas as drogas que ele menciona repetidamente na música? Vamos lá: nicotina, valium, vicodin, maconha, ecstasy e álcool… co-co-co-cocaína!!!

Gilberto Gil – “Kaya N’Gan Daya”

Um dos momentos mais incríveis da carreira de Gilberto Gil foi quando ele gravou um disco inteiro em hoomenagem a Bob Marley, em 2002, fazendo versões sensacionais em português de sucessos como “Buffalo Soldier” e “No Woman, No Cry”.

O título do álbum foi inspirado na música “Kaya”, que o brasileiro transformou genialmente em “caia na gandaia” acompanhado de um cigarrinho, com versos como “Tão bom rever a tribo, o fumacê / Do cachimbo da paz e muito mais”.

Neil Young – “The Needle and the Damage is Done”

Após viver uma tragédia com seu amigo e parceiro de composição Danny Whitten, que morreu de overdose logo após ser demitido da banda, Neil Young escreveu uma música abertamente anti-drogas, algo raro nos anos 1970.

Esta faixa do clássico álbum Harvest (1972) tem versos como “Eu fui para a cidade e fiquei sem a minha banda / Eu vi a agulha levar embora outro homem / Ele partiu, o estrago estava feito”.

Bezerra da Silva – “Malandragem Dá Um Tempo”

“Vou apertar, mas não vou acender agora”: essa frase, que já está imortalizada na cabeça de todo brasileiro, é só uma mostra de como o Samba sempre foi o principal foco de resistência da nossa música.

Com a irreverência de sempre, Bezerra falou nessa música sobre a opressão policial em torno do usuário ao invés dos grandes traficantes, com versos como “Quando ‘os homem’ da lei grampeia / O coro come a toda hora”.

The Beatles – “Lucy in the Sky with Diamonds”

Outra banda que não pode faltar nesta lista é o Fab Four, mesmo que John Lennon tenha jurado que essa música nasceu de um desenho feito pelo seu filho, e não das iniciais da droga LSD – que vivia uma primavera de estudos e aplicações nos anos 1960.

Mas com uma melodia psicodélica, elementos espaciais ao longo da canção e trechos como “garota com olhos de caleidoscópio” e “pessoas em cavalinhos de balanço”, fica difícil acreditar que os Beatles não foram influenciados – se é que você me entende – na hora de escrever essa.

Legião Urbana – “A Montanha Mágica”

Renato Russo nunca se esquivou de críticas sociais sobre o Brasil dos anos 1980 e 1990, muito menos de temas sensíveis como sexualidade, saúde mental e dependência do uso de drogas.

Uma das músicas mais belas do álbum V (1991), que é o mais intenso e reflexivo da banda, fala sobre a dificuldade de se livrar do vício com o refrão gritado: “Minha papoula da Índia, minha flor da Tailândia / És o que tenho de suave / E me fazes tão mal”.

The Rolling Stones – “Sister Morphine”

Também existem faixas mais duras, que escancaram todos os pontos negativos da dependência química, caso desta música lançada originalmente pela cantora Marianne Faithfull em 1969.

Dois anos depois, Mick Jagger, um dos autores da canção, fez uma versão acústica e repleta de dor nos vocais, cantando versos como “Por favor, irmã morfina, transforme meus pesadelos em sonhos / Você não vê que estou me esvaindo / E esta dose será a minha última?”

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