O novo filme de Zendaya se tornou a mais recente sensação da internet. Rivais já era aguardado desde junho de 2023, quando saíram as primeiras imagens que indicavam seu conteúdo: a atriz americana entre dois homens.
Porém, seria injusto resumir o novo trabalho do diretor italiano Luca Guadagnino a um simples “trisal”. Este é um drama esportivo que conta a história de uma rivalidade entre dois tenistas, Art e Patrick. Eles competem entre si pela afeição de Tashi, uma prodígio do tênis.
O longa aborda temas como amizade, paixão e rivalidade, enquanto os personagens enfrentam desafios pessoais e profissionais, fazendo escolhas que definiriam suas vidas adultas.
Com performances marcantes de Mike Faist, Josh O’Connor e Zendaya, além de uma trilha sonora envolvente de Trent Reznor e Atticus Ross, Rivais é uma experiência cinematográfica provocativa – no sentido de que é quase impossível sair alheio ao filme. Tanto que o lançamento está atualmente em oitavo lugar nas bilheterias nacionais e tem 89% de aprovação dos críticos no Rotten Tomatoes.
Entenda abaixo os motivos pelos quais todo mundo está comentando o filme, seu elenco e até o final!
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Por que está todo mundo falando de Rivais?
O triângulo amoroso
Desde o primeiro trailer e foto revelados ao público, Rivais prometia no mínimo uma tensão sexual. O fato de que se trata do novo filme do mesmo diretor de Me Chame Pelo Seu Nome deixou tudo ainda mais explícito, já que o longa anterior se desenrolava sobre o desejo entre dois homens.
O cenário não poderia ser mais distante que aquela Itália carregada de sensualidade. Porém, o quarto de hotel bagunçado dos dois adolescentes em Rivais não importa. A eletricidade entre os três personagens enquanto desmistificam seus próprios limites é que domina a cena.
Não se trata de um filme explícito – sobre nada. Toda a ação, dentro e fora das quadras, acontece nos olhares. E é aí que está o segredo de toda a carga que o filme entrega.
As técnicas visuais
As cenas mais marcantes de Rivais não estão, necessariamente, nas mais óbvias. A tensão sexual enquanto Tashi, Art e Patrick estão no mesmo cômodo é palpável, mas outro tipo de tensão se acumula na quadra.
As cenas de tênis poderiam ser o mais padrão possível, mas não são. Luca Guadagnino recorre a tomadas inesperadas, como um ângulo nada óbvio diretamente do chão da quadra; ou então a uma câmera embutida em uma bola que quica para lá e para cá, no mesmo ritmo do jogo. Outro take parte do peito dos jogadores e capta sua respiração acelerada. Tudo isso deixa o espectador imaginando como cada cena foi feita.
Ainda assim, Guadagnino faz um aceno ao tradicional ângulo das transmissões ao vivo, que acompanha o movimento das cabeças dos torcedores. Não dá pra ser inventivo em tudo!
A ausência do bem contra o mal
O público tem comparado Rivais a títulos como Succession – uma história de pessoas em um espaço de privilégio que mostram seus lados “bons” e “ruins”.
Sem cair em clichês de vilões e mocinhos, os três protagonistas não pedem desculpas pelas suas transgressões. Ninguém se importa em agradar ou parecer confiável. Na verdade, a cada oportunidade, Tashi, Art e Patrick fazem escolhas moralmente questionáveis para conseguir o que desejam.
Ainda assim, é difícil apontar dedos. Cada personagem tem sua motivação: a glória do esporte, a satisfação sexual, o orgulho da conquista. Isso não faz deles, necessariamente, pessoas odiáveis. Pelo contrário, os torna mais interessantes.
A trilha sonora
Um dos motivos pelos quais Rivais vem recebendo elogios dos fãs é também por sua trilha sonora agressiva e tecnológica. Ela foi composta por Trent Reznor e Atticus Ross e intensifica ainda mais as sensações de suspense à medida que aumentam as apostas do jogo de tênis. As músicas deixaram eletrizantes as cenas das disputas em câmera lenta.
Antes de Rivais, a dupla do Nine Inch Nails já havia se destacado no cinema com as trilhas sonoras de A Rede Social (2010) e Soul (2020) – ambos os filmes lhes renderam Oscars na categoria. Em Rivais, as músicas guiam os personagens pela tensão de cada momento, fazendo com que a trilha se torne, também, uma protagonista em cena.
O final [sem spoilers!]
A internet adora um final aberto – daqueles em que não fica totalmente claro o que, de fato, aconteceu. Eles são ideais para formar teorias.
Os últimos 10 minutos de Rivais se passam em, provavelmente, 30 segundos de partida de tênis! Porém, com a prolongação do efeito de câmera lenta, cada movimento é milimetricamente coreografado. Até as gotas de suor dos jogadores têm um propósito, nada está fora do lugar.
A antecipação do suspense – novamente, com a ajuda da música – cria uma expectativa enorme para saber o que vai acontecer. O público segura a respiração para entender a conclusão dessa história.
O burburinho nas salas de cinema tem levado a teorias online e times em defesa de um ou outro personagem – tal qual em uma boa partida de tênis.