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TMDQA! Entrevista: Noah Cyrus fala sobre primeira vinda ao Brasil com show no C6 Fest, moda e legado do primeiro álbum

Atração do C6 Fest em São Paulo, Noah Cyrus fará sua estreia no Brasil e traz na bagagem o elogiado disco "The Hardest Part". Veja nossa entrevista!

Noah Cyrus
Crédito: Divulgação

Noah Cyrus tem um sobrenome que abre portas – mas também vem com uma enorme bagagem. Todas essas possibilidades se encontram em sua música, com canções que trazem a melancolia de quem já viveu muitas vidas em uma; mas, também, ressoa como a celebração de alguém que sobreviveu para contar a história.

Seu álbum, The Hardest Part, é um atestado disso. O que antes pode ter se tornado curiosidade para ouvir “a irmã de Miley” cantando virou uma expectativa real como resultado de sua bem recebida estreia, THE END OF EVERYTHING

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E ela entregou, curiosamente, um início triunfante, com uma coleção de canções vulneráveis onde surgem temas como a relação com os pais, a vontade de colocar o mundo abaixo, desejo e vício. 

Essa é a mesma vulnerabilidade que ela espera entregar aos fãs brasileiros pela primeira vez, quando se apresentar no C6 Fest, em São Paulo, em 19/05. Os ingressos estão à venda aqui.

Aproveitando essa aguardada vinda ao país, Noah conversou com o Tenho Mais Discos Que Amigos! sobre assuntos tão variados quanto sua carreira de atriz, a relação com o noivo – o designer de moda Pinkus – e sentir saudade dos palcos.

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TMDQA! Entrevista: Noah Cyrus

TMDQA!: Oi Noah, obrigada pelo seu tempo! Estamos felizes que você vem finalmente ao Brasil e quero falar sobre isso, mas antes queria falar sobre o que te traz aqui: a música. Faz um tempo que The Hardest Part saiu e são canções que vêm de um lugar muito pessoal pra você. Quando as ouve agora, mudou o que pensa sobre elas ou até o que significam pra você?

Noah Cyrus: Não, The Hardest Part é meu primeiro disco e também levou tantos anos para se tornar algo que eu tinha realmente orgulho, e que tinha uma ligação emocional tão forte comigo, tem muito significado pra mim e está sendo tão recompensador ter esse primeiro álbum – porque realmente levou alguns anos! Mas esse disco sempre vai… Quer dizer, você pode me perguntar de novo daqui a dez anos! [risos] Mas eu sempre vou ter uma ligação especial com esse álbum, por conta dos tópicos que ele toca, mas também as conexões que tenho com ele e o que fiz dele. Então é muito especial pra mim.

Mas não significa que… Eu sou o tipo de pessoa que sempre quer melhorar, crescer e evoluir. Então dá pra dizer que eu já evoluí mais desde The Hardest Part, e eu estou muito empolgada para o meu segundo disco. Estou trabalhando nele agora e o que mais me anima é ver o envolvimento, o crescimento e a jornada que já tive na música até aqui.

TMDQA!: Ah, eu queria te perguntar mesmo! Porque você não tem pressa entre um lançamento e outro, então estava curiosa pra saber se você está trabalhando em músicas novas.

Noah: Estou sim!

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TMDQA!: Bom saber! E eu estava voltando nos clipes e até no seu Instagram e sempre me chamou atenção como o seu trabalho é visual. Sinto que a moda e os vídeos são parte de como você se coloca como artista. O quanto desse aspecto visual vem diretamente de você, o quão envolvida você está em desenvolver tudo isso?

Noah: Desde o início, ao ouvir uma música e entender os caminhos que ela vai seguir em termos de produção e com a letra, tudo junto, eu já tenho uma visão clara de como vai ficar visualmente. Me inspiro muito pelo lado visual das letras enquanto escrevo, porque sou uma pessoa muito visual e me inspiro por coisas visuais também. Isso com certeza vem de mim e adoro encontrar colaboradores que ajudam a elevar a minha visão, torná-la realidade e fazer isso da melhor forma possível. É importante trabalhar com pessoas que têm estilos parecidos com o seu. Eu sou uma pessoa com um estilo muito único – os trolls pelo menos diriam isso, que é “único” [dá uma piscadinha]…

TMDQA!: Ah, quem se importa com eles?

Noah: … mas eu me orgulho muito de ser única, sempre me orgulhei disso. Nos últimos anos eu me envolvi mais ainda nisso, e no último ano estive trabalhando mais intensamente na moda. As pessoas me perguntam “quais são suas paixões para além da música?”, e eu amo andar a cavalo, estar com meus cachorros, fazer coisas, mas eu amo o mundo da moda e trabalhar com designers novos e empolgantes, e também figuras que são icônicas e que já comandam o mundo da moda desde quando podemos nos lembrar…

Eu tenho amado muito esse espaço, é lindo porque é algo que me aproxima do meu noivo. Ele é designer de moda e estou usando as roupas dele agora [coloca a mão no peito]. Amo nossas conversas tarde da noite sobre designers e looks, ficar olhando a Vogue.com e Runway. Isso é algo que nos uniu e nos inspira a estimular um ao outro. É lindo e eu amo. É importante incluir isso na minha música e vou continuar fazendo isso, porque representa quem eu sou e a emoção que eu estou tentando passar.

TMDQA!: Tem sido muito legal acompanhar você desabrochar dessa forma.

Noah: Obrigada!

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TMDQA!: Interessante você falar das suas outras paixões, porque me dá a desculpa perfeita para falar desse assunto…

Noah: [para de beber água]

TMDQA!: Eu adoro o fato de que você é a voz da Ponyo na versão em inglês do filme!

Noah: [comemora com os braços] Eu fiquei com medo, tipo “ai, o que ela vai falar?” [risos]. Sim, PONYO!

TMDQA!: Sim! É um dos meus favoritos do Studio Ghibli e eu sei que você também fez um episódio de American Horror Story… Enfim, queria saber que tipo de projeto te levaria a atuar de novo.

Noah: Desculpa, espera aí um pouquinho! Meu cachorro está com o brinquedo da minha afilhada na boca, vou só tirar. [se levanta] Marshall, não! [mostra o brinquedo na câmera] Ele arrancou a cabeça do carneirinho da minha afilhada! Vou ouvir muito da mãe dela quando voltarem da Disney…

Mas então, Ponyo e American Horror Story são coisas que eu tenho muito orgulho de ter feito parte. Eu não era atriz mirim por ter inspiração e vontade de fazer isso. Havia um mundo de que eu fazia parte que me levou a fazer Ponyo e coisinhas bem pequenas que as pessoas me perguntam. Mas eu fico tipo “não, eu não sou atriz, só fui levada a isso”. Mas Ponyo é uma das coisas que eu genuinamente queria fazer, estava super empolgada. Não acho que na época eu entendia totalmente o legado que eu estava passando a fazer parte. À medida que fui crescendo, me apaixonei por basicamente por todos os filmes do Ghibli. Conhecer o Hayao Miyazaki foi tão legal, uma experiência de uma vida. Poucas pessoas podem dizer que seu primeiro filme foi com Liam Neeson e Cate Blanchett e os maiores atores e atrizes da nossa época. Então isso foi muito legal para uma mini-eu. 

E American Horror Story é algo que eu amo e Ryan Murphy também. É uma série que eu assisto desde… Acho que passou recentemente o aniversário de 10 anos de American Horror Story, e eu estava pensando, caramba, eu assisto desde que saiu! O que significa: qual era o meu problema? Por que eu assistia desde tão novinha? O que faz sentido total, se você olhar os meus visuais e a minha estética. Faz sentido, porque tem algo meio macabro e sinistro [risos]. Então eu tenho uma quedinha por esse tipo de estética, acho que se fosse para atuar novamente no futuro, teria de ser divertido e uma experiência, que pode se comparar a American Horror Story e Ponyo.

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TMDQA!: Justo! Agora, me corrija se estiver enganada, mas quando você subir ao palco no México e depois em São Paulo, vai ser sua primeira vez se apresentando em seis meses. Queria saber se esse tempo longe é algo que te deixa mais empolgada pra voltar logo, te faz desejar o palco; ou você precisa da distância mesmo, pra se estabilizar depois de tanta adrenalina?

Noah: Eu acho que depois de uma longa turnê, você fica empolgado pra voltar pra casa. Eu tenho dois cachorros e eles são tipo meus filhos. Ficar longe deles por muito tempo… é sempre bom voltar e ficar juntinho. E eu tenho uma família de turnê, e a gente ama estar junto. Então sempre que faltam umas duas semanas para acabar, já começamos a chorar porque vamos ter que voltar pra casa, por sentirmos falta um dos outros. Então estamos empolgados para fazer shows juntos de novo!

Estou um pouco nervosa pelo show da Cidade do México, porque a última vez que me apresentei lá eu passei mal, tipo vomitei, desmaiei, por causa da altitude. Bem ali no lado do palco [risos], então vamos ver o que a altitude vai causar agora!

Mas eu nunca me apresentei no Brasil, e isso é algo que meus fãs e eu conversamos e sonhamos juntos, há tantos anos, então acho que vai ser emocionante porque haverá muito amor. Estou muito empolgada. Demorou um pouco para conseguir agendar as datas e assim que agendamos, tinha um período em que eu nem podia anunciar. Eu ficava olhando o que diziam [online] e falavam coisas do tipo “a Noah fala que vem, mas nunca veio. Não vou mais acreditar mais nisso”. 

TMDQA!: Caramba!

Noah: É, tem uma pessoa que me segue há anos, o Instagram dela é @noahcyrusbrasil. Eu vi que ela ficou tipo “eu acho que preciso dar um tempo, porque não sei quando a Noah vem”. E eu queria dizer “por favor, espera só mais um pouquinho! Eu tenho um anúncio pra fazer, me disseram que eu não posso falar ainda. Eu amo vocês, por favor!”. É algo que surge a cada reunião de turnê que fazemos, sempre o assunto é América do Sul, Brasil, América do Sul, Brasil! Eu só quero ir, muito! Estou muito empolgada, estou torcendo pra que todo mundo adore os shows. Porque já sei que não vai dar tempo de tocar tudo que todos querem ouvir, então é bem difícil ficar escolhendo as músicas. Mas estou muito empolgada!

TMDQA!: Acho que já dá pra ficar feliz que você vem. Muito obrigada pelo seu tempo e espero que se divirta aqui. Tenha um bom dia!

Noah: Obrigada, foi ótimo te conhecer. Pra você também!