5 de fevereiro de 2022. O terceiro álbum de estúdio da banda formada em Richmond (Virgínia), Bad Omens, é lançado oficialmente e dá início a uma movimentação enorme para a construção de identidade, sonoridade e maior ganho de espaço no cenário do Metalcore.
THE DEATH OF PEACE OF MIND chegou ao mundo com 15 faixas, após o lançamento de cinco singles antecipando a disponibilidade do projeto: a auto-intitulada “THE DEATH OF PEACE OF MIND”, “What do you want from me?”, “ARTIFICIAL SUICIDE”, “Like a Villain” e “The Grey”. Depois, claro, veio ainda o hit “Just Pretend”, que os impulsionou mais do que nunca ao sucesso.
Passados pouco mais de dois anos desde a liberação do projeto na íntegra, criamos este especial para mergulhar na atmosfera proposta pelo grupo com suas músicas e comentar um pouco sobre o lado mais técnico, desde produção até o amadurecimento como artistas de Noah Sebastian (vocal), Nick Folio (bateria), Nicholas Ruffilo (baixo) e Jolly (guitarra).
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Bad Omens e o impacto de THE DEATH OF PEACE OF MIND
Em meio às combinações que o Bad Omens realiza em seus trabalhos, o álbum apresenta um eu-lírico que viaja em torno de conturbações acerca do mundo ao seu redor, fazendo com que o mesmo enfrente dilemas emocionais – incluindo relações tóxicas viciosas em ciclos, percepção de vida, bloqueios/impossibilidades de realizações amorosas, angústias e uma forte inquietude.
A composição estética e poética do mesmo se inicia pelos photoshoots, videoclipes e criação da capa, a qual tenta trazer uma representação sobre a luta diária e constante pela saúde mental; afinal, nossas vidas não são como grandes musicais produzidos pela Disney.
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Trazendo de forma mais clara: a mulher que observamos encolhida na posição agonizante da capa, retratada no início da matéria, simboliza os problemas de nossas mentes. A utilização certeira do vermelho, que alerta o consumidor em meio à psicologia das cores, traz uma representação mista de raiva, angústia e amor. À nudez da figura feminina, por final, atribui-se o vazio com os transtornos mentais.
A visualização de tal estética ganha ainda mais peso ao dar play na primeira canção do projeto e principalmente dali em diante. O vocal de Noah Sebastian não ganha destaque no atual cenário à toa: chega a ser surreal a forma como ele intercala técnicas e ainda assim mantém serenidade, trazendo uma voz limpa para as canções e apresentações ao vivo do Bad Omens.
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É pra chorar, gritar e bater cabeça ao mesmo tempo
O peso das composições já citadas te faz imergir em meio aos sentimentos transmitidos: você quer gritar, chorar e bater cabeça como é de costume em um show de Rock e suas vertentes, mas ainda assim se encanta e reflete graças à história ali escrita, resultando em uma experiência que vai muito além da música.
A atmosfera instrumental, comandada por riffs pesados e presença forte das batidas de bateria, sintetizadores e batidas eletrônicas (dando aquele gostinho da indústria atual como é) contribuem para o produto, fazendo com que as intenções e objetivos que a banda quer levar à arte que produz sejam bem identificadas.
Com traços próprios que se expandiram e amadureceram desde Finding God Before God Finds Me, segundo álbum de estúdio que trouxe números marcantes em rankings afora, é extremamente difícil não se render aos encantos desses “queridinhos” do cenário – e lançamentos mais recentes, como a parceria com Poppy em “V.A.N”, mostram que o grupo seguirá inovando e trazendo cada vez mais elementos às suas músicas.
Nesse sentido, a variedade de estilos satisfaz diversos públicos perfeitamente e marca pontos dentro da indústria que serão celebrados por tempos e tempos. Afinal, são obras como essa que evitam a morte da nossa paz interior.