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St. Pauli: conheça o clube roqueiro e de esquerda que acaba de retornar à primeira divisão do futebol alemão após 13 anos

Clube alemão engajado em pautas de esquerda, o St. Pauli subiu para a primeira divisão da Bundesliga e comemorou ao som de ícones do Rock como ABBA e AC/DC.

St. Pauli: conheça o clube de roqueiros que subiu à primeira divisão do futebol alemão após 13 anos
Divulgação/Twitter

Um clube de futebol que tem a luta contra o racismo, o machismo e a homofobia em seu instituto, acredita que a comunidade local é mais importante do que o dinheiro que circula no esporte e ainda faz parcerias com bandas de Rock?

Pode parecer um sonho pra nós que somos do “país do futebol”, mas esse clube existe em Hamburgo, na Alemanha! É o St. Pauli, que conquistou esta semana uma vaga na Bundesliga, a primeira divisão do futebol alemão, pela primeira vez em 13 anos.

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A festa do time e dos torcedores viralizou nas redes, mostrando os fãs invadindo o gramado após a vitória por 3×1 contra o Osnabruck em casa no último domingo (12), e os jogadores dançando no vestiário ao som de “Gimme! Gimme! Gimme!”, do ABBA – assista abaixo.

Vamos conhecer um pouco mais a história do St. Pauli e como ele criou tradições envolvendo ídolos da música como AC/DC, Blur, Bad Religion e Dropkick Murphys?

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AC/DC, Bad Religion e Dropkick Murphys são fãs do St. Pauli

Com uma torcida de roqueiros, o St. Pauli criou a tradição de entrar no campo de seu estádio Millerntor ao som de “Hells Bells”, da banda australiana AC/DC, e o hit “Song 2”, dos britânicos do Blur, toca sempre que o time marca um gol.

E essa proximidade com a música existe desde sempre. Em 2000, por exemplo, a lendária banda Punk Bad Religion se juntou a veteranos do clube para jogar uma partida beneficente contra o terceiro time… e perdeu por 4×2 (veja imagens deste dia abaixo).

Em 2017, os americanos do Dropkick Murphys – que, aliás, são todos devidamente filiados ao clube alemão – regravaram o clássico dos estádios “You’ll Never Walk Alone” numa ação com o time (ouça no fim desta matéria), que ainda incluiu uma linha de camisetas inspiradas na banda.

Além disso, vários ídolos do Rock já vestiram camisas do St. Pauli em seus shows, como Andrew Eldritch do The Sisters of Mercy, Georg Holm do Sigur Rós e Alex Rosamilia do The Gaslight Anthem.

Os jogadores do elenco, por sinal, costumam frequentar o Wacken Open Air, um dos maiores festivais de Metal do mundo que é realizado tradicionalmente em agosto, a menos de uma hora de distância de Hamburgo.

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A história de ativismo do St. Pauli

Reprodução/The Bad Religion Page

O St. Pauli foi fundado em 1910 e, enquanto o time de futebol acaba de subir para a primeira divisão, o clube ainda mantém equipes de rugby, beisebol, boxe, ciclismo, handebol, xadrez, boliche, tênis de mesa e outros esportes.

O clube tomou de vez as bandeiras políticas da esquerda nos anos 1980, quando a cidade de Hamburgo vivia uma forte discussão pela reforma agrária. Nessa mesma época, pessoas ligadas ao nazismo e movimentos de extrema direita foram banidas do estádio Millerntor.

Nos anos 2000, o St. Pauli teve um presidente abertamente gay na figura de Corny Littman, e depois disso os torcedores do time assumiram pautas antihomofóbicas e antirracistas.

Os fãs chegaram a hastear uma bandeira de Che Guevara durante uma partida na Allianz Arena, o maior estádio da Alemanha, e também é comum que o símbolo de caveira do clube apareça com a bandeira LGBT+ de fundo.

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Brasileiro esteve na festa do acesso do St. Pauli

Mas voltando para a festa do acesso, que rolou após o jogo desta semana: felizmente havia um brasileiro “infiltrado” na comemoração para nos contar os bastidores, o atacante Maurides.

Em entrevista ao GE, o jogador – único brasileiro no elenco do St. Pauli – disse que a farra pelas ruas de Hamburgo atravessou a madrugada (veja outro vídeo acima), e que centenas de torcedores participaram sempre de forma muito respeitosa:

Foi uma coisa de louco, a gente começou a festa à uma da tarde, depois que o jogo acabou, e ela só terminou às 4 da manhã. Estou muito feliz de estar aqui. O St. Pauli é um time com o qual me identifiquei muito, é um time contra qualquer tipo de preconceito. A torcida aqui é uma das melhores que já vi. Esta temporada eu fui ver um jogo no meio da torcida, e é algo muito diferente, porque eles te tratam muito bem, sempre com respeito. Os caras só querem curtir o futebol do jeito deles.

Depois de garantir o acesso, o St. Pauli vai buscar o título da Bundesliga 2 neste domingo (19), quando irá enfrentar o Wehen Wiesbaden fora de casa e precisa da vitória.

Nesta temporada, o clube ainda viu seu maior rival, o Hamburgo SV, ficar sem a vaga na primeira divisão pela sexta temporada seguida. Motivos pra festejar não faltam!

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