Andreas Kisser compartilhou algumas revelações curiosas ao comentar sobre o início do Sepultura e os primeiros trabalhos lançados pela influente banda de Metal.
Ao participar recentemente do podcast Xablaw, o guitarrista foi questionado pelo apresentador Yuri Danka sobre como foi para o grupo cantar em inglês lá na década de 80, quando menos pessoas – comparado com atualmente – falavam a língua estrangeira aqui no Brasil.
O músico revelou que eles contavam com a ajuda frequente de um amigo que falava bem inglês e apontou alguns grupos que foram fundamentais para que eles fossem aprendendo a língua (via Whiplash):
A gente mesmo falava muito mal o inglês. Eu lembro que a gente tinha um amigo, o Lino, que falava muito bem inglês, trabalhava com computação e não sei o quê. E uma vez a cada três meses, a gente ligava para os Estados Unidos para falar com o cara lá da gravadora, e o Lino, que falava inglês, ficava traduzindo tudo pra gente.
Inclusive ele que traduzia as letras dos primeiros discos do Sepultura. Se você for ler as letras do ‘Schizophrenia’, elas não faziam muito sentido, porque é uma tradução ao pé da letra de um português filosófico/metal da época, que traduzido pro inglês virou russo!
Então o Lino foi fundamental neste processo de… o Max gostava muito de escrever cartas e trocar cartas com o pessoal do Death na Flórida, o Morbid Angel, o Kreator na Alemanha, e o Lino que ajudava a escrever em inglês, a traduzir as coisas, foi fundamental neste primeiro contato. E a gente aprendeu inglês com Iron Maiden, com Black Sabbath, com Venom. ‘Number of the Beast’, ‘Piece of Mind’, você vai conectando.
Andreas Kisser e músicas “roubadas” pelo Sepultura
Ao continuar explicando mais detalhes sobre as letras em inglês e as faixas dos primeiros trabalhos lançados pelo Sepultura, Andreas Kisser declarou inclusive que alguns títulos de músicas da banda foram “roubados” de artistas gringos:
Tanto é que os primeiros discos do Sepultura é tudo música roubada de outras bandas. ‘Morbid Visions’ que é ‘Morbid Tales’ do Celtic Frost, e sei lá, outro ‘Visions’ do Destruction, enfim. ‘Eternal Devastation’, ‘Antichrist’, toda banda tinha uma ‘Antichrist’.
Na entrevista, o líder do grupo, que está na estrada com sua turnê de despedida ao mesmo tempo em que celebra 40 anos de história, ainda comentou como as coisas começaram a mudar no processo criativo da banda que naquela época contava também com Iggor e Max Cavalera:
No ‘Schizophrenia’ eu vim com umas letras diferentes, fora desta coisa satanista assim. Coisas mais influenciadas pelo Anthrax, por exemplo. ‘Madhouse’, essa coisa meio ‘Spreading the Disease’, coisas que a gente está vivendo hoje, esta coisa da ansiedade, crise de pânico, de tensão, coisas mentais. Então a característica da banda mudou um pouco, o assunto ficou um pouquinho mais original, vamos dizer assim, e não ficou mais copiando, pegando frases ou nomes de letras para formar os nomes.
Já tinha reparado essa? Abaixo, você pode comparar “Morbid Visions” e “Morbid Tales” e ver se encontra alguma semelhança também na sonoridade!
Andreas Kisser e Chitãozinho & Xororó
Durante a mesma entrevista, Andreas esclareceu o rumor de que tocaria no Rock in Rio com Chitãozinho & Xororó.
Apesar de ter sido convidado pela dupla para tocar no show marcado para 21 de Setembro e inicialmente aceitado a ideia, o músico teve que cancelar sua participação pois não irá conseguir conciliar sua agenda com a apresentação no festival.
Segundo o guitarrista, o Sepultura vai estar nos Estados Unidos com a turnê Celebrating Life Through Death, onde eles estão com uma agenda cheia entre 12 de setembro e 12 de outubro. Saiba mais detalhes aqui.