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Resenha: Twenty One Pilots mergulha na própria carreira e entrega um clássico instantâneo em “Clancy”

Twenty One Pilots - "Clancy"
Twenty One Pilots – “Clancy”

Acompanhar a carreira do Twenty One Pilots é, por si só, uma jornada. A banda tem uma construção de narrativa de dar inveja a muito gigante por aí, mantendo seus fãs engajados a cada lançamento e até mesmo nas entressafras, garantindo que estejam sendo sempre lembrados através de teorias, easter eggs, referências e muito mais.

Com o mais novo capítulo dessa aventura, não poderia ser diferente. Depois de muitas provocações aos fãs nas redes sociais, Clancy está sendo lançado nesta sexta-feira (24) e faz jus ao que se espera de uma banda conhecida por nunca entregar mais do mesmo. E, dessa vez, a receita para fazê-lo está simplesmente incrível.

Já na primeira faixa – e primeiro single – temos um monte de referências, começando pelo “Welcome back to trench” que acompanha o infeccioso groove de drum and bass que comanda “Overcompensate”, faixa que vai agradar e muito os fãs do período mais inicial da banda.

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Se a primeira canção vai remeter instantaneamente à sonoridade de Vessel, o restante do álbum logo vai incorporando todas as evoluções que o duo formado por Tyler Joseph e Josh Dun foi acumulando ao longo dos anos. Um bom exemplo é “Next Semester”, que tem uma pegada muito mais Indie e poderia ter saído direto do antecessor de ClancyScaled and Icy.

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Twenty One Pilots mergulha em cada fase da carreira em Clancy

Até hoje, o disco de maior sucesso da dupla ainda é o tão aclamado Blurryface. É claro que não podemos esperar de Tyler e Josh que simplesmente repitam a receita em outras ocasiões – e nem queremos isso, afinal o álbum de 2015 segue a um play de distância de qualquer saudosista.

Quase dez anos depois, o que o Twenty One Pilots faz é ressignificar algumas das principais linguagens que trouxe na obra que os consagrou de vez, como fica bem claro em “Backslide”. O terceiro single aposta em elementos do Trip Hop que marcaram presença forte em Blurryface, e novamente as referências, callbackseaster eggs estão por toda parte – divirta-se procurando!

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A sequência do álbum é muito bem resumida pelo que já foi descrito até aqui. De forma geral, faixas como “Midwest Indigo” colaboram para construir essa nova identidade que, de um jeito absolutamente positivo, não é tão nova assim – afinal, de que adianta se reconstruir completamente quando algo está dando tão certo?

Essa parece ser a grande sacada do Twenty One Pilots, entendendo que não é preciso abandonar o que deu certo para sair de sua própria zona de conforto. Um ótimo exemplo disso é “Navigating”, música que mais chama atenção em um álbum rico de bons momentos.

Dentro de seus quase três minutos e meio, a canção navega por tantas direções diferentes, indo desde uma explosão distorcida até um refrão de fazer inveja em muita banda Indie.

Quem teve uma adolescência marcada por músicas dos games FIFA certamente vai pensar na hora que esta poderia encaixar tranquilamente no menu principal de qualquer jogo da franquia, o que é um baita elogio e uma forma de explicar como o Twenty One Pilots consegue soar nostálgico e novo ao mesmo tempo.

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Clancy é o retrato de uma banda que segue crescendo

Acima de tudo, Clancy é o retrato de uma banda que segue crescendo a cada lançamento. Algumas mudanças sonoras que vieram em Scaled and Icy dividiram opiniões, mas neste momento tudo parece fazer sentido: as experimentações do antecessor foram incorporadas com maestria no novo lançamento, alcançando uma sonoridade nova e ao mesmo tempo confortável para os fãs do Twenty One Pilots.

Um dos pontos altos do álbum é também o fato de ser longo sem soar desnecessário. É natural que algumas músicas agradem mais do que outras, mas é louvável que a banda tenha se preocupado um pouco menos em fazer um trabalho super conciso e amarrado dentro de um único conceito e mais em entregar uma coleção de ótimas músicas que, no fim das contas, se encaixam muito bem umas às outras.

Esse crescimento é também uma maturidade que vai se traduzindo na forma como o Twenty One Pilots referencia a própria carreira, e parece que Clancy evidencia que o duo entendeu as qualidades do que já produziu no passado e perdeu o medo de resgatar influências de seus próprios trabalhos. Um ótimo passo na direção certa.

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Twenty One Pilots no Brasil

Em tempo, os fãs do Twenty One Pilots foram presenteados recentemente com o anúncio da primeira turnê solo da banda pelo Brasil em 2025.

Depois de ter se apresentado no país em diversos festivais ao longo dos últimos anos, o duo desembarca em Janeiro para shows em Curitiba (22/01), na Pedreira Paulo Leminski, Rio de Janeiro (24/05), na Farmasi Arena, e São Paulo (26/01), no Allianz Parque.

Os ingressos já estão à venda pela Eventim. Não perca!