Crise? The Black Keys sofre com baixa venda de ingressos, faz piada e amplia debate sobre altos valores de shows

A banda The Black Keys é o mais novo exemplo de dificuldade para vender ingressos nos EUA e Europa; Bruce Dickinson falou recentemente sobre preços.

The Black Keys
Foto: Divulgação

Em meio a rumores de que estava com dificuldades de vender os ingressos para sua nova turnê pelos Estados Unidos, a banda The Black Keys acaba de cancelar completamente a sequência de 30 shows que faria em seu país.

Considerado um dos maiores grupos do Rock Alternativo americano, o duo formado por Dan Auerbach e Patrick Carney concluiu recentemente a etapa europeia da turnê International Players, que divulga o álbum Ohio Players, lançado em abril.

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Mas a excursão pela sua terra natal, que iria começar em setembro e teria mais 30 datas até o fim de 2024, foi removida sem explicação do site da Ticketmaster no último sábado (25).

Foi só no dia seguinte que os Black Keys divulgaram um comunicado dizendo que a perna norte-americana da tour será remodelada, de grandes shows em arenas para apresentações mais “íntimas”. A mensagem aos fãs começou com uma piadinha, dizendo que Dan e Patrick “querem garantir a todos que estão vivos e bem”, e seguiu:

Após os recentes shows na Europa, incluindo paradas em locais icônicos como a Brixton Academy [em Londres] e o Zenith em Paris, nós decidimos fazer algumas mudanças na perna norte-americana da turnê International Players em que iremos oferecer uma experiência íntima para os fãs e a banda. A sequência de datas revisadas será anunciada em breve.

Obrigado por entenderem e pedimos desculpas pelas mudanças de surpresa. Estamos certos que todos ficarão animados quando virem o que nós temos em mente, e estamos ansiosos para vê-los em breve.

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The Black Keys teve dificuldade para vender ingressos

Nas redes sociais, fãs do The Black Keys estão apontando que os shows íntimos, na verdade, são apenas um eufemismo para “menores”, já que a banda estava tendo dificuldade para vender ingressos para apresentações em arenas.

Como exemplo, uma comunidade dedicada à banda no Reddit publicou a captura de tela dos assentos disponíveis para o show que aconteceria na CFG Bank Arena, em Baltimore, mostrando que a grande maioria dos bilhetes não haviam sido vendidos (veja aqui).

Se o mercado de eventos não tem tido esse problema com atrações internacionais no Brasil – e o exemplo mais recente é o show que o Bring Me The Horizon fará em São Paulo, em Novembro -, o insucesso na venda de ingressos para arenas tem sido cada vez mais comum nos EUA e na Europa.

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Coachella, Metallica e Bruce Dickinson são exemplos

A pandemia de COVID-19, que paralisou o setor de eventos no mundo inteiro pelo menos entre 2020 e 2022, também afetou em muitos sentidos a relação do público e dos artistas com shows e festivais.

De lá pra cá, nomes como Corey Taylor (Slipknot), Mike Patton (Faith No More), Lorde e as bandas Metallica e Garbage já externaram problemas com saúde mental (veja acima), associados principalmente à dificuldade logística para realizar grandes turnês.

Os fãs também têm suas reclamações, especialmente com relação ao alto valor cobrado nos ingressos. Bruce Dickinson, líder do Iron Maiden, admitiu que os preços “dispararam” nos últimos anos e defendeu que a “pista premium” seja o local mais barato.

Um reflexo do desinteresse do público aconteceu logo no início de 2024, quando tivemos notícias de que o Coachella – um dos principais festivais do mundo, na Califórnia – teve a venda de ingressos mais lenta dos últimos 10 anos.

Até mesmo os NFTs ressurgiram das cinzas e estão sendo adotados por algumas bilheteiras como solução para combater cambistas, a cobrança de taxas absurdas e filas enormes para a venda online.

Shows e festivais no Brasil

Diante de todo esse contexto, o fato de Dan Auerbach e Patrick Carney do The Black Keys precisarem “repaginar” toda a sua turnê pelo próprio país parece bastante sintomático, né?!

Por aqui, tivemos recentemente alguns exemplos de que o mercado de shows também tem sofrido com efeitos de toda essa combinação de fatores, mas as atrações internacionais, de forma geral, seguem indo muito bem. Será que as coisas vão continuar desse jeito?

A gente torce pra que a indústria siga a todo vapor e cada vez mais bandas e fãs possam estar satisfeitos com o cenário!

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