Com seu segundo disco de estúdio, o Slipknot chegou ao topo das paradas do Reino Unido e ao Top 10 em nove países em 2001, entrando definitivamente para o grupo das bandas precursoras do Nu Metal.
Mas quem participou das gravações de Iowa jamais poderia prever o sucesso que ele se tornaria. Isso porque o ambiente no estúdio era muito ruim, com os integrantes cansados, enfrentando o vício em drogas e um clima de “ódio generalizado”.
Hoje o álbum é considerado uma obra-prima da banda de Corey Taylor, com faixas pesadíssimas como “People = Shit”, “Disasterpiece” e “My Plague”, que ajudaram a moldar a estética do Rock Alternativo na virada de século.
Pensando nisso, o TMDQA! relembrou 5 bastidores marcantes, curiosos ou apenas bizarros das gravações de Iowa, que aconteceram quase 23 anos atrás!
5 fatos marcantes sobre Iowa, do Slipknot
Gravações de Iowa começaram em armazém
Naturalmente para o segundo álbum da carreira de uma banda, Iowa tem uma produção mais refinada do que o disco anterior, com os integrantes do Slipknot demonstrando um lado mais técnico.
Mas, curiosamente, as gravações para o trabalho não começaram em um estúdio moderno, e sim em um armazém vazio no estado dos EUA que dá nome ao disco.
Em entrevista à Kerrang! em 2012, Corey Taylor revelou que a banda escreveu o single “Disasterpiece” naquele local, e esse acabou sendo o ponto inicial para o conceito do disco:
Nós começamos a pré-produção do álbum em um armazém em Iowa mesmo. Eu estava com laringite e não conseguia cantar uma nota sequer, então fiquei anotando um monte de ideias. Quando ouvi a banda tocando ‘Disasterpiece’, escrevi apenas ‘No one is safe’ [‘ninguém está a salvo’, em português] em letras garrafais. Eu soube naquele momento que nós iríamos arrancar a garganta de todo mundo com aquela música. Aquilo foi o eixo central de todo o disco.
Estúdio escolhido é histórico para o Rock
Depois da pré-produção mais íntima, o Slipknot gravou e masterizou Iowa em um estúdio lendário de Los Angeles, um dos preferidos de nomes como Johnny Cash, Neil Young e Elton John: o Sound City Studios.
Você pode conhecer esse nome graças ao documentário feito por Dave Grohl em 2013, contando a história do local. O líder do Foo Fighters chegou a comprar a mesa de som Sound City e levá-la para seu estúdio, o 606, por causa da fama do equipamento de ter um som muito particular.
No Sound City Studios foram gravados álbuns históricos para o Rock como Nevermind (1991) do Nirvana, Holy Diver (1983) de Ronnie James Dio e o autointitulado do Fleetwood Mac (1975) – além de Iowa do Slipknot!
Métodos nada tradicionais de Corey Taylor
Apesar de toda essa pompa, o Sound City Studios foi palco para algumas das performances mais intensas de Corey Taylor. O vocalista estava em uma fase ruim de seu vício em álcool depois da longa turnê do primeiro disco do Slipknot.
Para canalizar a energia necessária para cantar em meio ao ambiente pesado de Iowa, o vocalista precisou recorrer a métodos nada tradicionais, incluindo nudez e automutilação dentro das cabines de gravação.
Um desses momentos foi registrado em vídeo, e você pode conferir abaixo – por sua conta e risco!
Ambiente no Slipknot era de “puro ódio”
Mas Corey Taylor não era o único integrante do Slipknot com questões para discutir. O baterista Joey Jordison e o baixista Paul Gray se diziam sobrecarregados, já que foram os únicos com composições novas para apresentar para Iowa.
Segundo o fundador da banda, Shawn “Clown” Crahan, isso gerou um momento em que os colegas de grupo “se odiavam, odiavam o mundo e o mundo os odiava de volta”.
Não à toa, as letras das músicas abordavam temas sensíveis como hipocrisia e transtornos mentais, e o clássico “People = Shit” foi como um grito de libertação para o percussionista:
Gravar o ‘Iowa’ foi um inferno do car****. Eu queria me matar. Tinha drogas, prostitutas, rock n’ roll, toda essa merda. As pessoas esperavam tanto de nós naquela época. ‘People = Shit’ foi a nossa forma de dizer ‘vá se foder e nos deixem em paz’.
Pressão em cima de novo guitarrista
Imagine você ser um novo integrante do Slipknot justamente nesse momento? Quem deu esse azar foi o guitarrista Jim Root, que havia gravado apenas uma música no álbum de estreia, e agora precisava colaborar com as composições.
Em entrevista à revista Guitar no ano de lançamento de Iowa, Jim admitiu que era “assustador” ter que lidar com a banda, especialmente com seu companheiro de guitarras, o icônico Mick Thomson:
Foi tão empolgante e ao mesmo tempo tão assustador fazer parte daquele processo enorme. Havia muita pressão por parte de Mick para que eu fizesse as coisas direito.