O que fazer depois de lançar um álbum que levou a sua banda diretamente para o estrelato? Na história do Rock, muitos grupos sucumbiram à pressão e decepcionaram com o segundo disco, enquanto outros se tornaram apenas “one hit wonders“. Mas não o Stone Temple Pilots!
Em 1994, só dois anos depois do lendário álbum Core, a banda de Scott Weiland retornou ao estúdio para compor Purple, disco que tem a música mais ouvida da banda nas plataformas digitais atualmente.
Naquela época, o STP tinha emplacado hits como “Wicked Garden”, “Sex Type Thing” e “Plush” (esta última vencedora de um Grammy), foi eleita a banda Revelação no VMA da MTV e estava em turnê ao lado de gigantes como Rage Against the Machine e Megadeth.
Apesar de muito jovens, eles tinham ao seu lado a experiência de Brendan O’Brien, produtor de Core e que àquela altura já tinha trabalhado em álbuns históricos do Temple of the Dog, Soundgarden e Pearl Jam.
Foi assim que o Stone Temple Pilots entrou definitivamente para o panteão do Grunge ao lançar Purple, álbum que está completando 30 anos neste dia 7 de Junho e será tema deste especial!
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Como Purple, do Stone Temple Pilots, remete à Bossa Nova
A sintonia entre a banda e o produtor era tão grande que a maioria das 11 músicas de Purple foram compostas e gravadas em pouco menos de um mês – mesmo tempo que eles precisaram para fazer o álbum anterior – no extinto estúdio Southern Tracks, em Atlanta.
Eles já tinham lançado a música “Big Empty” no Acústico MTV gravado em 1993, que ajudou a consolidar a imagem da banda, e o disco completo veio ao mundo em 7 de junho de 1994.
Quatro meses depois do lançamento, Purple já tinha vendido 3 milhões de cópias (são 6 milhões hoje em dia), e muito disso foi graças ao terceiro single “Interstate Love Song”, que ficou 15 semanas no topo das paradas de Rock, um recorde para a época.
Curiosamente, a faixa que se tornaria um dos maiores clássicos dos anos 1990 foi inspirada na música brasileira! Em entrevista à Billboard dos EUA em 2019, Robert DeLeo disse que estava descobrindo os mestres João Gilberto e Jorge Ben quando escreveu a canção.
O baixista e principal compositor do STP explicou como a faixa foi de uma “bossa nova num violão barato” para a pegada mais Country que ganhou na gravação final:
Essa música, na verdade, começou como uma Bossa Nova. Tinham me apresentado um monte de canções desse estilo e de Samba, como João Gilberto e Jorge Ben, então escrevi a música num violão barato de 25 dólares que estava parado nos fundos do caminhão em que a gente viajava junto com os equipamentos na nossa primeira turnê.
Talvez um dia a gente grave essa música do jeito que ela era originalmente, mas enfim, foi assim que começou. Mas o ‘twang’ [técnica para tocar guitarra típica do Country] deu uma cara meio Jerry Reed, meio Glen Campbell muito legal para ela.
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30 anos de Purple, do Stone Temple Pilots
Muito do sucesso de Purple se deveu às experimentações promovidas pelo Stone Temple Pilots, que se recusou a se limitar ao Grunge, estilo que vivia sua “época de ouro” em meados daquela década.
Apesar do single “Vasoline” ser uma bela mostra do peso das guitarras do STP, as já citadas “Big Empty” e “Interstate Love Song” trouxeram o grupo experimentando com o Blues, o Country e ritmos acústicos.
Enquanto isso, faixas como “Lounge Fly” e “Silvergun Superman” (que tem o melhor solo já gravado pela banda, na opinião do autor) vão mais pelo caminho do Rock Psicodélico, com arranjos e efeitos que faziam a banda de Scott Weiland ter um som inconfundível.
O STP ainda preparou vários segredinhos para seus fãs, como a cômica faixa escondida “My Second Album” no fim do disco, três versões diferentes para o icônico clipe de “Vasoline” e várias edições da capa, que usa imagens da mitologia chinesa.
Ao longo dos anos, Purple apareceu em rankings dos maiores discos do Grunge e listas de melhores álbuns dos anos 1990 em veículos como Loudwire, Guitar World e Pitchfork.
E nós aqui do TMDQA! recomendamos que você dê play nessa obra prima do Stone Temple Pilots para celebrar 30 anos de seu lançamento!