Moby é um aficionado por música – como a maioria dos produtores e DJs. Além de músico multi-instrumentista, ele tem um olho sagaz para captar novos talentos para suas canções. Isso fica claro no mais recente álbum, always centered at night, mas vem de muito antes, como seus discos icônicos podem atestar.
O TMDQA! aproveitou a ocasião para conversar com Moby sobre diversos temas, incluindo os álbuns que mudaram sua vida – e você confere essa lista logo abaixo.
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Moby lança o álbum always centered at night
Após uma década longe dos palcos, Moby retornou com o lançamento de seu 22º trabalho e anunciou sua primeira série de shows ao vivo, agendados para setembro na Europa. A ocasião celebra o 25º aniversário de Play, seu álbum mais vendido e influente.
Lançado em 1999, Play revolucionou a indústria com faixas icônicas como “Porcelain” e “Natural Blues”, vendendo mais de 12 milhões de cópias mundialmente e popularizando o uso de samples de gravações de blues e gospel antigos.
Além do sucesso comercial, Moby continuou inovando na música eletrônica com sucessos como “Extreme Ways” e “We Are All Made Of Stars”, mantendo seu compromisso com causas sociais e ambientais.
Com o novo álbum e a turnê, Moby reafirma sua relevância na música e no ativismo, consolidando seu legado como um dos artistas mais influentes de sua geração. Descubra, abaixo, alguns dos álbuns que ajudaram a compor seu DNA musical.
Os 5 discos que mudaram a vida de Moby
Joy Division – Closer
Closer, o segundo e último álbum de estúdio da banda britânica Joy Division, lançado em julho de 1980, é considerado uma obra-prima do Post-Punk.
Produzido por Martin Hannett, o álbum destaca-se por sua atmosfera sombria e introspectiva, refletindo as lutas pessoais do vocalista Ian Curtis, que cometeu suicídio pouco antes do lançamento. Faixas como “Isolation”, “Passover” e “Decades” exibem uma profundidade emocional e lírica que solidificou o legado da banda.
Closer não só influenciou inúmeros artistas e bandas subsequentes, mas também marcou a transição do Joy Division para o New Order, banda formada pelos membros remanescentes após a morte de Ian Curtis.
Sobre o álbum, Moby disse:
Sabe, quando eu era criança, foi a primeira vez que encontrei um álbum que se tornou mais próximo de mim do que qualquer um dos meus amigos ou familiares. Eu simplesmente senti uma grande relação com aquele álbum em particular.
Bad Brains – Cassette Roir
Também conhecido como Black Dots ou simplesmente Bad Brains, é o álbum de estreia da influente banda americana de hardcore punk, lançado originalmente em 1982 pela ROIR Records.
O disco captura a energia crua e a intensidade frenética das performances ao vivo da banda, combinando elementos de Punk, Reggae e Funk. Com faixas icônicas como “Sailin’ On”, “Attitude” e “Banned in D.C.”, o álbum ajudou a definir o som do Hardcore Punk e destacou a habilidade técnica e a versatilidade musical dos membros do Bad Brains.
Moby disse ao TMDQA!:
Outro disco daquela época foi o primeiro álbum do Bad Brains. Este é apenas um dos discos mais notáveis e o que ele fez foi realmente me mostrar como a música poderia ser política, como a música poderia ser um veículo para o ativismo e também como a música veio dessa comunidade underground. Pra mim, que morava em Nova York, ficava apenas a 20 minutos de distância e isso foi realmente empolgante.
Eric B. & Rakim – Paid in Full
O álbum de estreia da dupla de Hip Hop, lançado em 1987, é considerado um marco fundamental no desenvolvimento do Rap.
Com Rakim estabelecendo novos padrões para as letras no hip-hop e Eric B. inovando com samples complexos e scratches habilidosos, o disco apresentou faixas clássicas como “Eric B. Is President”, “I Know You Got Soul” e a faixa-título “Paid in Full”. A abordagem minimalista e sofisticada da dupla influenciou profundamente o gênero, estabelecendo um modelo para futuros artistas e ajudando a definir o som do Hip Hop da Costa Leste dos EUA.
Por isso, Moby tem o disco em alta conta:
O primeiro álbum de Eric B. & Rakim não é um álbum perfeito, mas algumas músicas são muito especiais. E meio que me mostrou o que se pode fazer com samples. Porque o uso de samples no início dos anos 80, ninguém sabia realmente o que era. E esse álbum em particular foi tão sampleado de uma forma realmente empolgante!
Burial – Burial & Untrue
Aqui vale “roubar” no jogo, já que Moby citou “aquele que tem ‘Night Bus‘ e ‘In McDonald’s’” – sem se dar conta de que falava de dois álbuns diferentes! Mas faz sentido: é mesmo difícil escolher entre esses dois trabalhos do influente produtor de música eletrônica britânico.
Seu álbum de estreia autointitulado, Burial (2006), apresentou um som inovador que combinava atmosferas sombrias e melancólicas com batidas complexas e texturizadas, ajudando a definir o Dubstep.
Em 2007, Burial lançou Untrue, seu segundo álbum, que não apenas continuou a explorar os elementos sombrios e introspectivos do primeiro trabalho, mas também introduziu vocais fragmentados e melodias mais emotivas.
Untrue é considerado um clássico moderno, consolidando Burial como um dos artistas mais influentes de sua geração. Ambos os discos são reconhecidos por sua inovação técnica e capacidade de evocar uma sensação de urbanidade e solidão.
Esqueci como esse disco se chamava, mas sonoramente, ele simplesmente me mostrou uma espécie de combinação linda de drum and bass com música ambiente e um tipo interessante de eletrônica glichy.
Tá aí uma boa definição.
Nick Drake – Bryter Layter
O segundo álbum do músico folk inglês Nick Drake foi gravado em 1970.
Seguindo a mesma linha de seu primeiro trabalho, Five Leaves Left, Drake contou com a colaboração da banda folk britânica Fairport Convention. Além disso, John Cale, conhecido por sua contribuição ao The Velvet Underground, participou das faixas “Fly” e “Northern Sky”.
Em 2000, a revista Q Magazine destacou Bryter Layter como o 23º melhor álbum de todos os tempos, enquanto em 2003, a revista Rolling Stone o posicionou em 245º lugar entre os 500 maiores álbuns de todos os tempos.
Sobre essa pérola, Moby declarou:
Eu estava trabalhando em uma loja de discos no início dos anos 80 e meu chefe adorava aquele disco. Naquele momento, eu não conhecia ninguém que tivesse ouvido falar de Nick Drake. E simplesmente nos apaixonamos pela poesia e também pela orquestração [desse álbum].